Blatter discursa na abertura do seminário na manhã desta quarta (Foto: Edgard Maciel de Sá)
Em meio a protestos e elogios, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, fez um balanço parcial da Copa do Mundo de 2014 na manhã desta quarta-feira. O dirigente participou da abertura de um seminário sobre gestão esportiva da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Consulado da França, no Centro do Rio de Janeiro. Na porta, um grupo de manifestantes aproveitou o evento para protestar - com fantasias e cartazes - contra a entidade e a realização do Mundial no Brasil. No auditório do consulado, no entanto, Blatter era só sorrisos. Sentado ao lado do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, o suíço elogiou a organização do torneio e a qualidade das partidas no Brasil.
- Ainda temos oito jogos. Vamos cruzar nossos dedos para que essas partidas tenham o mesmo padrão, a mesma atmosfera das outras. A mídia internacional diz que está tudo ótimo, não vou dizer perfeito porque a perfeição não existe. Os estádios estão magníficos, foi excepcional o que foi feito em todas as cidades-sedes. É a minha 20ª Copa do Mundo e posso dizer que essa Copa é indiscutivelmente um grande sucesso. Onde estão todos os problemas que poderiam acontecer? Só tenho a cumprimentar o povo brasileiro. Eles aceitaram essa Copa. Isso é excelente, o futebol é mais do que uma religião. A Copa é mais do que um sucesso e estou muito feliz por a Fifa fazer parte disso - disse Blatter, que na saída fugiu do protesto por uma porta lateral.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, também agradeceu ao povo brasileiro pela receptividade à Copa do Mundo e ressaltou que a competição foi a de maior audiência entre todas as já realizadas pela entidade máxima do futebol.
- É um grande evento essa copa do Mundo de 2014 no Brasil, especialmente porque a audiência televisiva em todo o mundo é imensa. Nenhum evento individual, que seja esportivo ou cultural, teve tanto êxito no que diz respeito à televisão. Quero cumprimentar e saudar também o povo brasileiro pela forma como aceitou essa copa no seu país, o país do futebol.
Em números, o Mundial segue batendo recordes. Dentro de campo, o equilíbrio é grande. Pela primeira vez, cinco das oito partidas de oitavas de final foram para a prorrogação. O número de gols marcados é o terceiro maior da história das Copas: 154 em 56 partidas. Perde apenas para os Mundiais de 2002 (161 gols) e 1998 (171). Entre tantos dados positivos, o presidente da Fifa escolheu outro para enaltecer: a ausência de caso de doping na competição até agora. Por mais que, segundo o dirigente, tal situação desperte a desconfiança de muitos dirigentes europeus.
- Temos o controle de doping e ainda exames de sangue. Não tivemos nenhum caso positivo até agora. Há vozes na Europa dizendo que alguma coisa deveria estar errada, questionando o sistema. Ainda assim, não tivemos nenhum caso - frisou.
Nova tecnologia à vista
O presidente da Fifa ainda enalteceu o uso do spray pelos árbitros, a tecnologia na linha do gol e prometeu outra novidade na área para as próximas competições.
- Estamos felizes com a tecnologia na linha do gol, que foi testada em dois gols da Copa do Mundo. Estamos contentes também com o spray, que ajuda o árbitro a colocar a barreira na distância correta. Temos ainda uma terceira ideia para o futuro. Terei uma reunião com todos os árbitros para perguntar o que eles acham a respeito e ver se tem alguma nova ideia que possamos usar junto com as televisões - revelou.
O seminário de gestão esportiva é uma parceria da Fifa com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e vai apresentar um balanço parcial da Copa. Segundo os organizadores, oito painéis mostrarão temas como os impactos do torneio no futebol brasileiro, a preparação do Brasil para os Jogos Olímpicos, a relação entre esporte e educação, os efeitos da globalização no Esporte e a responsabilidade social nas organizações esportivas. Além de Blatter, Aldo e Pezão, também participaram do seminário o Secretário Nacional do Futebol do Ministério dos Esportes, Toninho Nascimento, e o ex-jogador Cafu.
Manifestantes exibem cartaz contra a Fifa na porta do evento (Foto: Vicente Seda)
As pessoas usam fantasias para protestar contra os dirigentes da entidade (Foto: Vicente Seda)
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