Experiência não falta a Jayme de Almeida: desde o início, como zagueiro do Flamengo, já são 40 anos envolvido com o futebol profissional. E o treinador interino garante que capacidade para assumir definitivamente o comando da equipe também não. Substituto de Mano Menezes, que pediu demissão após a derrota para o Atlético-PR, há uma semana, este senhor de 60 anos comandará o Rubro-Negro pela quinta oportunidade na noite desta quarta-feira, no Maracanã, diante do Botafogo, pelas quartas de final a Copa do Brasil. É a primeira vez, porém, que vê como real a possibilidade de ser efetivado no cargo.
Com a escassez de opções convincentes no mercado, a diretoria rubro-negra amadurece a ideia de dar tempo ao auxiliar técnico permanente. Para isso, naturalmente, um bom resultado diante do Glorioso e no domingo, contra o Criciúma, serão fundamentais. Sereno e simpático, como de costume, Jayme acompanha a situação com uma certeza: está pronto para assumir tal responsabilidade.
- Quando parei de jogar bola, me formei em educação física, fiz curso de técnico, trabalhei em equipes e projetos não tão reluzentes, mas que deram muito certo. É uma carreira bonita, apesar de não ser em times de ponta. Meu currículo é legal. Independentemente do que acontecer, tenho responsabilidade para trabalhar em qualquer equipe. Torço muito para dar certo. Enquanto a diretoria precisar de um profissional sério, que vai correr atrás do clube e lutar por ele, estou aqui.
Contemporâneo da geração mais vencedora da história do Flamengo, com Zico e Júnior, Jayme foi zagueiro do clube entre 1973 e 1977, quando se transferiu para o São Paulo, onde ficou mais três anos. Com passagem pela Seleção Brasileira, em 1976, defendeu também o Guarani. Fora de campo, treinou o Iraty, do Paraná, em 2009, e passou a exercer a função de auxiliar permanente do Rubro-Negro em 2010, convidado pelo amigo Vanderlei Luxemburgo.
O currículo, na opinião de Jayme, é de respeito. Entretanto, a experiência no futebol o faz ter a certeza de que nada fala mais do que resultados. Então, antes de sonhar em assumir definitivamente a função de treinador, ele só quer saber de uma coisa: vencer.
- Você é testado todo jogo. Então, só vai funcionar se tiver resultado. Tem que ter bom resultado com o Botafogo, ganhar do Criciúma... Isso é normal. Ainda não tenho esse glamour e reconhecimento. Então, fica difícil para mim. Sei das minhas possibilidades. Não estou me iludindo, nem viajando que vou estar na Seleção Brasileira. É muito pé no chão mesmo. Tem que ser um a um. Não projeto para frente, nem para o Criciúma. Minha preocupação é com o Botafogo.
Com menos de uma semana no comando da equipe, Jayme fez poucas mudanças. Taticamente, o time segue a mesma linha de trabalho de Mano Menezes. As entradas de Samir e Amaral nos lugares dos experientes Chicão e Cáceres, respectivamente, por outro lado, aconteceram com o dedo do treinador.
- Independentemente do tempo que vou ficar, tenho que fazer o meu trabalho. Não posso ser irresponsável de fazer uma mudança sem treinamento. Tenho que ter esse cuidado. Vou respeitar o que foi feito e alguma coisa vamos mudando aos poucos. Neste fim de temporada, o tempo para treinar é muito curto. Não gostaria de colocar em campo um time que não tenha recebido a informação.
Desde 2010, Jayme de Almeida comandou o Flamengo em quatro oportunidades, com três empates – todos por 0 a 0 – e uma vitória – 3 a 0, no Criciúma
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