A crise financeira chegou para ficar no Flamengo. A falta de pagamento de direitos de imagem aos jogadores, que completou ontem o segundo mês, é apenas a ponta do iceberg. A dificuldade se deve a demora no repasse da segunda parcela do patrocínio da Caixa Econômica Federal, que venceria em setembro. Segundo o marketing, o problema é burocrático. Mas o buraco é bem mais embaixo. O clube também terá penhorada a partir de agora suas receitas de bilheteria, televisionamento e patrocinadores para pagar a dívida estimada em R$ 58 milhões junto ao Consórcio Plaza.
Parte da venda de ingressos do clássico de ontem com o Botafogo já será descontada, após determinação da 6ª Vara Cível da Capital, atendendo à decisão da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. Mais de 20 instituições que pagam ao Flamengo terão os repasses penhorados, entre elas Adidas, Peugeot, CBF e Federação do Rio.
Para piorar, o Ministério do Trabalho e Emprego detectou este mês que o Flamengo não vem cumprindo as suas obrigações trabalhistas. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro (SRTE/RJ)notificou o clube no dia 19 de setembro, e há risco de multa. Entre as queixas de funcionários, atrasos salarial e o não recolhimento do FGTS. Segundo a assessoria de comunicação, a infração ocorreu por três dias de salários atrasados.
A briga na Justiça com o Consórcio Plaza começou em 1996. Na ocasião, a empresa emprestou R$ 6 milhões ao então presidente Kleber Leite para a compra do jogador Edmundo, em troca da cessão de parte do terreno da Gávea para a construção de um shopping, que nunca saiu do papel. O clube entendeu que foi uma doação e o caso virou litigioso. Desde março, o jurídico conseguiu evitar na Justiça a volta das penhoras por meio de recursos.
A perspectiva de um novo rombo levou a busca da diretoria por novos empréstimos para manter as certidões negativas de débito, que sustentam o patrocínio da Caixa. A receita pode ser a próxima a ser penhorada
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