27 de jun. de 2012

ROMARINHO CALA 50 MIL BOCAS NA ARGENTINA E DÁ EMPATE AO TIMÃO


  • momento decisivo
    40 min
    Gol de Romarinho
    O novato atacante do Timão entrou em campo para brilhar. Em seu primeiro toque na bola, após lindo passe de Emerson, o garoto tocou na saída de Orión: 1 a 1.
  • deu errado
    Liedson
    Corinthians
    É evidente que a fase do atacante não é das melhores. Mas Tite o escolheu para vaga do lesionado Jorge Henrique. A mudança tirou a rapidez do ataque corintiano.
  • arbitragem
    E. Osses
    Na orelha
    O chileno recebeu marcação cerrada de Riquelme no primeiro tempo. O argentino só parou de reclamar quando levou amarelo. No resto, teve atuação regular.
A CRÔNICA
por Alexandre Lozetti e Carlos A. Ferrari
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Ele não é filho de Romário, como achou parte da imprensa argentina, mas tem a estrela, a frieza e o oportunismo do tetracampeão. Romarinho pode até mesmo não comemorar o título da Libertadores com o Corinthians, mas nos próximos sete dias, certamente, seu nome estará nas orações e nos agradecimentos de cada um dos mais de 30 milhões de alvinegros. Foi do garoto, aos 40 minutos do segundo tempo, o gol do empate por 1 a 1 com o Boca Juniors, na lotada La Bombonera, em Buenos Aires, no primeiro jogo da final da Taça Libertadores da América.
A partida de volta está marcada para a próxima quarta-feira, às 21h50, no estádio do Pacaembu. Como não há na decisão o critério do gol como visitante, um novo empate leva a decisão para prorrogação. Se persistir, pênaltis.
Paulinho e Riquelme na partida do Corinthians contra o Boca Juniors (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Paulinho na cola de Riquelme, observado também por Alessandro (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Gente grande
Não importa se é a primeira ou a décima, final de Libertadores aumenta a adrenalina e deixa os nervos à flor da pele. Ainda mais quando do outro lado está o multicampeão Boca Juniors. Mas o “novato” Corinthians não se amedrontou, pegou um pouco da catimba argentina e iniciou uma sequência de provocações.
Logo de cara, em uma disputa na lateral direita, Paulinho chutou a bola em cima de Erviti, como se dissesse “aqui é Corinthians, mano”. No mesmo lance, Alessandro chegou firme no jogador do Boca. O Timão parecia saber que o camisa 11 xeneise era o barril de pólvora da equipe da Bombonera.
Maradona na torcida do Boca Juniors Libertadores Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Maradona assiste ao jogo em seu camarote na Bombonera (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Maduro como se tivesse em sua décima decisão, o Corinthians criou a primeira chance do jogo, em belo chute de longe de Paulinho (sempre ele). Orión fez excelente defesa. O tempo passou, o Boca tentou, o Timão marcou e Erviti provocou. Tanto que desentendeu com Emerson Sheik e soltou um forte palavrão.
- Se a gente aceitar que só eles falem não dá, não pode – reclamou Sheik, no intervalo, em entrevista ao repórter Mauro Naves, da TV Globo.
Impaciente, o Boca Juniors apostou na catimba, mas quando acertou o toque de bola mostrou que não tem nada de “meia-boca”, para felicidade de Maradona, ídolo do clube e que estava em seu camarote na Bombonera. Aos 34 minutos, Mouche deu ótimo cruzamento para Santiago Silva pegar de primeiro, de voleio. Não fosse o corte providencial de Alessandro, mesmo que sem querer, seria gol.
E o primeiro tempo da grande final foi assim. Um Corinthians maduro, segurando um Boca Juniors impaciente, ora no “toca y me voy” ora na catimba. A nota triste, para os corintianos, ficou por conta da saída precoce de Jorge Henrique, aos 38 minutos, para a entrada de Liedson. O atacante sentiu a coxa direita.
- Esperei tanto por esse momento... Mas vou ficar torcendo para que tudo dê certo. Vou tratar e ver se consigo jogar lá em São Paulo – avisou Jorge Henrique.
Santiago Silva na oartida do Boca Juniors contra o Corinthians final (Foto: AP)Santiago Silva, no instante em que acertou voleio. Alessandro salvou o Corinthians (Foto: AP)
De boca aberta

Se na etapa inicial o Boca Juniors, em alguns momentos, cadenciou a partida e esperou por uma falha do adversário ou uma desatenção, logo nos primeiros minutos do segundo tempo a postura foi outra. Ofensivo, o time xeneise partiu para cima e encurralou o Corinthians no campo de defesa.
A maturidade e paciência do Timão do primeiro tempo pareciam ter ficado no vestiário. Pouco combativo e dando espaço para o bom toque de bola do meio-campo argentino, o time do técnico Tite não conseguia se achar. Enquanto isso, o Boca, experiente, foi ganhando espaço no campo de ataque.
O Corinthians, porém, não chegou à decisão da Libertadores por acaso. Experiente, o Timão era perigos no contra-ataque. Mas também conta com uma muralha no gol: Cássio. Aos 15 minutos, o camisa 24 do time alvinegro segurou chute de Mouche, de dentro da área, e fez milhões de corintianos suspirarem de alívio.
Mas o Boca Juniors cresceu muito na partida. Empurrado por sua incansável torcida, os xeneises insistiram, não deram sossego ao Corinthians. E foram recompensados aos 28 minutos. Mouche cobrou escanteio, após desvio, Santiago Silva cabeceou, Chicão, com a mão, tirou em cima da linha e Roncaglia marcou.
Pela mão na bola no lance, o zagueiro corintiano levou só cartão amarelo. Se já estava recuado, sem muita força ofensiva antes do gol do Boca, depois o Timão foi ainda mais pressionado. O time de Buenos Aires viu que os brasileiros sentiram o gol sofrido e tentaram se aproximar para aumentar a vantagem.
Mas os argentinos não contavam com uma pequena alteração do Corinthians. Pequena mesmo. Romarinho entrou no lugar de Danilo para brilhar. Credenciado pelos dois gols na vitória sobre o Palmeiras, pelo Brasileirão, o atacante “vetou” Willian do banco e fez o gol de empate aos 40 minutos.
O passe preciso de Emerson Sheik deixou Romarinho em posição privilegiada. Com frieza de jogador experiente, o garoto tocou na saída de Orión: 1 a 1. Na comemoração, ele parecia não saber a grandeza do seu chute, a emoção que causou e o alívio que deu a milhões de corintianos.
Mas a Fiel agradece!

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