2 de fev. de 2014

Os problemas de Felipão, a 130 dias da Copa do Mundo

Felipão convocará a seleção no dia 11 para o amistoso contra a África do Sul, em março
Felipão convocará a seleção no dia 11 para o amistoso contra a África do Sul, em março Foto: Ivo Gonzalez
Marluci Martins
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O calendário informa: faltam três dias para o aniversário de Neymar e, por sorte, 130 ainda separam o Brasil da Copa do Mundo. Apesar de ter seu contrato cada vez mais devassado, o jovem ídolo apagará a velinha de 22 anos na quarta-feira com algumas felicidades na data querida. Entre elas, a certeza de um lugar de destaque na lista de convidados de Luiz Felipe Scolari para a maior festa do futebol mundial.
O inferno astral de Neymar é apenas uma das muitas dores de cabeça do técnico da seleção, Felipão, com um bolo recheado de problemas na mesa de trabalho. Ainda sem jogar devido a uma lesão no tornozelo direito sofrida há 17 dias, o camisa 10 do Brasil recupera o fôlego após os dribles nas cifras de sua transferência do Santos para o futebol espanhol. Tão escancarada quanto a sonegação é a crise conjugal entre um colega da seleção, o goleiro Julio Cesar, e o Queens Park Rangers, da Segunda Divisão Inglesa.
Assim como Neymar, Julio Cesar também vagou pelo departamento médico após fraturar, em setembro, um dedo da mão direita e luxar dois da esquerda. Somam-se ao time dos recém-contundidos mais dois titulares da seleção brasileira: Fred, recuperado de uma grave lesão na coxa direita, mas com a forma física comprometida pelos cinco meses de inatividade, e Paulinho, já refeito após uma entrada dura no seu tornozelo direito, no fim de dezembro, que o deixou quase um mês sem treinar com o time do Tottenham.
Após a conquista da Copa das Confederações, a massa do bolo desandou. Para o médico da seleção José Luiz Runco, porém, tudo está sob controle, embora o monitoramento seja feito à distância, baseado em informações passadas pelos clubes.
- Essas contusões não vão tirar nenhum jogador da Copa - tranquilizou, referindo-se às recentes lesões de Fred, Julio Cesar, Paulinho e Neymar. - A gente sempre tem contato com o departamento médico dos clubes, que nos municiam com informações. Mas quem define a linha do tratamento é o clube. A gente apenas acompanha - disse.
Runco não é o único a jogar no time dos otimistas. Assessor e amigo particular de Fred, o jornalista Francis Melo dá uma notícia que, sob o ponto de vista de Felipão, corresponde a um gol como um dos cinco que fizeram o atacante dividir a artilharia da Copa das Confederações com o espanhol Fernando Torres, no ano passado.
- Fred vai voar. Está confiante e se cuidando como nunca. Está até namorando. E, quando está namorando, ele fica quieto - revelou Francis, matando no peito o jejum de oito jogos, o maior do amigo no Fluminense.
Os seis meses de romance com a publicitária mineira sinalizam um bom entrosamento. É o que Felipão deseja aos jogadores que, no dia 11, serão convocados para o jogo contra a África do Sul, em março, último amistoso antes da lista definitiva (7 de maio) da Copa do Mundo.
Na lista de convidados , Neymar é candidato ao primeiro pedaço do bolo. Que o inferno astral o deixe em paz, portanto.
PAULINHO: 'NÃO PODE TIRAR O PÉ NUNCA'
Será que vale colocar numa dividida o pé que está a um passo da Copa? O apoiador Paulinho fez isso, sofreu uma entrada de Charlie Adam, do Stoke City, e, depois de desfalcar por 24 dias os treinos do Tottenham, garante que faria tudo outra vez.
- Quem quer jogar uma Copa não pode tirar o pé nunca - disse Paulinho, por e-mail, ao Jogo Extra. - Na hora, eu fiquei preocupado. Mas, logo depois, vi que não seria tão grave. Confio nos médicos e preparadores que cuidaram de mim. Estou 100% - acrescentou.
O ex-zagueiro Ricardo Gomes concorda com o apoiador da seleção, embora tenha ficado fora da histórica conquista do tetra, na Copa dos Estados Unidos, em 94, devido a uma lesão muscular.
- Por mais gabaritado que seja, o jogador tem que manter o seu alto rendimento. Tem que mostrar serviço - lembrou o ex-jogador, que sofreu uma distensão na coxa direita, na Califórnia, num amistoso contra El Salvador, a nove dias da estreia da seleção na Copa de 94.
O fim do sonho de Ricardo Gomes é um dos muitos exemplos a contaminar a cabeça do jogador, em tempo de Copa do Mundo. O médico da seleção José Luiz Runco acha natural o temor.
- Num primeiro momento, eles ficam preocupados. Mas, no auge da competição, se animam.
Para o psicólogo Paulo Ribeiro, com a experiência de 21 anos de Flamengo no currículo, o medo não combina com o esporte de alto nível.
- O jogador deve saber que existe o risco, mas não pode viver em função disso. Ou não terá condição de ser um atleta de alto rendimento. O risco é inerente à sua profissão. Assim como um açougueiro pode sofrer um corte na mão - destacou.
Paulo Ribeiro sugere ainda que sejam filtradas as polêmicas que podem incomodar Neymar, sobre quem recaem todas as expectativas.
- Há coisas que não devem chegar a ele, mas somente aos agentes.


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