6 de out. de 2013

VASCO E FLA FAZEM JOGO TRUNCADO E FICAM NO EMPATE NO MANÉ GARRINCHA

  • estatística
    passes errados
    Há muito um empate não era tão bem representado negativamente pelos 36 erros de passes tanto do Flamengo como do Vasco. Ao todo, foram 72 em toda a partida.
  • destaque
    Pedro Ken
    Como volante, ele foi mais uma vez o faz-tudo no Vasco. Não errou passes, recebeu quatro faltas, fez três roubadas de bola e fiinalizou uma vez para o gol.
  • toma lá, dá cá
    torcidas
     A rubro-negra estava em maior número no Mané Garrincha, mas a cruz-maltina deu show no segundo tempo e empurrou mais a equipe após o empate.
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
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Flamengo e Vasco entraram em campo neste domingo à tarde no Mané Garrincha motivados pelas últimas vitórias. O torcedor de Brasília - 37.597 pagantes proporcionaram a renda R$ 2.054.140 - esperava um Clássico dos Milhões cheio de boas jogadas e emoções. Isso aconteceu mais no segundo tempo, quando o Vasco, em desvantagem na primeira etapa - Hernane abrira o placar -, esteve melhor, chegou ao empate com Willie e ficou mais perto de vencer, apesar da pressão rubro-negra no fim. Mas a partida, de baixo nível técnico, marcada pela rispidez, muito paralisada por faltas, ficou no 1 a 1.
É bom lembrar que os dois gols na partida nasceram de erros individuais. No de Hernane, Cris tentou cortar a bola, que sobrou livre para Paulinho fazer o centro na medida para o Brocador apenas escorar. No de Willie, foi a vez de João Paulo falhar ao tentar interceptar o lançamento de Jhon Cley.
O resultado, ruim para as duas equipes, resume a campanha irregular no Campeonato Brasileiro. Os rubro-negros caíram para o 12º lugar, com 34 pontos ganhos, e veem quebrada a série de dois triunfos seguidos. Para os vascaínos, o 1 a 1 representou a volta à zona de rebaixamento, no 17º lugar, com 29 pontos. O que faz o clássico contra o Fluminense, quarta-feira, na Ressacada, em Florianópolis, mais decisivo ainda. No dia seguinte, o Fla receberá o Inter no Maracanã, em confronto direto por posições na tabela. O volante Elias acha que a falta de fôlego prejudicou o desempenho, mas achou o empate bom para o Flamengo.
- As duas equipes cansaram. É difícil jogar, tem um jogo atrás do outro e não dá tempo de descansar e recuperar. Mas todas as equipes sentem isso. O Brasileiro é assim, disputado ponto a ponto. Pontuamos com um concorrente direto, e no total fizemos quatro pontos contra o Vasco.
O volante Pedro Ken, um dos destaques da equipe cruz-maltina, sabe que o empate não foi bom para o Vasco, mas procurou ver algum lado bom no duelo em Brasília.
- Acho que no geral a gente fez um bom jogo. No primeiro tempo o Flamengo foi melhor, e no segundo, a gente foi. Clássico é assim, sabíamos que ia ser difícil. O bom é que não perdemos, pontuamos. E um pontinho desse pode fazer falta no fim. Vamos ver pelo lado positivo.
Hernane e Pedro Ken Flamengo x Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco)Autor do gol do Flamengo, aos 32 minutos do primeiro tempo, o atacante Hernane não ganha trégua de Pedro Ken, destaque do Vasco no desarme e organização de jogadas (Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco)
Jogadas ríspidas
O primeiro tempo, no entanto, teve pouca coisa de positivo. O que mais se viu foi nervosismo e uma rivalidade à flor da pele no Clássico dos Millhões, ainda que longe do Maracanã. O meio-campo todo brigava pela bola sem medir esforços, com destaque para Amaral, do lado rubro-negro, e Pedro Ken, do vascaíno. E é bom abrir dois parênteses nessas trocas de "gentilezas": o zagueiro Wallace, destaque na vitória do Fla sobre o Criciúma, poderia ter saído de campo expulso. E não o foi porque o árbitro não lhe aplicou cartão amarelo quando pôs intencionalmente a mão na bola no começo da partida. Depois, o ganhou num lance em que deu um tapa em Fágner quando já tinha vantagem no lance. E o mesmo pode se dizer de Juninho. O Reizinho - até ele - estava tenso, a ponto de ter solado o joelho de Paulinho. O amarelo também saiu barato.
Depois que os ânimos serenaram um pouco, não ficou difícil para os rubro-negros perceberem: a melhor opção de ataque era o lado direito. E Elias, o homem da clarividência no Fla, lançou Paulinho. O camisa 26 se aproveitou da falha de Cris ao tentar cortar a bola. Foi à linha de fundo. O Brocador, livre - aí, com erro de marcação -, só escorou para as redes, marcando seu 10º gol no Brasileiro.
Dois minutos antes dessa jogada, Paulinho, pela esquerda, já deixara Hernane em condições de abrir o placar. O camisa 9 batera fraco, nas mãos de Diogo Silva. Do lado vascaíno, a melhor jogada ficou num quase, quando Fágner, logo no começo, tentou lançamento no ataque, bem cortado por um atento Paulo Victor. No mais, tanto Edmilson quanto os jovens Jhon Cley e Marlone tiveram dificuldades em achar espaços. No Fla, Chicão comandava bem a defesa, antecipando-se nas jogadas. E se João Paulo e Léo Moura - completando 450 partidas no clube - falhavam no apoio, Paulinho e Carlos Eduardo até se movimentavam na frente.
Empate do Vasco
Amaral e Juninho Pernambucano Flamengo x Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco)Juninho recebe combate de Amaral. O Reizinho foi sacado no intervalo (Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco)
Foi pensando num Vasco mais agressivo que Dorival Junior trocou no intervalo. Willie e André substituíram Juninho e Edmilson. Os erros na defesa continuaram, e Jomar, na tentativa de cortar uma bola, quase fez contra. O zagueiro depois trocou empurrões e tapas com André Santos. As jogadas ríspidas seguiam, e numa falta Chicão por pouco não ampliou para o Flamengo.
Mais veloz, foi a vez de o Vasco se aproveitar de uma falha individual. No caso, foi João Paulo quem não conseguiu interceptar o lançamento de Jhon Cley para Willie. O garoto disparou e tocou sem defesa, aos 8 minutos, empatando a partida.
A partida continuou truncada, e num lance que Wallace caiu segurando a bola e pedindo falta, foi a vez de Dorival Junior explodir com o árbitro. Acabou expulso. O técnico pedia punição ao zagueiro rubro-negro, já que o árbtrio marcara o lance a favor do Vasco. Os ânimos estavam exaltados quando Jayme de Almeida trocou o apático Carlos Eduardo por Luiz Antonio.
Não adiantou muito. O Vasco passou a mandar na partida. Pedro Ken roubava todas as bolas no meio-campo. Marlone, Jhon Cley e Willie voavam no ataque. E pelo lado de Léo Moura saíam as melhores jogadas. Numa delas Yotún desperdiçou por ter tentado bater em vez de cruzar. Curiosamente, Dorival Junior trocou Jhon Cley, bem na partida, por Wendel. O Fla, com Rafinha e Gabriel nos lugares de Paulinho e André Santos, esboçou reação no fim, mas o empate fez mais justiça a um jogo com pouca inspiração.

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