Faltando onze rodadas para o fim do Brasileiro, o Flamengo mostra uma nova cara no returno. São 15 pontos em 24 possíveis, a quarta melhor campanha. No começo, ainda com Mano Menezes, o time ainda oscilou, mas com Jayme de Almeida não perdeu mais e o treinador, ex-interino, é hoje o dono de melhor aproveitamento dentre todos os técnicos: 78%.
Se vencer o Botafogo amanhã, a equipe baterá a meta estipulada pela diretoria, de 10 pontos em 15 disputados, o que renderá R$ 1 milhão em prêmio aos jogadores e comissão técnica. Nesse caso, um campeonato à parte.
— Clássico é um campeonato à parte, tem que se empenhar mais, a vontade de vencer é maior. No Maracanã entra ainda mais motivado — afirmou Chicão.
Os atletas do Flamengo são os mesmos do primeiro turno, mas a motivação e a atitude são diferentes. A arrancada no Brasileiro com direito a salto na tabela para a sétima posição tem como causas a boa relação de Jayme com todo o elenco, o elo com a torcida no Maracanã e vários jogadores subindo de produção. Segundo Jayme de Almeida, o duelo com o Botafogo pela Copa do Brasil foi um divisor de águas.
— Começou no jogo com o Botafogo. Eles eram favoritos e a resposta foi um jogo de igual para igual. A partir daquele jogo vi o caminho que podia fazer. Estamos procurando equilibrar e melhorar tudo isso, para termos mais segurança. Acho que estamos com o espírito mais aguerrido, e a torcida também está de parabéns, ajuda muito — analisou o técnico.
As coincidências com a trajetória de 2007, quando o time conseguiu subir até se classificar para a Libertadores, não são exageradas. Segundo o zagueiro Chicão, vencer o clássico é a chancela que falta para que o Flamengo olhe apenas para cima e sonhe com metas mais ambiciosas, do que apenas se livrar do rebaixamento. Mas ainda é preciso cautela.
— A oportunidade está ai. Tem que vencer. Mas o campeonato está equilibrado. Qualquer vacilo volta lá para baixo — alertou. — Futebol é confiança. A equipe cresceu no momento certo. Uma vitória a gente encosta no Botafogo e aí sim pode pensar no G-4 — completou Chicão.
Hoje, o Flamengo está a oito pontos do Atlético-PR, quarto colocado, e a cinco do Vasco, primeiro da zona de rebaixamento. Em vez de estimular a combinação que dá certo, a diretoria do clube aumentou o ingresso para o jogo contra o Bahia em R$ 20, irritando muitos torcedores.
Superando antecessores
Com quatro vitórias e três empates em 2013 comandando o Flamengo, Jayme de Almeida é hoje o técnico com o melhor retrospecto desde que Joel Santana salvou o time do rebaixamento em 2005. O atual técnico tem de 71% de aproveitamento, contra 77% de Joel Santana.
Os números são superiores de longe em relação aos recentes antecessores também, entre eles Mano Menezes, Jorginho e Dorival Júnior. O próprio Joel Santana, ano passado, e Vanderlei Luxemburgo, que levou o clube à Libertadores em 2012, têm números inferiores.
Caso vença o Botafogo, Jayme conseguirá alcançar o maior número de partidas sem derrota nesse Brasileiro, seis. Mano Menezes também ficou cinco jogos sem perder, mas com aproveitamento inferior.
Aliás, na comissão técnica permanente está um dos motivos para a melhora do ambiente no Flamengo. Com Mano e seus auxiliares, os profissionais do clube não tinham a mesma liberdade. Hoje, é normal ver diversos profissionais interagindo com mais harmonia, sobretudo os da preparação física.
O clima leve foi visto ontem, quando os reservas fizeram treino com bola, do qual Carlos Eduardo participou. O meia, que passou mal e não enfrentou o Internacional, pode pegar o Botafogo. Wallace também volta, de suspensão.
A dúvida é se Jayme de Almeida manterá o mesmo time, com Luiz Antonio no lugar de Carlos Eduardo. Mas no Flamengo atual, mesmo a mudança de peças tem afetado pouco a postura do time.
— Os gols começaram a sair, paramos de tomar alguns bobos. A concentração é fundamental nos 90 minutos. A gente cobra terminar o jogo assim — disse Chicão.
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