24 de dez. de 2013

Proposta da China divide Aloísio, que vai definir futuro nos próximos dias

Aloísio entrevista São Paulo (Foto: Gustavo Serbonchini)Aloísio, do São Paulo (Foto: Gustavo Serbonchini)
Uma decisão complicada. Aloísio está feliz no São Paulo. Joga no time do coração, conquistou o torcedor com luta, gols e voadoras e se tornou até personagem de marketing dentro do clube com o qual tem contrato até junho de 2014. Só que essa história pode ser interrompida por causa da proposta que recebeu do Shandong Luneng, da China. A oferta é quase quatro vezes maior do que o salário que o atleta recebe no Morumbi.

Ganhar mais e ajudar os parentes é algo que balança o Boi Bandido. Aloísio é o chefe da família. Perdeu o pai cedo e tem um irmão que necessita de cuidados médicos especiais o tempo todo e que mora com a mãe em Araranguá, Santa Catarina. Pela oferta substanciosa, a tendência é que Aloísio se aventure no mercado asiático por um ano e meio.

Na entrevista que concedeu ao GloboEsporte.com, o atacante, que foi um dos artilheiros da equipe em 2013, com 22 gols, falou que os chineses já haviam o procurado no meio do ano, pouco antes da final da Recopa Sul-Americana, contra o Corinthians. Naquela ocasião, ele não quis nem conversar, já que o São Paulo lutava contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
 A proposta que recebi no meio do ano iria mudar a minha vida, mas preferi ficar. Agora estou lendo e ouvindo muita coisa. Meus empresários disseram que existe uma oferta e que é muito boa, mas ainda não sentamos para conversar.
Aloísio
 O empresário Eduardo Uram e o representante Sergio Basica vão definir a questão na próxima semana para que tudo esteja definido até o dia 6 de janeiro, data da reapresentação do elenco tricolor no CT Laudo Natel, em Cotia.

– A proposta que recebi no meio do ano iria mudar a minha vida, mas preferi ficar. Agora estou lendo e ouvindo muita coisa. Meus empresários disseram que existe uma oferta e que é muito boa, mas ainda não sentamos para conversar. Só quero curtir minhas férias. Vou falar de trabalho quando voltar para São Paulo – afirmou.

Aloísio não esconde o carinho que tem pelo Tricolor.

– Desde o primeiro dia em que vesti a camisa do São Paulo, senti algo diferente e um carinho muito especial por esse clube. Eu me identifiquei demais. Se hoje eu sou reconhecido nas ruas, devo muito ao São Paulo. Mas não posso prometer nada porque no futebol as coisas acontecem muito rápido. 
 O Boi Bandido negou que tivesse pedido aumento salarial para ficar no São Paulo. 

– Sou funcionário do clube, tenho contrato assinado e preciso cumprir o que foi acordado no início. Como vou reclamar de não ter ganho aumento? Quem é que conhecia o Aloisio antes de eu chegar aqui? Muita gente ainda criticou a diretoria do São Paulo quando me trouxe porque eu jogava em um clube que não fez uma boa campanha no Brasileiro. Mas eles apostaram em mim e confiaram no meu futebol.

O discurso de Aloísio bate com o do vice-presidente de futebol do Tricolor, João Paulo de Jesus Lopes. O dirigente disse que, por contrato, o São Paulo não pode dar aumento ao jogador, já que ele pertence ao Tombense (MG), clube usado por Eduardo Uram para registrar seus atletas.

O dilema de Aloísio existe também porque ele acredita que, depois de tantas dificuldades, o time tem tudo para reagir em 2014 e voltar a brigar por títulos. 

– A diretoria está trabalhando duro para montar um time forte e que apague a má impressão que deixamos em 2013. Temos tudo para reagir e voltarmos a ser o São Paulo que todos estão acostumados, lutando por títulos e sendo protagonista – disse Aloísio, que ressaltou não ter, porém, como garantir sua permanência no clube.

– Eu tenho uma família e sou o responsável por ela. É óbvio que penso no futuro deles antes de tomar as minhas decisões porque algumas pessoas dependem de mim. Tudo o que faço é decidido com o apoio deles. Queria vir aqui e falar que vou continuar, mas no futebol, você não pode resolver as coisas com a emoção. O carinho que recebo do torcedor é algo fantástico. Serei eternamente grato. Uma coisa eu posso garantir. Se sair, vou e volto para cá – completou

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