A busca da diretoria por um novo técnico para o Flamengo, por ora, acabou. Jayme de Almeida, até então no comando da equipe de forma interina, será efetivado no cargo até o fim do ano. Já o diretor executivo de futebol rubro-negro, Paulo Pelaipe, apesar da pressão no cargo, também será mantido até dezembro, quando termina seu contrato e sua permanência será avaliada. A informação foi revelada pelo vice-presidente de futebol do clube, Wallim Vasconcellos, em entrevista à Rádio Globo, um pouco antes do clássico diante do Botafogo, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.
- O Jayme é o nosso treinador até dezembro. Em dezembro vamos fazer uma análise se ele continua ou se a gente traz um novo treinador. Mas acho importante acabar com a expectativa de que pode vir um novo treinador, que não conhece o Flamengo, então achamos que a melhor alternativa é o Jayme continuar. Ele conhece o grupo, tem a pele rubro-negra, é correto e sabe ver o jogo. Os jogadores confiam nele e a direção confia nele também. A nossa expectativa é que o Jayme vá até o final. O grupo é esse, não tem como trazer ninguém - anunciou Wallim.
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Aos 60 anos, o ex-zagueiro Jayme é o quarto técnico do Flamengo depois das passagens de Dorival Júnior, Jorginho e Mano Menezes. Ele comandará a equipe por pelo menos mais 17 partidas, entre Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Durante a semana, o treinador já vivia a expectativa de ser efetivado e afirmou em entrevista coletiva que se via preparado para assumir tal responsabilidade. Com a escassez de opções convincentes no mercado, a diretoria rubro-negra já amadurecia a ideia de dar tempo ao auxiliar técnico permanente e tomou a decisão antes dos compromissos do time na semana: contra Botafogo, pela Copa do Brasil, e Criciúma, pelo Brasileirão.
- É um dia muito bonito para mim, uma noite bastante emocionante - comemorou Jayme, já à beira do gramado do Maracanã para comandar a equipe pela primeira vez como treinador fixo - disse Jayme ao SporTV.
Pelaipe será reavaliado em dezembro
Há 10 meses no cargo, Pelaipe conta com algum apoio entre os jogadores, mas é o principal alvo dos torcedores. Além disso, o departamento de futebol do clube vive uma crise interna que coloca o diretor executivo frente a frente com Wallim. O desenrolar do pedido de demissão de Mano Menezes, depois da derrota por 4 a 2 para o Atlético-PR, potencializou as rusgas e trouxe à tona problemas de relacionamento. Segundo o vice de futebol, Pelaipe segue no cargo até dezembro, quando termina seu contrato e seu trabalho será reavaliado.
- Pressionado todo mundo está. Eu estou pressionado, Pelaipe está pressionado, os jogadores estão pressionados, está todo mundo pressionado. Flamengo é pressão sempre, não tem jeito. Estamos todos no mesmo barco. Eu falei para os jogadores: "Aqui é uma coisa só: jogadores, comissão técnica, direção". Todo mundo ganha e todo mundo perde. Não tem separação, não tem culpa de um e de outro. O contrato dele (Pelaipe) vai até dezembro e vamos avaliando. Se tiver uma boa avaliação ele contínua, mas não vamos decidir nada agora. Acho que agora não é hora de pensar nisso. Vamos focar aqui em ganhar pontos e ter uma melhor classificação no Brasileiro e ir bem na Copa do Brasil também.
Na última sexta-feira, dia seguinte à demissão de Mano, Wallim foi ao Ninho do Urubu e deu a entender que estaria preocupado com Pelaipe por conta da pressão no atual momento. A preocupação soou como uma “sugestão” para que Pelaipe se afastasse do cargo. O diretor, que não tem multa rescisória no contrato, deixou claro que não pretendia sair do clube num momento tão complicado. Na véspera do jogo contra o Náutico em Recife, os dois conversaram de forma amistosa no saguão do hotel onde o Flamengo se hospedou. Caso Pelaipe deixe o clube, o vice de futebol pode perder o escudo que tem sido alvo preferido dos torcedores.
Como o nome da função diz (diretor executivo), Pelaipe é responsável pelo futebol - mas seu poder é limitado pelas decisões e vetos da cúpula do clube que, além de Wallim, conta com o vice-presidente de marketing, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, e Rodrigo Tostes, vice financeiro. Foi a cúpula que vetou, por exemplo, a contratação de Fágner - que, depois de apalavrado com o Flamengo, acabou fechando com o Vasco.
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