26 de set. de 2013

Dossiê Seleção: analista reúne dados e 'descobre' talentos, como Dante

Nesta quinta-feira Luiz Felipe Scolari terá a missão de escalar a equipe que vestirá a camisa da seleção brasileira para os amistosos contra a Coreia do Sul e a Zâmbia, nos dias 12 e 15 de outubro. Para fazer as escolhas certas para os jogos que preparam a equipe para a Copa do Mundo em 2014, o treinador conta com uma equipe de profissionais que o auxiliam no momento de decidir quais atletas serão testados. Um deles é o analista de desempenho, responsável por coletar informações dos futuros rivais e apresentar um dossiê audiovisual para a comissão técnica. Desde janeiro, quando assumiu o cargo, Thiago Larghi já observava os possíveis jogadores convocáveis, a pedido de Felipão. Na lista estavam os nomes que atuariam na Copa das Confederações, incluindo um que nunca havia vestido a amarelinha (assista ao vídeo).
- Com o Dante, fiz o que o professor pediu. Levantei um material sobre ele e, felizmente, está aí um belo jogador, excelente nome que a seleção brasileira ganhou - disse Thiago.
Larghi estudou Dante e indicou o zagueiro para Felipão  (Foto: Reprodução SporTV)Larghi estudou números de Dante e indicou o zagueiro para Felipão (Foto: Reprodução SporTV)
Formado em educação física, Thiago, de 32 anos, ainda é um garoto perto de nomes como Parreira, Murtosa e até mesmo do treinador Felipão. Mas a experiência adquirida em 10 anos trabalhando na área deram ao analista a confiança da comissão técnica. O convite para a Seleção surgiu depois de dois anos de trabalho no Botafogo, ao lado de nomes como Caio Júnior e Oswaldo de Oliveira.
- Procuro colaborar do jeito que posso. É uma área nova também, então não tem um histórico porque é algo que vem a partir da tecnologia que disponibiliza dados dos jogos em tempo real. As TVs transmitindo uma sequência grande de jogos. Então, procuro colaborar do jeito que posso junto a esses "monstros" do nosso futebol.
Com os bons resultados, os clubes cada vez mais se apoiam e incentivam o trabalho dos analistas, na opinião de Thiago.
- Todos os clubes hoje têm, de alguma forma, esse tipo de trabalho. Alguns com dois ou três profissionais, inclusive. Vejo que eles vêm se preparando cada vez melhor porque sabem da importância. É um trabalho que fornece subsídios e tomada de decisão. A gente sempre procura ser objetivo, direto, simples.
O trabalho de Thiago
A função do analista de desempenho envolve olhos, um computador, dados e muitos vídeos. Na fase de amistosos, no caso da Seleção, Thiago tem 15 dias para estudar o adversário e fazer um dossiê através de vídeos. Depois de pronto, o trabalho é apresentado para a comissão técnica alguns dias antes dos jogos e utilizado por Felipão na véspera das partidas em uma conversa com os jogadores.
Thiago Larghi é o analista de desempenho da Seleção  (Foto: Reprodução SporTV)Thiago Larghi é o analista de desempenho da
Seleção (Foto: Reprodução SporTV)
- Na primeira fase dele, onde a gente pega qual o sistema que o adversário usa, como que joga, as características dos principais jogadores, com uma ênfase individual nos jogadores adversários. O professor Murtosa, inclusive, pede bastante atenção nisso porque sabe que os adversários podem mudar muitas táticas durante o jogo, sistema, posicionamento, cobertura. Entendendo bem individualmente, a gente consegue prever um pouquinho do que eles podem mudar durante o jogo.
A partir daí, o treinador escolhe os pontos que irá destacar como exemplo na conversa com os jogadores. Um dos adversários que mais deu trabalho foi justamente aquele que, até agora, marcou essa passagem de Felipão: a Espanha.
- O Gallo, treinador das nossas categorias de base, foi o nosso observador na Copa, então ele trouxe subsídios importantes, que a gente usou no material, e um levantamento que a gente esmiuçou bem o sistema de jogo, característica dos jogadores, de onde costumava partir a jogada, iniciar a jogada, quais jogadores passavam para os seus companheiros com maior frequência.
No dia do jogo, Thiago não no fica banco de reservas. O lugar dele é na tribuna de imprensa, de onde observa os jogadores da seleção brasileira.
- Assisto geralmente de cima, do plano superior, para ter uma análise de outro plano. Esse trabalho faço através de um scout, modelo onde levanto alguns pontos que o professor pede junto com a análise de uma empresa que a gente contrata. Um dos serviços é fornecer número de passes, posse de bola. A gente faz algumas fotos durante os jogos sobre o posicionamento que vai ser avaliado depois. No intervalo, desço para o vestiário e o que professor pede uma situação ou outra, números principalmente.

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