3 de out. de 2013

Na base da simplicidade, Jayme quebra tabus e até sina de Mano

Jayme de Almeida Flamengo x Coritiba (Foto: Joka Madruga / Futura Press)Jayme de Almeida: simplicidade à frente do
Flamengo (Foto: Joka Madruga / Futura Press)
Traçar o estilo de Jayme de Almeida não parece ser algo muito difícil. A postura em entrevistas coletivas deixa evidente: o novo treinador do Flamengo faz da simplicidade sua principal característica. De fala mansa e sinceridade a cada resposta, é do tipo que evita potencializar os próprios méritos pelo bom momento da equipe e que não vê problema em dizer "não sei" como resposta. Foi assim, por sinal, que começou a tentar explicar o motivo de o Rubro-Negro estar tão diferente sob seu comando. A mudança, mais do que nítida em campo, está comprovada em resultados. E é para melhor.

O Flamengo que não ganhava dois jogos seguidos no Brasileirão, ganhou. O Flamengo que não vencia há 15 anos o Coritiba fora de casa, venceu. E o Flamengo que Mano Menezes deixou dizendo que não conseguia assimilar suas orientações, assimila tudo que Jayme pede. E ele garante: não pede muito.

- Não sei (por que mudou). Sinceramente, acho que fiz uma proposta e acredito no futebol. É uma coisa bem simples e é minha ideia. Consegui colocar jogadores que conseguem desenvolver bem. Gosto de times que joguem bom futebol e se proponham a fazer o que peço. Na simplicidade, estamos conseguindo fazer isso.

Da escola que deu ao Flamengo sua geração mais vencedora, Jayme é daqueles que gostam do futebol simples e eficiente de antigamente. Nunca escondeu que seu elenco tem limitações, mas procura extrair o que nele enxerga de melhor. As mudanças desde que assumiu a equipe foram poucas: Amaral, que sequer jogou com Mano, virou um volante intocável, e André Santos voltou para o meio-campo, com João Paulo na lateral.

Assim, o Flamengo se protegeu defensivamente e passou a segurar mais a bola no meio-campo. No Brasileirão, disputou nove pontos, ganhou sete, e só não teve maior posse de bola contra o Coritiba - até por ter feito 2 a 0 logo no começo do segundo tempo. Contra o Náutico, teve 54%, diante do Criciúma, 55% e com o Coxa, 47%.
O mérito da evolução evidente Jayme compartilha com o grupo. Revelando ser simples também no contato com os jogadores, o treinador diz que joga limpo e tenta colocar cada um na posição em que fica mais à vontade. Desta maneira, ele acredita que o Flamengo tem evoluído gradativamente.

- Não tenho uma fórmula para isso, não. Tenho o meu modo de lidar com eles e jogo sempre muito aberto. Falo o que gosto e como vejo o futebol. Tenho procurado fazer isso: colocar jogadores de qualidade e na função que gostam de jogar. O Flamengo está jogando um futebol de qualidade. As coisas começaram a andar. Contra o Náutico, falaram muito mal por conta do empate, mas eles agora ganham de todo mundo. Depois veio o Botafogo e seguimos crescendo. Isso nos dá um alívio e confiança para os próximos jogos.

Então, aliviado e confiante, o Flamengo do simples Jayme retorna ao Rio de Janeiro na manhã de quinta-feira e encara o Vasco, domingo, em Brasília, pela 26ª rodada do Brasileirão. Com 33 pontos, a equipe ocupa a 11ª colocação.

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