27 de jun. de 2012

Insuportável leveza do Joel


Domingo foi um baita dia pra assistir uma partida e lavar louça. Ou preencher buraco no rodapé de casa. Depende do seu gosto e sua necessidade, claro. Certamente o futebol do Mengão agilizou várias tarefas malas nas casas desse Brasilzão, mas não posso ser injusto, teve lado bom! Aparentemente estamos livres de Wellinton. O problema é que nossa frágil zaga agora tem um novo Wellinton, o Marllon. É muito L para pouca luta, caras. Tamo precisando duma novidade, qualquer qualidade aí que fuja desse marasmo tá valendo, desde que não fiquemos atolados num passado Juanístico. A obsessão com as mesmas coisas leva o Flamengo de hoje não só a ficar estagnado, mas a piorar. Piorar! Eu tava quase copiando o texto da semana passada sem avisar, só pra ver se alguém sacava que aquele tédio desgraçado permanece insuportavelmente intacto.
Mas deixemos este assunto “obsessão com jogadores que já estão acabados, mas que torcem pro Flamengo e por isso estão sempre cotados para dar alento aos corações machucados da maior torcida do mundo”. Dediquemos atenção ao nosso time. Os nomes até mudam, mas o time é o mesmo. A (anti)escalação está na boca do povo, como diriam os velhos personagens do futebol. Joel deveria estar feliz, todo mundo sabe quem joga no time titular. Tem o mediano pra baixo Victor, o Marllonwellinton, o gringo, aí tem o volante 1, volante 2, volante lateral, volante volante, volante zagueiro, volante meia, volante que chora e desiste da jogada, volante que dá entrevista mas não joga nada, volante sem direção e o Love.
Te liberta, Mengão!
E aí tem o Joel, que simplesmente sairá triturado para todo o sempre do Flamengo. Acabou 2007, acabou milagre do anti-rebaixamento de 2005. Acabou Tropa de Elite, acabou papai, esta família nuclear se desfez. Mais uma para as estatísticas. A leveza com que ele fala sobre o caos está me dando nos nervos. Ainsustentável leveza do Joel é provocação pura. “Podem me cobrar”. O que diabos isso quer dizer? Nada. Grandes coisas cobrar. Imaginem a cena: o óbvio aconteceu e o time idiota dele não foi campeão. Como é que se faz essa cobrança? “Pô, Joel, não foi campeão e tal, e aí, estou cobrando, o que é que você vai pagar?”
Só aceito essa frase do “pode me cobrar” se acompanhada de uma promessa real. “Vamos chegar com os volantes e o Hernane, podem me cobrar, se não rolar eu dou todos os meus apartamentos para as vítimas dessa tempestade de lixo tóxico que será a campanha do time que estou armando”. Aí, sim. Ficar na promessa vazia com cachecol e camisa curta, meu amigo, é fácil demais. Ou tá frio ou tá calor.
Por outro lado, vejo com um pequeno ceticismo a louca esperança de salvação em torno de nomes individuais isolados singulares. É o caso do Guardiola da América, o Sampaoli. Técnico ultra fera, cuja característica é anti-joelsantaneana, ou seja, tem a ver com prazos, tem a ver com repetição, treino sério e tem a ver com critérios técnicos acima de tudo. Demora, não é rápido, e precisa de apoio e segurança da direção do clube. Fico, portanto, na torcida para que ele venha e também para que a torcida esteja ciente dessas ciladas características do futebol profissional de várzea praticado por aqui e não se desespere quando se der conta que não existe solução urgente para nossa situação.
OK, vamos à música, esta sim rápida e urgente: My old man´s a fatso, dos californianos Angry Samoans, é um som que está presente nos dois primeiros discos deles (Inside my brain, 1980 e Back from Samoa, 1982). Esta é a versão do segundo disco, um pouco mais rápida. Punk rock de primeira qualidade, cheio de raiva, como deve ser. Bom pra andar de skate e xingar o Joel. O nome da música não guarda nenhuma relação factual com qualquer tipo de característica do nosso treineiro, no entanto.
PS: Camacho neles.
PS2: A imagem lá em cima é um trabalho do artista Lielzo Azambuja e está sendo exposto na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Rondi Ramone defende também a entrada de animais não-humanos nos treinos equinos do Flamengo

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