O Brasil é tetracampeão da Copa das Confederações. Ainda em festa por mais um título, e pela exibição histórica diante da Espanha, a Seleção também tem motivos para se preocupar. Nas outras três vezes em que conquistou o “evento-teste”, no ano seguinte a equipe fracassou na tentativa de levantar a Copa do Mundo, principal competição do planeta.
Agora, Luiz Felipe Scolari terá um ano para melhorar os pontos negativos e, principalmente, não deixar que seus trunfos virem problemas.
Entre a euforia pelo título conquistado em casa sobre a temida Fúria, Felipão admite que sua seleção ainda está em formação e deve fazer mudanças, ou no mínimo experiências, no grupo até a Copa do Mundo de 2014. Ele torce para que a adaptação de Neymar ao Barcelona seja rápida e não atrapalhe o craque, que fez ótimo torneio.
Além disso, precisa contar com a boa forma física de jogadores importantes como Fred, Thiago Silva, Paulinho, que também jogará na Europa, e Oscar.
Mudanças 'fatais' no passado
Na época do primeiro título, em 1997, a Copa das Confederações era disputada no fim do ano, e não tinha sede no mesmo país do Mundial. Na Arábia Saudita, o Brasil trucidou a Austrália na final: 6 a 0. Mas os meses seguintes reservaram péssimas surpresas ao técnico Zagallo.
A maior esperança da Seleção era o ataque formado por Romário e Ronaldo. Na decisão diante dos australianos, cada um fez três gols. Mas o Baixinho chegou lesionado à fase de preparação para o Mundial da França, e foi cortado. Bebeto, em fase não tão boa quanto a de 1994, quando brilhou na equipe tetracampeã, se tornou titular.
O atacante não foi o único lesionado. Juninho Paulista exercia função importante na Seleção. Era o chamado “número um” do esquema 4-3-1-2 de Zagallo. Mas uma entrada muito forte do espanhol Michel Salgado no clássico de Madrid entre Atlético, time do brasileiro na época, e Real, o tirou da Copa do Mundo.
O técnico procurou um substituto ideal, escalou Giovanni na estreia, mas ele só ficou em campo por 45 minutos. Leonardo entrou, e Rivaldo passou a atuar como principal armador. Apesar da boa campanha, o Brasil foi derrotado facilmente pela França na final: 3 a 0 e um amargo vice-campeonato na casa dos vencedores.
O bi veio em 2005 com uma seleção empolgante: Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano infernizaram os adversários na Copa das Confederações da Alemanha. Os anfitriões caíram na semifinal, e a Argentina levou 4 a 1 na decisão. Um ano depois, porém, a equipe mudou. Ronaldo, recuperado de lesão, passou a integrar o grupo e substituiu Robinho.
O time não se encaixou bem com dois centroavantes, que não estavam no auge da forma física. Outra mudança em relação às Confederações foram os retornos dos veteranos Cafu e Roberto Carlos nas laterais. Antes, Cicinho e Gilberto eram os titulares.
Mais uma vez a França foi o algoz: 1 a 0 nas quartas de final, e o favoritismo da equipe treinada por Carlos Alberto Parreira foi para o ralo.
Na última edição da Copa das Confederações, a equipe eficiente de Dunga levou um susto ao sair perdendo a final para os Estados Unidos por 2 a 0, mas virou o jogo e conquistou o tri. As mudanças para o Mundial da África do Sul não chegaram a ser relevantes, mas um torneio maior, de sete jogos, revelou a deficiência no banco de reservas.
Dunga optou por não levar os jovens Neymar e Ganso, que impressionavam no início de suas carreiras pelo Santos, e não teve força para reagir à virada holandesa: nova eliminação nas quartas de final.
- Tabus existem para serem quebrados. Tenho certeza que se a seleção brasileira olhar para trás e ver os erros que aconteceram, não vai cometer de novo. Teremos de ter muita atenção porque será muito mais difícil, e levarmos essas lições conosco - disse Daniel Alves, que participou também do tri da Copa das Confederações, em 2009, e da queda na Copa de 2010.
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