30 de out. de 2013

História do Flamengo nesta Copa do Brasil lembra a do título de 2006

André Santos e Léo Moura flamengo treino (Foto: Richard Souza)André Santos e Léo Moura faziam parte do grupo
campeão de 2006. O primeiro não fez sequer um
jogo na campanha, mas o segundo era titular
absoluto na lateral direita (Foto: Richard Souza)
Trajetória, personagens, laterais e até mesmo um rival. O roteiro de uma história recente com final feliz na Copa do Brasil inspira o Flamengo na busca pelo terceiro título na competição. Nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), o Rubro-Negro entra em campo no Serra Dourada para enfrentar o Goiás e dar mais um passo em uma saga que lembra a que culminou com a conquista em 2006.

Em termos práticos, o ponto em comum nas duas campanhas está nas duas laterais: Léo Moura e André Santos. Já decisivo há sete anos, o camisa 2 segue absoluto no lado direito. Agora, porém, exibe a faixa de capitão com status de ídolo histórico após oito anos de clube e outros cinco títulos (quatro estaduais e um Brasileirão). André, por sua vez, retornou à Gávea prestigiado depois de passagens por Figueirense, Corinthians e futebol europeu, e uma nova conquista da Copa do Brasil pode ajudá-lo a preencher a lacuna da passagem apagada de 2006 - sequer entrou em campo pela competição e deixou o clube antes da decisão, rumo ao Atlético-MG.
Se os laterais são os únicos nomes em comum entre os dois elencos, alguns de seus companheiros vivem situações semelhantes às daqueles que bateram o Vasco na última decisão da competição em que o Fla esteve presente. Paulo Victor, Amaral, Elias, Hernane, Moreno e Jayme de Almeida, por exemplo, se encaixam nos perfis de Diego, Léo, Jônatas, Obina, Luizão, Waldemar Lemos e Ney Franco.

Hernane é o Obina da vez

Titular na semifinal, Paulo Victor está longe de ser uma surpresa, mas não conta com o mesmo prestígio de Felipe, que passará por uma cirurgia no joelho. Há sete anos, Diego vivia situação semelhante e jogou a competição sob a eterna desconfiança por ser substituto de Julio Cesar - negociado com o futebol italiano. Meses depois, a pressão se transformou em volta para o banco, com a chegada de Bruno.

Já na cabeça de área, o cão de guarda rubro-negro também era uma aposta vinda do Nova Iguaçu: Léo tinha trajetória muito parecida com a de Amaral. Ainda no meio-campo estava aquele que foi eleito o melhor jogador da competição: Jônatas. Segundo volante como Elias, craque rubro-negro na temporada, ele chegou até mesmo à Seleção, na primeira convocação de Dunga, e foi o capitão rubro-negro na conquista.
Espero que essa coincidência dê certo e possamos ser campeões. Estamos muito perto. Temos grandes possibilidades, mas um adversário forte pela frente, que é o Goiás. Espero que tudo dê certo e possamos fazer valer essas semelhanças"
André Santos
Mais adiante, o ataque reservava outras similaridades ao atual. Herói contra o Botafogo, com três gols, e artilheiro da competição, com seis, Hernane tem o sucesso automaticamente relacionado ao de Obina. Responsável por abrir o caminho para o título na final sobre o Vasco, o "Anjo Negro" também é baiano, convivia com questionamento sobre sua qualidade técnica e marcou seu nome tanto pelos gols quanto pelo carisma. Além disso, Luizão chegou ao clube com status de salvador, assim como Moreno, mas, apesar de também marcar na decisão, não teve uma passagem de muito destaque.

O chaveamento até a final também guarda pontos em comum com 2006. Naquela época, o ASA de Arapiraca também foi adversário, mas na primeira fase - este ano, o confronto aconteceu na terceira. No caminho do Flamengo também tinha um mineiro, o Atlético-MG foi batido nas quartas - desta vez, o Cruzeiro, nas oitavas - e um rival local, como o Botafogo - o Vasco, na decisão. Além disso, a semifinal foi contra um adversário com o verde como cor predominante: o Ipatinga foi o Goiás da vez.
Técnicos também foram apostas da diretoria

Por fim, o Flamengo vinha de uma participação decepcionante no Campeonato Estadual, onde sequer chegou a uma decisão de turno - em 2013 também foi assim - e apostou em técnicos desconhecidos. Se Jayme de Almeida é o responsável por colocar o time nos eixos, Waldemar Lemos teve papel semelhante em 2006 e acabou substituído somente para decisão por outro azarão: Ney Franco, então revelação do interior mineiro.
Remanescente de 2006, André Santos ficou surpreso com as coincidências. A torcida por um final feliz, entretanto, não o permitiu esquecer o Goiás, adversário desta quarta-feira.

- Espero que essa coincidência dê certo e possamos ser campeões. Estamos muito perto. Temos grandes possibilidades, mas um adversário forte pela frente, que é o Goiás. Espero que tudo dê certo e possamos fazer valer essas semelhanças.

Flamengo e Goiás se enfrentam nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), no Serra Dourada, e decidem uma vaga na decisão no dia 6 de novembro, no Maracanã. Do outro lado, Grêmio e Atlético-PR fazem a outra semifinal, e, caso os gaúchos passem, uma coincidência negativa pode cruzar o caminho rubro-negro: as três derrotas em finais da Copa do Brasil aconteceram para times com o azul no uniforme. Uma delas, em 1997, para o próprio Grêmio

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