4 de out. de 2013

Coisinha Tão Bonitinha do Pai

A ultima coisa que eu pretendo é cortar a onda de quem quer que seja. Minha filosofia é viva e deixe viver, cada um faz o que achar melhor e ninguém tem nada com isso. Mas seria insincero não mencionar que anda fácil farejar alguns odores característicos do oba-oba no seio da contida, ponderada e sempre discreta torcida do Flamengo.
Tudo bem que vamos jogar com nosso freguês mais sem vergonha e que já pegamos coisa pior, pagando. Mas o poder de fanfarronização dessa entidade beneficente sem fins lucrativos que congrega mais de 40 milhões de pessoas é bem conhecido por todos. O vírus do oba-oba, que ao longo da história já vitimou mais times do Flamengo do que batalhões de marias-chuteiras engolidoras de homens, não precisa de muita coisa para se reproduzir em velocidade alarmante.
Bastaram duas vitórias em sequência e uma quebra de tabu de 18 anos para que a imagem pública do time do Flamengo, no intervalo de algumas poucas horas, se metamorfoseasse de “incorrigíveis-pernas-de-pau-condenados-ao-rebaixamento” para “a-equipe-experiente-que-soube-vencer-as-próprias-limitações-lideradas-por-uma-velha-cria-da-Gávea-e-pode-surpreender-na-reta-final-da-competição”. Tá puxado.
O time do Flamengo a gente conhece bem, não vamos estragar o nosso fim de semana em fulanizações estéreis. Quem tem que entrar ou quem tem que sair no meio de campo é matéria extremamente controversa e, portanto, interminável. É mais útil chamar a atenção dos nefelibatas de ocasião para que não percam o foco no nosso objetivo principal no Campeonato Brasileiro: chegar o mais rápido possível aos 45 pontos e manter a palhaçada em níveis mínimos.
Evidente que o caminho mais curto em direção à nossa meta passa por dar aquela chacoalhada protocolar na nossa baranga de fé. Mesmo sabendo que com a vasquinha não tem erro, é só chegar e pá-pum, é fundamental seguir os códigos éticos da guerreiragem. Ainda que os camisa-feia estejam com dois pés na cova vamos ter que chegar no sapato, não estamos podemos bancar extravagâncias.
A mocréia estar na pior, com limitadíssimo poder de negociação, não é motivo para nenhuma marra de cão. Se o vice vai cair pra Segunda ou pra Terceira não nos interessa. O que queremos é que liberem a mixaria sem muita presepada. Pra isso acontecer temos que ter atitude, postura, cara de mau. E estarmos bem preparados para neutralizar qualquer tentativa de cu-doce por parte da perfuranda.
Repito, clássico é clássico e vasco-versa, mas nosso impressionante Manto, cheio de história e significado, além de ter um patrocínio master que realmente paga para aparecer, possui o poder de congelar o sangue bacalhau nas veias. Os filhos das bigodas ficam paralisados com o atordoante impacto visual provocado pela mais prodigiosa vestimenta sócio esportiva do mundo e demoram a recobrar suas escassas habilidades psicomotoras.
E é nesse intervalo de tempo em que os vices ficam de boca aberta, com o olhar perdido entre a arquibancada assustadoramente vermelha e preta (seja em que estádio for) e as reluzentes roupas e armas dos nossos bravos, que o Mengão tem que fazer como sempre faz. Partir pra cima com método e decisão pra finalizar a baranga. A primeira faz tcham e a segunda faz tchum. Nem precisa beijar na boca. Temos que ganhar desses caras! E assim começar mais uma das famosas excursões que há anos levam o bacalhau pra Portugal por um precinho muito camarada.
Mengão Sempre
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.

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