22 de jul. de 2013

A Procura da Batida Perfeita

Já perdi a conta de quantas vezes o Flamengo foi até o Uruguai do Norte, abriu mão da sua ofensividade de raiz e passou o jogo com 11 atrás da linha da bola, sem ameaçar os sem-drenagem e no finzinho, feliz da vida por ter não ter perdido mais uma vez, deu bobeira e tomou aquele gol punitivo que joga todo o trabalho de defesa, contenção e destruição realizado em 90 minutos no lixo. Muito provavelmente foi em uma dessas mal sucedidas expedições do Flamengo às coxilhas que um acaciano loquaz cunhou o aforismo famoso “jogou como nunca, perdeu como sempre”.
Para qualquer torcedor rubro-negro normal, mesmo aquele sabedor das nossas limitações de casting e budget, sempre parecerá estranho, inadequado, bizarro e antinatural ver o Flamengo fugir de suas características históricas jogando recuado, fechadinho e medroso. Mesmo sabendo que com a turma que temos hoje na Gávea não dá pra partir pra cima de time nenhum no Brasileiro, fica sempre a impressão de que o Flamengo praticando o pragmático futebol de resultados é um pouco menos Flamengo. E muito menos Flamengo ainda quando depois de horas de defensivismo explícito nem o medíocre resultado pretendido aparece.
E olha que o time do Flamengo executou muito bem as instruções que recebeu. Chegou a surpreender pela organização em campo. Em vários momentos parecia até um time treinado pelo Mano Menezes. Ao contrário do que previ o Flamengo não se deixou ser pressionado pelo Inter e não rolou sufoco algum. O Mengão soube anular as principais peças deles. E se tivesse conseguido segurar a onda dos últimos 20 minutos do jogo nossas únicas queixas seriam sobre a falta de contundência do nosso ataque. Ataque que não chuta, mas é super gente boa, não faz mal a ninguém e nem ameaçou a meta do famoso frangueiro Muriel, que saiu com sua camisa limpa.
Pra sorte do adversário era dia do nosso goleiro fazer suas lambanças e sair do gol, na bola mais importante do jogo, como se fosse uma árvore sendo abatida. Nada de crucificações, mas Felipe mandou muito mal e foi decisivo na definição da partida. Fico impressionado como um profissional pode chegar ao topo da carreira com uma falha tão grave em um fundamento básico da sua posição. Não é por acaso que seus detratores lhe impingiram a alcunha de mão de pau.
A real é que perdemos a primeira fora de casa no Brasileiro, pra comprovar que a lógica nem sempre se faz presente na competição. E, por favor, não entrem nessa de que o gol dos caras foi injusto. Justiça não tem nada ver com futebol. Talvez em peladas na hora do recreio e nos churras de fim de ano ela até marque uma presença, mas no futebol profissional não tem essa de justiça. O que vale é o que diz o placar e o gol no último minuto é um castigo comumente aplicado aos times que preferem abdicar do ataque. É assim que a bola pune.
A derrota foi frustrante, mas não foi o fim do mundo. Tem muito chão ainda no Brasileiro e o Flamengo, pelo menos ao meu ver, tem se apresentado melhor a cada jogo. O bicho tá pegando. A chapa esquenta. O tempo passa mas a evolução é lenta. No Maraca geral sabe que é outro papo. Até o jogo com o nosso freguês Foguinho o Mano tem que descobrir um jeito do Flamengo ser seguro na defesa, compacto no meio e agressivo no ataque. Vai dar trabalho. Mas não tenho pressa. A velocidade é essa. Não há nada nesse mundo, compadre, que me estressa.
Mengão Sempre
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.

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