Os jogadores do Corinthians decidiram blindar o técnico Tite após a goleada por 4 a 0 para a Portuguesa, sofrida no estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, em Campo Grande. Depois de uma hora de atraso, o comandante não apareceu à sala de imprensa para falar sobre a derrota. Ele foi substituído pelo lateral Alessandro, que sequer entrou em campo, e pelo atacante Emerson Sheik. O gerente de futebol Edu Gaspar reforçou a confiança da diretoria sobre o técnico.
Logo após o fim da partida, Edu – único representante da diretoria no Mato Grosso do Sul, já que os outros ficaram para a festa de aniversário do Corinthians, realizada no último sábado – falou com o presidente Mário Gobbi por telefone e se reuniu com o elenco e com o próprio Tite para uma conversa sobre o panorama da equipe após a nova derrota. A intenção do técnico era falar com a imprensa, mas Emerson tomou a iniciativa de se colocar no lugar para evitar a pressão.
Após mostrar sinais de desgaste próprio na pior série do Corinthians em anos, Tite ficou muito abatido no vestiário. Conhecido por ser “paizão” dos jogadores, o técnico já se mostrava arrasado logo após o segundo gol da Portuguesa, quando partiu para o banco de reservas, coisa que raramente faz durante os jogos do Timão. A decisão dos jogadores de substituí-lo na entrevista coletiva também foi para evitar qualquer decisão precipitada, com possível anúncio de saída do clube.
– Tivemos um papo no vestiário com os atletas. O Tite não colocou o cargo à disposição. Ele estava chateado como todos nós, mas eu aviso que a palavra do presidente Mário Gobbi, do Duílio (Monteiro Alves, diretor-adjunto), do Roberto (diretor de futebol) e a minha continua a mesma: ele segue no cargo, com nossa total confiança. Isso é para evitar qualquer especulação quanto à permanência dele no cargo – afirmou Edu..
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Logo após o apito final, ao falar com a imprensa, Emerson havia livrado Tite de qualquer tipo de culpa. Na visão do Sheik, o mau momento do Corinthians é culpa única e exclusivamente daqueles que entram em campo, e não do treinador, que neste domingo se isolou como o segundo técnico com maior número de jogos à frente da equipe: 257, atrás apenas de Oswaldo Brandão.
Com expressão séria, Edu reforçou o tom de cobrança sobre os jogadores, deixou claro que a diretoria está ciente de que os últimos resultados não condizem com a história do Corinthians, mas destacou a união do grupo e pediu aos jogadores que, se for necessário, conversem particularmente com o técnico Tite e deem apoio para que ele se sinta a pessoa ideal para o cargo.
– Eu vi, em muitos momentos, atletas que não estavam em seu melhor momento, ganharem o apoio do Tite. Ele ia lá, puxava e fazia o atleta se sentir importante de novo. Se ele está nesse momento, emocionalmente mal, por que não atletas e diretoria puxarem o treinador para dar um incentivo? Isso faz parte de um grupo de profissionais sérios, que confiam um no outro. Não é possível que o treinador que estava aí, cotado entre os melhores do mundo, esteja em dúvida – completou Edu.
Os jogadores do Corinthians se reunirão no CT Joaquim Grava na tarde desta segunda-feira, logo após a chegada a São Paulo, para uma nova conversa. A intenção é mais uma vez tentar fazer um “levantamento”dos principais pontos responsáveis por colocarem o Timão em situação tão difícil neste segundo semestre, após as conquistas do Campeonato Paulista e da Recopa Sul-Americana na primeira metade de 2013.
Longe do estádio do Pacaembu durante todo o mês de outubro, por conta de uma punição do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), o Corinthians volta a campo na próxima quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), para enfrentar o Bahia, no estádio Romildo Ferreira, em Mogi Mirim
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