1 de dez. de 2013

Cinco anos após queda, torcedor lembra reação desesperada na cobertura de São Januário e lamenta situação atual

Após rebaixamento, torcedor ameaçou se jogar da cobertura de São Januário
Após rebaixamento, torcedor ameaçou se jogar da cobertura de São Januário Foto: Pablo Jacob / Pablo Jacob / 7.12.2008
Bruno Marinho
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Dia 7 de dezembro de 2008, São Januário. Pouco antes das 19h, o árbitro Alício Pena Júnior apitou o fim da partida que ocorria no estádio e oficializou o primeiro rebaixamento do Vasco na história. Jogadores caíram aos prantos e, na arquibancada, torcedores se desesperaram. Um deles foi mais longe. Luiz Fernando Vilaça fez com que, por alguns instantes, todos se esquecessem da derrota na grama verde e se voltassem para o céu cinzento do fim da primavera. Com metade do corpo solto, pendulando no ar, ele reagiu à tristeza ameaçando se jogar da marquise da Colina.
Cinco anos depois, Fernando pode viver o sentimento amargo de novo. Neste domingo, às 17h, o time enfrenta o Náutico no Maracanã e ele assistirá a mais um jogo fundamental para que o Vasco não caia novamente. Na primeira vez, o tempo que o torcedor passou no fio da navalha foi curto, até ser resgatado por bombeiros. Lá de cima, mais pareceu uma eternidade. Ao olhar para baixo, viu amigos vascaínos pedindo para que não se jogasse, abrindo bandeiras para tentar amortecer a queda, e lembrou de quem choraria caso o pior acontecesse:
— Quando eu vi o sofrimento nos olhos deles, desisti na hora. Graças a Deus.
O mesmo tempo que foi breve no alto da marquise foi longo para que o homem, hoje aos 26 anos, entendesse como deveria reagir naquela situação. Passados cinco anos, Fernando garante não se arrepender, mas admite que a reação desta vez seria outra.
— Eu fiz uma loucura na minha vida e não me envergonho de nada. Mas se cair de novo, só vão rolar as lágrimas, não tem jeito. Não tem o que fazer — resignou-se
Desde o episódio dramático, a vida do torcedor mudou. Ele deixou o Rio e foi para São Paulo, onde trabalha em uma loja de roupas e conheceu sua mulher. O que não diminuiu foi sua paixão pelo Vasco, mesmo depois da decepção vivida em 2008. Fernando ainda acompanha as partidas do time, tanto no Rio, quanto fora da cidade. Ele promete estar em Joinville na última rodada, contra o Atlético-PR, e ainda alimenta a expectativa de que o fim de tudo possa ser diferente desta vez:
— A esperança é a última que morre. Temos de seguir torcendo. A situação este ano ainda é pior do que a de 2008, mas eu ainda acredito.
A mesma crença não existe mais em relação ao presidente Roberto Dinamite, a quem atribui a culpa pelo momento do clube. Fase que, com exceção de 2011, tem se mostrado de mais tristezas do que alegrias. Em meio às lembranças cada vez mais distantes dos anos de ouro, entre 1997 e 2000, Fernando se recorda do que passou por sua cabeça quando decidiu subir a marquise e se jogar.
— Quando o Vasco caiu, bateu um desespero, senti que poderíamos virar um Santa Cruz, caindo nas divisões sem parar. Com o clube devendo a Deus e o mundo, fiquei desesperado, pensei que não ia ter mais solução — afirmou


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