Cem anos, um dia e cinco minutos depois, Flamengo e Fluminense voltarão a se enfrentar após o primeiro duelo emblemático. No dia 7 de julho de 1912, às 15h55m, era dado o pontapé inicial de uma rivalidade com motivos de sobra para ser comemorada. A partida do próximo dia 8 será pelo Campeonato Brasileiro. A primeira, pelo Carioca, nas Laranjeiras, vencida pelos tricolores por 3 a 2, deu bem a ideia de como seriam os quase 400 confrontos que se seguiram do clássico considerado dos mais charmosos do futebol brasileiro.
Inúmeros troféus já foram disputados em grandes finais, até hoje na memória de tricolores e rubro-negros. Quem se esquece dos gols de Assis em 1983 e 1984? Ou da barriga de Renato Gaúcho, que deu o Carioca de 1995 para o Flu? Ou então dos gols de Doval e Júnior pelas finais dos estaduais de 1972 e 1991, com festa rubro-negra? Na ocasião, cada clube levantou a sua taça. Desta vez, a história será diferente.
Para homenagear os protagonistas, a TV Globo, que transmitirá não só a partida como também os festejos, confeccionou um troféu com característica muito particular. A obra se divide em duas: uma metade vai para cada clube. A parte rubro-negra recebeu o nome de Mario Filho. A tricolor foi batizada de Nelson Rodrigues. A missão de criar a taça diferente coube ao designer e diretor de arte da Globo Roberto Stein. Após muito estudo, reuniões e debates, a solução encontrada foi um "X" estilizado para ser dividido.
Segundo Roberto, que trabalha na equipe do designer Hans Donner - criador do logotipo da TV Globo e das vinhetas dos principais programas da emissora -, o modelo é fruto de vários conceitos como união, rivalidade e, obviamente, a beleza. Tudo isso até chegar ao resultado final, que será entregue no dia do jogo, no Engenhão.
- Ao mesmo tempo que existe a rivalidade, o versus, existe a união, o encontro, a história de um ter vindo do outro. Unimos então duas peças que formam um "X", que consegue simbolizar esta história e ao mesmo tempo se desmembram para que cada clube fique com uma metade. É um retrato do que acontece em campo - explicou.
Roberto disse que projetou o troféu para ser feito em cristal. No entanto, a dificuldade em conseguir o material fez com que optasse pela resina, o que gerou mudanças no design da escultura de 28 centímetros de altura e já em fase final de produção.
- Não foi fácil adaptar, mas no fim vai ficar muito bonito - afirmou.
Com o troféu, Roberto Stein sabe que vai entrar para a história do clássico. Mas o designer não é um grande fã de futebol. Sequer tem um clube de coração. Com isso, lança mão do velho clichê de "que vença o melhor" quando a bola rolar. E ainda brinca, dizendo que a sua taça será levantada por todos.
- Afinal de contas, dá para dividir (risos). É uma honra participar de um jogo tão importante, mas não sou muito fã e não tenho torcida definida, não. Realmente para mim é o tradicional "que vença o melhor" mesmo.
Preliminar com celebridades
Astros da TV e da bola farão o Fla-Flu da preliminar na festa do centenário. Os times terão artistas da TV, músicos e ex-jogadores. No intervalo, ex-atletas que tiverem atuado pelos dois clubes poderão trocar de camisa e atuar pela outra equipe.
A ideia da integração entre as torcidas continua na entrada em campo. Os jogadores do Flamengo e do Fluminense, que já entrarão com medalhas comemorativas no peito por participarem da festa, terão a companhia de crianças do clube rival. Ou seja: o time do Fla entrará cercado de crianças tricolores, e o time do Flu terá ao redor crianças rubro-negras.
Quando estiverem no centro do gramado, as crianças trocarão de lado para a execução do Hino Nacional, que será feita pela Banda Marcial dos Fuzileiros Navais. Dudu Nobre e Toni Platão cantarão os hinos do Flamengo e do Fluminense.
Nos próximos dias, até a data do confronto, o GLOBOESPORTE.COM vai relembrar momentos marcantes desses confrontos, com personagens e histórias curiosas de um dos clássicos mais charmosos do Brasil
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