Por um dia, a Alemanha fez do Maracanã a sua casa. Por ter o seu segundo uniforme inspirado no Flamengo, os alemães ganharam reforço nas arquibancadas do estádio carioca nesta sexta-feira. O suficiente para empurrar a seleção bávara na vitória por 1 a 0 sobre a França, resultado que garantiu a vaga na semifinal e que teve até um toque musical do rubro-negro (veja no vídeo ao lado).
- A camisa do Flamengo é bonita. Eu ouço muito sobre o clube, é um dos maiores do Brasil. Hoje havia muitas camisas do Flamengo no estádio, foi bem legal - disse o atacante Podolski, quechegou a vestir a camisa rubro-negra antes do jogo ao lado de Schweinsteiger.
Já Oliver Bierhoff, ex-jogador e hoje dirigente da federação alemã, acredita que terá a torcida brasileira em uma possível final. Para isso, no entanto, a Alemanha terá de derrotar o próprio Brasil na semifinal da próxima terça-feira, em Belo Horizonte.
- Não acredito que eles vão apoiar a Alemanha contra o Brasil na semifinal (risos). Mas se ganharmos, acho que vamos ter o apoio dos brasileiros na decisão - frisou.
Lahm Moura e Özilco na arquibancada
Por mais de uma vez os alemães, em sua maioria localizados atrás do gol à direita das cabines de televisão, cantaram a melodia da música Seven Nation Army, da banda americana The White Stripes. É a mesma que ficou famosa no título da Copa do Brasil de 2013 com o refrão "Nós queremos respeito e comprometimento / Isso aqui não é Vasco / Isso aqui é Flamengo". Quando os rubro-negros tentaram puxar músicas em alusão ao clube, no entanto, foram logo abafados por vaias e até mesmo discussões entre torcedores de outros clubes cariocas.
Além do apoio para a Alemanha, alguns brasileiros que estiveram no Maracanã entoaram gritos contra a Argentina. Um deles fazia referência aos mais de mil gols de Pelé e à punição de Maradona por doping na Copa de 1994.
Desde cedo eram muitas as camisas do Flamengo ao redor do Maracanã. Todos que a vestiam declaravam apoio aos alemães, por mais que alguns europeus desconhecessem a origem da homenagem nas cores da camisa reserva - utilizada só uma vez nessa Copa. Dois brasileiros foram além e personalizaram seus uniformes com os nomes Lahm Moura e Özilco.
Rubro-negros reforçaram a torcida da Alemanha no Maracanã nesta sexta-feira (Foto: Reprodução)
- Foram dois meses esperando a camisa chegar após a compra no site da Adidas. Só tinha o número 2, então fiz a homenagem ao lateral-direito que mais levantou taças no Brasil nos últimos dez anos - resumiu Rafael Ferreira, o dono da camisa inspirada em Leo Moura.
Confusão e suspeita de bomba
Os franceses não se intimidaram. O grito "Allez les Bleus!" (Vamos, Azuis!) ecoava e era respondido por "Super Deutschland!" (Super Alemanha!). Nem o gol de Hummels logo no início desanimou. A nota negativa ficou por uma confusão ainda no primeiro tempo. Um grupo de franceses queria ver o jogo de pé e foi repreendido por policiais. Na discussão, um deles acabou sendo agredido por um policial: levou um golpe de cassetete, sofreu um corte na cabeça e precisou ser atendido no posto médico do estádio. Houve ainda umasuspeita de bomba na estação do metrô Maracanã, mas era apenas uma garrafa de metal deixada no local. O problema fechou as rampas de acesso por 30 minutos, mas não atrapalhou a saída dos torcedores.
Os azuis insistiram, mas pararam nas defesas de Neuer e na qualidade da Alemanha rubro-negra. A Marselhesa, hino francês, foi a última tentativa da arquibancada de empurrar o time. Em vão. A música que determinou o fim do jogo foi outra, cantada pelos alemães por cerca de 30 minutos já fora do estádio: "Adieu les Bleus".
Alemães vibram no Maracanã com a classificação de sua seleção para a semifinal da Copa (Foto: Edgard Maciel de Sá)
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