2 de out. de 2013

Sete clubes ameaçam boicotar Copinha se São Paulo a disputar

Mauro Galvão em Teresin (Foto: Renan Morais)Diretor do Vasco, Mauro Galvão reclama da postura
do São Paulo (Foto: Renan Morais)
Cansados do que consideram assédio do São Paulo a seus jogadores das categorias de base, sete clubes ameaçam não disputar a próxima Copa São Paulo de Futebol Júnior caso o Tricolor não seja excluído da competição. Segundo o jornal Lance!, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG e Ponte Preta informaram por carta a decisão à Federação Paulista de Futebol (FPF), organizadora da disputa que ocorre anualmente em janeiro.
De acordo com Sidnei Loureiro, gerente técnico do Botafogo, outros clubes também estão revoltados com o Tricolor paulista.
- O São Paulo é o único clube entre os 40 das séries A e B do Brasileirão que não respeita e nunca respeitou o acordo e continua aliciando jogador sem contrato profissional ou com contrato de formação que para conseguir una indenização leva tempo. Independentemente da lei, houve um pacto para não se roubar jogador de ninguém. Não é possível que 39 clubes estejam errados. Tentamos todas as medidas de diálogo, e essa foi a forma que encontramos de chamar a atenção para o problema. Botafogo, Fluminense, Flamengo, Vasco,  Vitória, Bahia, Atlético-MG, Cruzeiro,  Internacional, Grêmio e Coritiba não vão jogar a Copa São Paulo se o São Paulo não mudar sua conduta - disse Loureiro.
A ação das agremiações foi motivada pelo suposto assédio são-paulino ao goleiro Lucão, da Ponte. Dirigentes tricolores teriam convidado o arqueiro, constantemente convocado para a seleção brasileira sub-17, para conhecer e treinar no CT de Cotia. De acordo com cartolas, tal prática não é novidade. Segundo eles, o Tricolor tem usado intermediários para recrutar atletas, ferindo um acordo que determina que os clubes sejam procurados antes de qualquer contato com os garotos.
Por conta disso, o clube do Morumbi já foi excluído de duas competições de juniores neste ano: a Taça Belo Horizonte, entre agosto e setembro, e a Copa 2 de Julho, em julho. O curioso é que neste segundo torneio, além do São Paulo, também foram impedidos de jogar os clubes que pediram a exclusão (Corinthians, Santos, Palmeiras, Cruzeiro e Audax-SP). Bahia e Vitória só foram poupados porque sediavam a disputa, em Salvador.
O São Paulo foi convidado, fez inscrição e vai jogar a Copa São Paulo normalmente"
Marcos Tadeu dos Santos, diretor de futebol amador do São Paulo
Questionado sobre a ameaça das agremiações citadas, o São Paulo não se mostrou preocupado e garantiu que vai estar presente na Copinha.
– O São Paulo foi convidado, fez inscrição e vai jogar a Copa São Paulo normalmente – afirmou o diretor de futebol amador do Tricolor, Marcos Tadeu Novais dos Santos.
Envolvido diretamente na briga, a Ponte Preta informou que uma reunião na segunda-feira vai definir os próximos passos dos clubes descontentes.
– Na segunda-feira, nós teremos uma reunião no Rio de Janeiro para alinhar isso. Como recebemos o convite antecipadamente para a disputa da Copa São Paulo, confirmamos a presença da Ponte. Mas será uma reunião extraordinária e, por isso, provavelmente iremos acatar o boicote. A ideia era começar isso já no Brasileiro Sub-20, mas o foco maior está mesmo na Copa São Paulo – disse o coordenador das categorias de base da Macaca, Francisco Marques.
A postura do São Paulo não tem agradado. Nossa ideia é melhorar o futebol, e certas coisas precisam mudar"
Mauro Galvão, diretor da base do Vasco
O Vasco também se pronunciou. Recentemente, o clube carioca reclamou que o São Paulo teria assediado dois de seus jovens jogadores: o atacante Mosquito e o lateral Foguete.
– A postura do São Paulo não tem agradado. Nossa ideia é melhorar o futebol, e certas coisas precisam mudar. É preciso respeitar o adversário, e o jogador só deve ser admitido quando for liberado pelo clube – argumentou Mauro Galvão, diretor da base vascaína.
Os grandes mineiros deixaram claro que vão lutar para que o Tricolor seja excluído da Copa São Paulo.
– Preferimos que o São Paulo não participe, pois não está agindo de acordo com o que combinamos. Eles têm assediado jogadores de outros clubes, aliciado eles - falou Márcio Rodrigues, vice-presidente do Cruzeiro e responsável pelas categorias de base.
* Colaborou Thales Soares, do Rio de Janeiro

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