O estádio é novo, moderno, mas a dificuldade para conseguir um lugar não muda. A falta de organização tem sido a principal queixa de torcedores de Flamengo e Botafogo na saga para comprar ingressos para o clássico de domingo, no Maracanã, pela nona rodada do Brasileirão. Ver o retorno dos dois times ao palco depois de três anos não tem sido uma missão das mais fáceis.
Na quinta-feira, primeiro dia de venda nas bilheterias, a insatisfação foi geral nas redondezas do estádio devido à falta de informações e longas filas. Nesta sexta-feira, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, alegou que o serviço de baixa qualidade na comercialização dos bilhetes é reflexo da falta de experiência do clube e do Complexo Maracanã Entretenimento S.A, consórcio que administra o estádio.
- Espero que o principal serviço prestado ao torcedor seja o desempenho do Flamengo em campo. Houve uma série de problemas, isso em função da nossa inexperiência de lidar com algo desse tipo, nós e o consórcio Maracanã. Todos esses contratempos vão servir para que a gente possa melhorar nosso serviço daqui para frente – disse o mandatário.
Bandeira de Mello voltou a afirmar que não considera exagerado o valor cobrado pelas entradas para o clássico. A reabertura do Maracanã para os clubes no jogo entre Vasco e Fluminense, no último domingo, mostrou um estádio com boa ocupação apenas nos setores atrás dos gols, onde os ingressos foram mais baratos. Os setores centrais ficaram às moscas. No Flamengo x Botafogo o valor é ainda maior. Se entre cruzmaltinos e tricolores o preço de inteira mais barato foi de R$ 60, para o duelo entre rubro-negros e alvinegros este é de R$ 100.
Na justificativa, o presidente do Flamengo se contradiz. Primeiro, cita a alta dos ingressos como forma de combater a ação de cambistas.
- Tradicionalmente, os ingressos aqui do Rio têm 80% de meia-entrada, e o sócio pode pagar meia-entrada da meia-entrada. O ingresso sai a R$ 25 para ver Flamengo e Botafogo, na volta do Flamengo ao Maracanã. Se a gente reduz para R$ 40, a meia-entrada seria R$ 20, e para o sócio-torcedor seria R$ 10. Gostaria de ver o jogo com ingresso mais barato, mas nossa realidade não permite isso. Se o ingresso fosse muito barato, teríamos um problema com cambistas.
Depois, ao comentar a deficiência no serviço prestado ao público, diz que a ação dos cambistas nas bilheterias é algo corriqueiro para qualquer espetáculo.
- É uma coisa que não depende do Flamengo. Mas é um problema que não se restringe ao futebol. Qualquer espetáculo no Rio tem os cambistas. Se isso que vocês estão relatando é verdade (repasse de meia-entrada por parte de cambistas), isso é fraude, é crime. As autoridades com certeza vão reagir.
Na verdade, como mostrou matéria publicada pelo GLOBOESPORTE.COM em maio, cerca de 60% dos ingressos vendidos pelo Fla no Campeonato Carioca foram de meia entrada. Na média, 48% dos presentes aos estádios em jogos do time se beneficiaram de desconto.
Ainda sobre o tema, Bandeira de Mello levantou a possibilidade de rever os valores dos ingressos em um próximo compromisso do Flamengo no estádio, o que ainda não tem data para ocorrer.
- O Flamengo há muito tempo não joga aqui. Acredito que a questão dos preços não vai ser um problema grande dessa vez. Se for, a gente pode considerar o assunto das próximas vezes que o torcedor reclamar.
Até esta sexta-feira, 32 mil ingressos foram vendidos para o clássico.
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