4 de fev. de 2014

Ex-técnico de Hernane defende convocação para a seleção e critica discriminação: ‘Jô não é melhor’

Hernane, destaque do Paulistão 2012, vem ratificando no futebol carioca o seu sucesso
Hernane, destaque do Paulistão 2012, vem ratificando no futebol carioca o seu sucesso Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
Marluci Martins
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Antes de se apresentar ao Flamengo, no meio de 2012, sob o gosto amargo da desconfiança, Hernane já “brocava” em outras freguesias. No Mogi Mirim, a vice-artilharia do Paulistão, naquele mesmo ano, quando foi superado apenas por Neymar, habilitou-o a vestir o manto e garantiu-lhe um fã: Guto Ferreira, seu técnico no clube do interior, defende, hoje, sua convocação para a seleção brasileira.
- Por que não? Seleção é para os que têm o melhor rendimento no momento. Você acha que o Jô é muito melhor do que o Hernane? Não é. De repente, tudo é mais difícil para o Hernane do que para o Jô, que tem no seu clube melhor parceria - elogia Guto, sem clube após ter deixado a Portuguesa no último domingo.
No Paulistão de 2011, defendendo o Paulista de Jundiaí, Hernane fez sete gols e chamou a atenção de Guto Ferreira, que só conseguiu levá-lo para o Mogi um ano depois. Para o treinador que acompanha-o tão de longe, o atacante vem tendo mais dificuldade com a discriminação do que com os zagueiros.
- Quando chegou ao Flamengo, Hernane sofreu discriminação. Ele entrava e fazia gol, mas queriam tirá-lo do time. Existe uma certa discriminação porque ele tem as pernas meio tortas, e seu futebol não é vistoso. Mas é um jogador terminal. O Nunes também não era um jogador de futebol vistoso - destaca o técnico.
Se, no Paulista de 2011, Hernane fez sete gols, no ano seguinte, já no Mogi, elevou a marca para 16, quatro a menos do que Neymar. A evolução, acompanhada de perto por Guto Ferreira, não foi uma surpresa. O jogador trabalhava feito um operário.
- Ele é um jogador que tem um posicionamento dentro da área muito bom. E é muito frio na hora de finalizar. É rápido e muito móvel. Em 2012, fez só um gol de cabeça. Hoje, o cabeceio é uma marca dele. O que quero é mostrar que é um jogador que trabalha muito. Não tem a estrela de fora de série do Neymar, mas está vencendo pelo trabalho. E, taticamente, ajuda demais na parte defensiva, pois marca os zagueiros - lembra Guto.
Aos que acham que, apesar dos quatro gols de domingo, o futebol de Hernane não é bonito, o treinador manda um recado:
- Hernane surgiu tarde. Ele não fez trabalho de base numa grande escola e, por isso, não ganhou o refinamento técnico. Somente na idade adulta foi contratado por uma grande escola. Seu grande trunfo é a humildade. Ele tem consciência das suas limitações e isso vem fazendo a diferença - encerra Guto Ferreira.


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