3 de fev. de 2014

Desapega, Jayme!

Até que o Flamengo x Macaé de ontem, jogo decisivo para o desfecho do emocionante e disputadíssimo campeonato, não foi dos piores. O Macaé, que é o exemplo mais próximo de time petrodolarizado que o pujante futebol carioca possui, tem uma camisa bonita. Azul clara e branca, muito maneira mesmo.
O Flamengo entrou no zoado gramado do Raulino um pouco avoado e em poucos minutos já tinha pênalti pros alemão. O cara bateu, Felipe foi lá no canto, trabalhou e manteve a escrita do Mengão não tomar gol de pênalti em Volta Redonda quando é mandante no campeonato carioca desse ano. Tá em boa fase o Felipe.
O Flamengo sentiu o golpe da bola na trave, que funcionou como poderoso estimulante moral, e foi pra cima do Macaé como manda o protocolo, martelando o martelão até abrirem as pernas. Ninguém tinha sido avisado que esse joguinho chinfrim era a estreia oficial de Hernane, que de surpresa começou a aparecer daquele jeito maluco no caminho da bola. Que venha de onde vier, rápida ou devagar, rasteira ou pelo alto, bate no cara e entra. É impressionante o Brocador. Fez só 4 gols, mas é começo de temporada e estou confiante que ele vai melhorar com a sequencia de jogos.
Hernane também mandou malzão na musica que pediu no Fanta, mas nesse campo específico do conhecimento humano não nutro esperanças de melhora. Mas isso não é problema, se não gostamos da música sempre nos restará a poesia. O Grande Dragão Branco é o melhor filme do Van Dame. Enquanto a porrada come, outro gol do Hernane. No filme um lutador perverso joga no herói um pó que o cega. Enquanto Van Dame luta sem ver nada, rolou até um golzinho do Negueba.
Com uma porrada de gol saindo não tem como desgostar do jogo. Mas fora os 7 gols, vi coisas legais no jogo. Umas boas jogadas do Leo Moura que comprovam a importância de ter uma sombra na lateral direita. Com esse clima senegalesco que assola o estado inteiro nessa época do ano, naquela faixa sombreada do gramado é bem mais fresquinho e favorece quem tem toque de bola. Leo Moura tá jogando muito, como se tivesse a titularidade ameaçada.
Também vi boas jogadas de Muralha, Elano, Gabriel e Amaral, que acertou passes difíceis e errou pouquíssimo. O Erazzo (se diz Eraço) estreou meio mais ou menos e até agora só deu pra confirmar que é um negão alto e forte. Enquanto zagueiro-xerife-mantenedor-da-ordem-na-cozinha Erazzo mostrou que manja os paranauê da posição conseguindo a façanha de levar dois cartões no jogo, sendo que recebeu o vermelho deitado na maca, convalescendo de um ferimento de guerra. Esse é legionário.
Ser expulso deitado é um fato raro, que transmitiu aos atacantes da nossa jurisdição, em especial aos mais pipoqueiros, uma imagem de ferocidade e inclemência que certamente lhe será útil em futuro breve. Ser expulso foi vacilo, mas não devemos cornetar El Elegante após apenas um jogo. Mesmo porque zagueiro que se preza não recebe o Prêmio Belfort Duarte.
Vamos nos poupar de presepadas comemorativas pela liderança do carioqueta. Além de ser obrigação, carioqueta vale nada, ninguém vai, os jogos são ruins. Comemorar isso tem afinidade espiritual com o leitmotiv do funk ostentação. Que é basicamente morar mal pra cacete, se fuder no transporte publico, ganhar pouco, ser esculachado pelos seguranças de shopping e ficar feliz porque comprou um tênis que custa mais que um salário mínimo. Compostura, mulambada, compostura.
O placar elástico não nos permite ocultar a verdade. Do ultimo jogo pra esse rolou evolução pra quase todo mundo. Menos pro mala do Carlos Eduardo, que continua a ser o velho saco de jujuba inofensivo e prega presa do ano passado. Não tenho menor duvida sobre as qualidades do Jayme como treinador, mas essa insistência com Carlos Eduardo com a 10 é pra destroçar a reputação de qualquer aspirante a Rinus Michels.
Todo mundo já sabe que o Carlos Eduardo foi uma aposta. Mas todo mudo também já sabe que a aposta deu errado, o cavalo era um matungo. Beleza, vida que segue, não se pode acertar em todas. Mas, fala sério, nunca vi alguém insistir tanto tempo numa aposta errada. Parem de apostar nesse pangaré, ele nunca será. E Libertadores é pra quem está acordado. Desapega, Jayme.
Mengão Sempre
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.

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