28 de set. de 2013

Flamengo faz Maracanã de credor e pede adiantamento de bilheteria e empréstimo

Torcida vai acabar ajudando na crise financeira do clube
Torcida vai acabar ajudando na crise financeira do clube Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Diogo Dantas
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Sem ter para onde correr diante da profunda crise financeira, o Flamengo usou a criatividade e incluiu na negociação do novo contrato com o Maracanã, que valerá entre 2014 e 2016, uma cláusula em que fica acertada a possibilidade de a concessionária antecipar as receitas das bilheterias para o clube, ou até conceder empréstimos a partir do ano que vem. A garantia é que o documento, que será avaliado pelos conselheiros do clube na semana que vem, ganhe uma nova versão de longo prazo em seguida.
“Fica desde já acordada a possibilidade de antecipação de receitas oriundas deste instrumento e/ou a concessão de empréstimos pela CONCESSIONÁRIA ao FLAMENGO, cuja eventual garantia será posteriormente definida entre as Partes. Em qualquer das hipóteses ora previstas, as Partes deverão assinar documento em apartado, que conterá todas as especificações do empréstimo ou do adiantamento de receitas”, diz a cláusula 3.1 da minuta de contrato.
O objetivo do clube é criar uma alternativa para o investimento em contratações para reforçar o time na próxima temporada. No momento, a preocupação é quitar as dívidas crescentes de direitos de imagem com os jogadores e fechar o mês no azul. Os empréstimos bancários têm sido alternativas. No entanto, a volta das penhoras assusta e novas receitas precisam ser produzidas.
Na minuta de contrato estabelecida entre Flamengo e a concessionária Maracanã S/A, o clube estabelece um novo acordo, mas o entendimento se estende a construção de uma arena na Gávea com capacidade para 25 mil pessoas. Um contrato separado está sendo discutido para o novo espaço e as conversas estão evoluindo bem e devem ir para o papel.
O desespero da cúpula do clube chegou ao Centro de Treinamento, onde o diretor executivo Paulo Pelaipe visitou, espontaneamente, a sala de imprensa, para dar explicações sobre o momento de pressão em que vive. O dirigente aproveitou para comentar as dificuldades de investir em contratações e não soube dizer se os jogadores que vem se destacando, como Elias, ficam no clube.
— Não tenho a caneta. Deixamos de contratar alguns jogadores porque o Flamengo não tinha condição de assumir os compromissos financeiros. Temos quase uma terceira folha para indenizar, dívidas com empresários, comissões, isso está embutido. O diretor executivo não é o dono do clube. A diretoria tem uma linha — comentou o diretor, negando a chance de deixar o comando.
— Por conta própria não vou sair porque não sou covarde. Meu contrato não tem multa. Vou sair da maneira que entrei. O dia que achar que não me serve, vou dizer. A pressão existe. Quando dizem que vou sair recebo telefonemas de pessoas querendo me contratar. Eu tenho mercado — avisou Pelaipe.


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