Elias está livre para entrar em campo pelo Flamengo no Campeonato Brasileiro e já está disponível para o próximo jogo, no domingo, contra o Criciúma. O volante foi julgado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na noite desta quarta-feira e foi punido com uma partida, já cumprida, de suspensão por admitir ter forçado o terceiro cartão amarelo na partida contra o Santos, pela 20ª rodada da competição. Ex-treinador do Fla, Mano Menezes também foi julgado, mas não pelo mesmo episódio, e sim pela sua expulsão na partida em questão – recebeu apenas uma advertência. Nenhum dos denunciados compareceu à Sessão da 5ª Comissão Disciplinar, presidida por José Perdiz de Jesus.
- Muito embora eu tenha pedido a absolvição, a comissão entendeu que houve uma infração disciplinar. Foi requerida a detração (da pena), então o atleta está liberado para o próximo jogo (contra o Criciúma) - disse Michel Assef Filho, advogado do Flamengo.
Assef, desautorizado a defender Mano, que não é mais funcionário do Flamengo, disse que responderia apenas por Elias, mas afirmou que não deixaria o treinador indefeso no tribunal. O advogado começou a defesa pedindo a impugnação da única prova que constava nos autos, justamente a matéria do GLOBOESPORTE.COM publicada após a partida. Ele seguiu afirmando ser um exagero tratar como falta de ética um episódio onde o atleta usou a regra do futebol em seu próprio benefício. Sobre Mano, o advogado fez uma breve defesa, alegando não ter estudado o caso.
O auditor-relator do caso, Márcio Amaral, disse considerar verdadeira a declaração de Elias e manteve a matéria pós-jogo como prova, até porque a mesma não foi contestada pelo atleta. Para o auditor, a própria declaração é que faz da atitude um ato digno de punição, mas a motivação alegada pelo jogador – descansar na rodada seguinte – fez com que a dosimetria aplicada fosse a mínima: uma partida.
O segundo a votar, Vítor Butruce, optou apenas por uma advertência ao jogador. Matheus Gregorini, Otávio Noronha e o presidente José Perdiz seguiram o voto do relator. A respeito de Mano Menezes, quatro votos optaram pela advertência, e apenas Butruce pediu a absolvição do treinador.
Após o fim da partida contra a equipe paulista, no dia 12 de setembro, Elias admitiu ter sido orientado por Mano Menezes a tomar o cartão amarelo de forma proposital, retardando o reinício da partida nos minutos finais. O treinador não se pronunciou a respeito. Seria a terceira advertência acumulada pelo atleta, que ficaria de fora da partida contra a Ponte Preta, na rodada seguinte, com a intenção de se recuperar fisicamente. O jogador foi enquadrado no artigo 258 Código Brasileiro de Justiça Desportiva (assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva), que previa gancho de uma a seis partidas.
No início do mês, o meia Valdívia, do Palmeiras, foi punido no mesmo artigo e levou a pena de dois jogos de suspensão. O palmeirense forçou o terceiro cartão ao demorar para deixar o campo para ser substituído, na partida contra o Paraná, no dia 10 de agosto, pela Série B do Brasileirão. O objetivo era aliar a sua suspensão aos jogos em que desfalcaria a equipe jogando pela seleção chilena.
Foi a segunda vez que o camisa 8 rubro-negro foi julgado nos tribunais em menos de 15 dias. Na semana passada, ele teve sua suspensão mantida na Copa do Brasil e permaneceu de fora do jogo de ida das quartas de final contra o Botafogo. O departamento jurídico do Fla buscava a anulação do cartão amarelo recebido pelo jogador na segunda fase do torneio, contra o Campinense-PB, mas não obteve sucesso.
* Thiago Benevenutte, estagiário, sob a supervisão de Rodrigo Sirico
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