2 de jun. de 2012

Com cara de Chelsea, Inglaterra vence a Bélgica, mas não convence


Uma Inglaterra com cara de Chelsea. Isso foi o que se viu neste sábado, em Wembley, na vitória por 1 a 0 sobre a Bélgica, no último amistoso dos comandados de Roy Hodgson antes da Eurocopa. Excessivamente preocupado com a marcação e deixando o adversário com maior posse de bola, o English Team foi fiel à estratégia que levou os Blues ao topo da Europa, há duas semanas, e conseguiu a vitória graças a gol de Welbeck – com cara de Drogba – em contra-ataque rápido.
A partida serviu também para que os ingleses conhecessem de perto Eden Hazard, nova aposta do Chelsea, que até demonstrou movimentação, mas pouco fez com a camisa belga. A notícia preocupante da tarde em Londres foi a lesão de Cahill, no maxilar, que pode fazer com que o defensor siga os passos de Lampard e Barry, cortados da Euro.
Agora, enquanto os belgas vão curtir férias, os ingleses seguem para a Ucrânia, onde enfrentam a França, em Donetsk, no dia 11, na primeira rodada do Grupo D. Na sequência, o time vai a Kiev para enfrentar a Suécia, dia 15, e volta para a cidade do Shaktar, onde pega a Ucrânia, dia 19.
Welbeck gol Inglaterra (Foto: AP)Danny Welbeck marcou seu primeiro gol pela seleção inglesa (Foto: AP)
Bélgica domina. Inglaterra sai na frente

O panorama para a Inglaterra na Euro-2012 não é dos mais animadores. Já sem o principal jogador, Wayne Rooney, suspenso nas duas primeiras rodadas da fase de grupo, perdeu ainda os titulares Lampard e Barry por lesão na última semana. Entretanto, o torcedor inglês preferiu trocar a desconfiança pelo apoio e lotou Wembley no último amistoso antes da viagem para Polônia e Ucrânia. Pòuco mais de 85 mil torcedores estiveram no estádio. E vestido em sua maioria de branco, o público viu um English Team com cara de Chelsea diante da Bélgica.
Coincidência ou não, Roy Hodgson armou sua equipe com características bem semelhantes aos Blues que conquistaram a Europa há duas semanas. E a estratégia deu certo no primeiro tempo. Primando pela defesa, mesmo jogando em casa, os ingleses não se incomodaram com o papel de “coadjuvantes” diante de uma Bélgica que sequer está classificada para a competição continental. Com nomes como Hazard, nova aposta do Chelsea, e Dembele, do Fulham e que também desperta interesse dos grandes, os belgas tiveram amplo domínio na posse de bola na primeira etapa, enquanto a Inglaterra optou por espetadas esporádicas.
Com Milner e Parker compondo o meio de campo ao lado de Gerrard, os ingleses permaneciam quase todo o tempo atrás da linha da bola, confiando na velocidade do trio de ataque Oxlade-Chamberlain, Danny Welbeck e Ashley Young. Mesmo sem Kompany, eleito o melhor jogador do último Campeonato Inglês, pelo Manchester City, e que se lesionou no aquecimento, a Bélgica conseguia neutralizar as tentativas de contra-golpe dos ingleses, mas, por outro lado, era pouco eficaz no ataque.
Homeganem Rainha Elizabeth Inglaterra (Foto: Reuters)Torcedores homenageiam Rainha Elizabeth, que completa 60 anos no trono britânico (Foto: Reuters)
Correndo de um lado para o outro, Hazard não repetia as boas atuações dos tempos de Lille e o jogo se tornou monótono diante da falta de criatividade belga e da paciência inglesa. Nos 30 minutos iniciais, os visitantes assustaram apenas em um chute de longe de Witsel, do Benfica, enquanto Milner, como elemento surpresa, era o destaque inglês.
Aos 37, porém, o “estilo Chelsea” entrou em ação. Marcando forte no começo do campo de defesa, a Inglaterra conseguiu roubar a bola com Gerrard, que ligou rápido Ashley Young na intermediária. Sem perder tempo, o camisa 10 fez valer o entrosamento com Welbeck e deixou o companheiro de United em excelentes condições. Na frente de Mignolet, o camisa 9 deu um bonito toque por cobertura e decretou: 1 a 0. Jogada eficiente e veloz.
Mudança no placar, mas não no panorama do jogo. A Bélgica com posse de bola inofensiva, a ponto de dois bons chutes de Gerrard serem responsáveis pelos únicos lances de perigo antes do fim da primeira etapa.
Apesar da vitória no primeiro tempo, nem tudo deu certo no planejamento inglês nos 45 minutos inicias: como se não bastassem os cortes de Lampard e Barry, Cahill se chocou com Hart após dividida com Mertens de deixou o campo com um problema na mandíbula, passando a ser dúvida para a Euro-2012.
Cahill lesão Inglaterra (Foto: Reuters)Cahill deixa o campo lesionado: zagueiro pode ser mais um problema para a Euro (Foto: Reuters)
Muitas mudanças e pouco futebol
A vitória parcial parecia ser suficiente para o time de Roy Hodgson, que pouco fez para ser mais incisivo no segundo tempo. Como a Bélgica também estava longe de se mostrar preocupada em pressionar em busca do empate, a partida se tornou monótona, com raras chances de gol e maior movimentação da placa de substituições.
Já sem dois titulares e com o recente problema de Cahill, o treinador inglês optou por poupar a maior parte da provável equipe titular para estreia e fez cinco substituições, colocando, inclusive, Wayne Rooney em campo. Apontado pelo próprio comandante durante a semana como “peça-chave” no elenco, o atacante do United fez pouco.
Nitidamente sem uma cara, o time inglês era refém de jogadas individuais, como quando Defoe acertou a trave, aos 36, ou avanços imponentes de Gerrard, o melhor em campo. Já a Bélgica, que assustou apenas em chutes de longe, levou a segunda etapa em ritmo férias e sem se incomodar com o revés por 1 a 0.
A vitória que não empolgou muito, mas que, para os ingleses, pode ser suficiente para conquistar a Europa. Afinal, o exemplo mora ao lado.

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