3 de out. de 2013

Coisas que Só Acontecem em Curitiba.

Pelo menos no importantíssimo mundinho cujo centro do universo é o meu próprio umbigo essa vitória histórica do Mengão sobre o Coxa, pulverizando um tabu tão absurdo que já podia ter até carteira de motorista, foi um belo exemplo do que uma administração de expectativas bem executada pode fazer pelo bem estar de um torcedor.
Como não esperava nada do Flamengo, sequer me preocupei em preencher a agenda com compromissos que me impedissem de assistir ao jogo. Logo eu, entusiasta das artes cênicas, que raramente perco a oportunidade de deixar de ir ao teatro para ver o Mengão se dar mal no Brasileiro. Às 10 da noite me larguei no sofá da sala, com um livro nas mãos e o volume da televisão bem baixo. O resultado, desde que não fosse aviltante, não me preocupava.
Não estou sugerindo a nenhum rubro-negro que abdique da sua proverbial marra ou confiança nos fatores imponderáveis capazes de alterar favoravelmente a instável lógica futebolística. Só estou dizendo que para os pessimistas, realistas até demais, cínicos e conformados que, como eu, estavam preparados para o pior, o jogo – e digo todo o jogo e não apenas o resultado, foi só alegria.
Como nos últimos anos de apequenamento do mito Flamengo perder em Curitiba deixou de ser considerado um mau resultado, minha única preocupação era com a postura da rapaziada, a forma com que o Manto seria envergado. Entendo que o Flamengo, a despeito da presença deletéria de qualquer pereba que esteja em campo, não pode passar vergonha sob nenhuma circunstância.
Agora, ao fim dos 90 minutos e com 2 x 0 no placar parece óbvio que mais alguém além de mim pensa dessa forma. O Flamengo mais uma vez passou longe do brilho, mas mostrou a aplicação e a seriedade no serviço que nos faltou na maior parte da competição. Exultei ao ver todo o time correndo, marcando e suando pra se aproveitar da fragilidade desconcertante do Coritiba, que não é sombra da equipe que enfrentamos no primeiro turno. Correria, marcação, geral pegando. Cara, nem parecia o Flamengo!
Bem sei que Jayme de Almeida ainda está à anos-luz de ser uma unanimidade, mas há que se reconhecer que ele conseguiu algo que os últimos treinadores não vinham conseguindo: fazer o time correr. O condicionamento físico dos nossos rapazes notoriamente não é dos melhores, mas enquanto tiveram gás os caras correram condignamente. Esse fator – ganhar a simpatia (ou a misericórdia, escolham) do elenco, é um tremendo diferencial e deve ser devidamente valorizado. Jayme é roots, e isso na Gávea ajuda muito.
Finalmente conseguimos nossa segunda vitória seguida e nos afastamos para uma distância ainda mais saudável da pestilenta zona do rebaixamento. Os ventos da tranquilidade, que nunca foi e jamais será completa, finalmente começam a soprar pro nosso lado. Vamos nessa levada até dezembro, ou aos 45 pontos, o que chegar primeiro. O Flamengo é o líder absoluto da 2ª página da tabela do Brasileirão, uma façanha para os padrões 2013. Chupa, arcoirizada sem vergonha!
Esse é o Flamengo, quebrando tabus, detonando fregueses. Mostrando pra todo mundo como foi otário o Mano Menezes.
Mengão Sempre
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.

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