22 de jul. de 2013

Em clima de euforia, time do Olimpia viaja ao som de Xuxa e Reggaeton

Torcedores Olimpia (Foto: Alexandre Rezende)Torcedores paraguaios fazem festa na chegada a
Belo Horizonte (Foto: Alexandre Rezende)
Os atletas brasileiros costumam ouvir pagode e fazer um batuque nos ônibus antes das partidas. Os paraguaios também têm um ritual. Os jogadores e a comissão técnica do Olimpia chegaram a Belo Horizonte na noite desta segunda-feira, e o voo, de cerca de duas horas de duração, teve muita festa. A aeronave contava, além da delegação do finalista da Libertadores, com cerca de 180 “hinchas” olimpianos.
Ao som do Raggaeton, estilo musical muito tocado na América Latina, nos países que adotam a língua espanhola, os jogadores vieram cantando. No repertório, uma música brasileira. “Ilariê”, da Xuxa, ganhou uma versão para incentivar os jogadores do Olimpia.
- Tá na hora, tá na hora, tá na hora de ganhar. A quarta taça da Copa o Olimpia vai levar. Ilari, Ilariê, ô, ô, ô.  Ilari, Ilariê, ô, ô, ô.
O torcedor Geraldo Koopmann, de 22 anos, contou como foi o voo, que chegou à BH com duas horas de atraso. Ele disse que o clima entre os jogadores era de euforia. Foram os atletas que colocaram as músicas e puxaram os gritos de incentivo.
- Estávamos voando com os jogadores. No voo estávamos conversando com eles, com muita euforia, música, muita música. Os jogadores que colocaram a música, o som do reggaetom. Estavam cantando, estavam torcendo, entoando músicas da torcida do Olimpia. Todo mundo do voo acompanhou, estava um clima de muita euforia.
Confiante, Geraldo acredita que o Olimpia será tetracampeão da Libertadores. O clube venceu o torneiro em 1979, 1990 e 2002. No entanto, ele pede cuidado com o craque do Galo e atenção para Tardelli, a quem chama de fenômeno. 
- Eu acho que Olimpia vai levar a quarta taça. O perigo é o Ronaldinho, é um jogador que a qualquer momento pode fazer alguma coisa. Sempre vai ser um jogador perigoso. Tardelli dispensa comentários, é um fenômeno.
Na “surdina”
Apesar do barulho no voo, a delegação saiu à francesa do aeroporto. Os jogadores deixaram o avião e seguiram direto para o ônibus, que levou os atletas e a comissão técnica para um hotel. O local da hospedagem não foi revelado. Ricardo Tavarelli, diretor de futebol do Olimpia, explicou que a delegação paraguaia não está com medo dos torcedores atleticanos, até porque o Brasil vai sediar a Copa do Mundo no próximo ano e os jogadores confiam na segurança brasileira.
- De jeito nenhum. Ano que vem o Brasil tem Copa do Mundo e muita coisa para cuidar. Então, acho que tudo vai sair bem. Mas a gente tem que prever tudo. Porque isso é Taça Libertadores, e a gente sabe que é assim. É muito melhor prevenir do que depois remediar. 

Poucos torcedores se concentraram para recepcionar o Olimpia, no Aeroporto de Confins. Porém, os jogadores nem deram as caras no saguão do aeroporto. Eles entraram em um ônibus, que saiu da pista do pouso e seguiu direto para o hotel.
O atleticano Daniel Prates voltava de viagem no Rio de Janeiro, quando descobriu que o adversário da final da Libertadores estava desembarcando no aeroporto. Solitário, Daniel vestiu a bandeira do Galo que carregava na mochila e foi provocar os torcedores e a comissão técnica do Olimpia.
- Nem sabia que eles iam aparecer, foi sorte. Lá (no Paraguai) eles vão conhecer a torcida do Galo. Estranhei ter só eu aqui, achei que ia ter mais gente. Foguete vai ter no hotel deles, pode ter certeza. Se eles ficarem no condomínio ou em qualquer outro lugar.
Secadores de plantão
Se os paraguaios não tiveram uma recepção grandiosa por parte dos atleticanos, alguns cruzeirenses fizeram questão de mostrar seu apoio ao Olimpia. César Augusto, de 21 anos, trabalha no aeroporto e largou o serviço para recepcionar a delegação do alvinegro de Assunção. Ele garante que apesar de ter o Mineirão lotado a favor do Galo, na quarta-feira, o título vai para as mãos do Olimpia, que tem mais tradição.
- No Mineirão, vai ter a maioria da torcida a favor do Galo, mas o que vai valer é a qualidade do time do Olimpia, que é catimbeiro, tem tradição na Libertadores e vai ser campeão esse ano.
Torcedores Olimpia (Foto: Mauricio Paulucci)Flávio Michel, de 19 anos, comprou a réplica da
camisa do Olimpia (Foto: Mauricio Paulucci)
Flávio Michael, de 19 anos, não pensou duas vezes. Depois da vitória do Olimpia sobre o Galo, por 2 a 0, no jogo de ida, o cruzeirense garantiu a camisa do rival do Atlético-MG. Ele desembolsou cerca de R$ 30 e comprou uma réplica do uniforme do time paraguaio.
- O Galo perdeu na quarta e na quinta eu já fui comprar. A camisa é réplica, porque original só a do Cruzeiro. Pode estar jogando qualquer time contra o Galo, que eu apoio.
Paraguaios no Brasil
Um grupo de cinco paraguaios chegou antes do voo com a delegação do Olimpia. Todos uniformizados, demonstraram muita confiança. Diego Moreno, de 27 anos, acredita que a principal arma do time paraguaio é o conjunto.
- A arma principal do Olimpia é o elenco, todos juntos. Porque todos correm até o ultimo minuto. É muito por conta do espírito do Olimpia que estamos na final. Estamos bastante confiantes, por causa do resultado da última quarta e também pela história da camisa. Temos experiência, são sete finais de Libertadores, isso diz muito. Creio que podemos conseguir o resultado.
Torcedores Olimpia (Foto: Mauricio Paulucci)O torcedor Luís Martínez com o recipiente para tomar
a típica bebida do Paraguai (Foto: Mauricio Paulucci)
Luís Martínez veio acompanhado de um recipiente para tomar o Tererê, uma bebida típica do Paraguai. O vasilhame, é claro, tem as cores e o escudo do Olimpia. O torcedor de 26 anos explica o que contém na bebida.
- É uma bebida típica do meu país. Seu nome é Terere e este é o recipiente personalizado com as cores do Olimpia, para os torcedores. Água, gelo e uma erva, o tererê. É parecido com chimarrão, só que frio. É uma bebida refrescante, porque no nosso país quase sempre faz 38ºC, 40ºC

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