2 de jun. de 2012

Mexida global no mercado de patrocínios e fornecedores de materiais


Fugindo um pouco do affair Ronaldinho, por enquanto.)
A Nike informou ao mercado que colocou à venda a Umbro, além de estar procurando comprador para a linha Cole Haan.  A intenção, segundo a direção da empresa, é focar nos produtos Nike, mantendo, ainda, as linhas paralelas Jordan, Converse e Hurley.
A Umbro foi adquirida em 2008 por cerca de 600 milhões de dólares,  sem, contudo, apresentar o retorno que se imaginava. A empresa tem presença forte no futebol e acabava dividindo as atenções nesse mercado, muito provavelmente contribuindo para uma queda nos índices de retorno, ao invés de alavancar os ganhos da corporação. Ou seja, na prática maiis atrapalhava do que ajudava.
Não por coincidência, Esse comunicado de quinta-feira acontece poucas semanas depois que o campeão da Premier League, o Manchester City, trocou a Umbro pela Nike. O novo contrato terá início na temporada 2013/2014, prolongando-se até 30 de junho de 2019, num total de seis temporadas, com a Nike fornecendo todo o material de jogo, treinos e linhas relacionadas diversas. A Umbro continuará presente no uniforme doscitizens até 30 de junho de 2013.
Mark Parker, presidente e CEO da Nike foi claro no comunicado: “Vemos tremendas oportunidades para acelerar nossos ganhos em todo o mundo, entregando produtos inovadores e inspirando os consumidores com a marca Nike.” A Nike é uma empresa totalmente marketing oriented, ou seja voltada para o marketing, que é quem dá as cartas, ao contrário de empresas product oriented. Uma empresa marketing oriented é, basicamente, tanto na teoria como na prática, uma empresa orientada para o consumidor, orientada para descobrir, conhecer e atender ao desejo do consumidor, enquanto uma empresa às antigas, do tipo product oriented, como já diz o nome é voltada para o seu produto, buscando para ele melhorias e desenvolvimentos, esperando que o consumidor faça a opção de compra a partir dessa visão. É bom que se diga, a bem da verdade e atualidade, que empresas voltadas para o produto há muito vêm decaindo no mercado, restando-lhes como tábua de salvação uma mudança na filosofia e na prática, coisas mais fáceis de planejar e falar do que fazer.
Bom, e daí? Isso aqui é um blog de futebol ou uma coluna com pretensões marqueteiras?
Futebol, futebol, pode ficar tranquilo, torcedor-leitor ou leitor-torcedor. Lembra do post sobre a proposta Adidas ao Flamengo? Dez anos de contrato por 350 milhões de reais? E todo o teretetê de fazer do Flamengo um de seus clubes A? Lembra, também, da Vulcabrás trocando Reebok (marca da Adidas) por Olympikus (marca própria) no Cruzeiro? E da recente investida da Nike no mercado do futebol de Pindorama, a doce terra das palmeiras (sem sabiás, apesar do que disse o poeta), trazendo para seu colo o Santos, Internacional, Coritiba e Bahia, para fazer companhia ao Corinthians e à Seleção Brasileira?
Pois bem, todos eles são movimentos de uma grande dança global, provavelmente uma valsa, com movimentos suaves, mesmo que rápidos, com marcas ora buscando posicionamentos nos mercados, ora buscando fortalecer-se nos mercados em que já atuam. Para continuar dançando bem, com bons parceiros, sem os quais não se pode dançar bem, a Adidas pretende tirar o Flamengo e, com certeza, como disse no post citado acima, não se restringirá ao clube da Gávea e terá de buscar mais parceiros, novos parceiros, agitando um bocado o salão.
A globalização no mundo da bola vai muito além das simples idas & vindas de atletas e sinais de transmissão.

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