27 de fev. de 2014

Luis Fabiano vê a Copa distante, mas diz estar no mesmo nível de Fred e Jô

Depois da convocação de Fred, do Fluminense, e Jô, do Atlético-MG, para o amistoso da Seleção contra a África do Sul, na próxima quarta-feira, em Joanesburgo, o atacante Luis Fabiano praticamente deixou de lado o desejo de disputar no Brasil a segunda Copa do Mundo da carreira. No entanto, enquanto segue fora dos planos de Luiz Felipe Scolari, o atacante acredita que vem tendo um rendimento satisfatório para ganhar uma nova oportunidade. 
– Acho que tenho condições por tudo que já fiz, pela minha experiência. Por tudo isso, tenho condições de ainda ajudar. Mas como Seleção é momento, dizem que meu momento não é bom. Posso dizer que eu me garanto. Vendo os números e tudo o que tem acontecido, não estou atrás dos jogadores que estão na Seleção – afirmou o jogador, titular da equipe que disputou o Mundial da África do Sul. 

Fabuloso foi chamado por Felipão apenas uma vez, justamente no retorno do técnico à seleção brasileira, contra a Inglaterra, no dia 6 de fevereiro de 2013, em Wembley. O centroavante atuou apenas 45 minutos e não agradou. Para piorar, Fred, que entrou na vaga dele no intervalo e hoje é o titular da posição, fez o gol brasileiro. 
 Não estou atrás dos jogadores que estão na Seleção"
Luis Fabiano
 O camisa 9 são-paulino, aliás, acredita que Scolari dificilmente apresentará novidades no setor ofensivo até a convocação final. Jô está em alta com o treinador depois do bom rendimento na Copa das Confederações e tem tudo para ser o reserva imediato de Fred. 

– Salvo surpresas ou lesões, acho que o grupo está praticamente fechado. Não vejo muitas mudanças. A não ser que eu faça um gol por jogo, aí a pressão vai ser grande. Mas o grupo está praticamente fechado – disse o atacante.

Apesar disso, Luis Fabiano ainda tenta manter viva a esperança de aparecer na lista, sobretudo pelo bom desempenho neste início de ano no Tricolor. O centroavante atuou em dez partidas e marcou seis gols.
– Sonhar é de graça. Então, eu sonho. Sei que agora está muito distante, é muito difícil um jogador que não teve uma sequência na Seleção ser chamado para a Copa do Mundo. Mas como já vimos acontecer coisas inexplicáveis no futebol, eu sonho. Mesmo sabendo que é quase impossível voltar neste momento. Está muito em cima, resta pouco tempo.
Treino São Paulo Luís Fabiano (Foto: Marcos Ribolli)Luis Fabiano se vê no mesmo nível de Jô e Fred (Foto: Marcos Ribolli

24 de fev. de 2014

Confrades, Manto Sagrado, Sérvios e Alemães.

Falando do ponto de vista estritamente profissional ontem eu deveria ter assistido ao jogo do Mengão. Mas preferi ficar bebendo e papeando com a rapaziada sangue puríssimo da Confraria do Urublog que se reuniu pela terceira vez, agora no Baixo Gávea. Me julguem.
Ficamos naquela resenha feroz e deixamos rolar, como no Hipódromo não tem mais televisão de quando em quando aproveitávamos a saidinha pro cigarro pra espiar na televisão do BG Bar como a pelada se desenrolava e na volta atualizar o placar para os não fumantes. Tudo tranquilo, o Flamengo provou que é capaz de jogar sem a minha atenta supervisão e sapecou o Resende. Ufa! Fiquei bem mais tranquilo ao saber que posso fazer outra coisa na hora do jogo do Mengão no carioqueta.
Mas o que eu tinha pra falar sobre o jogo acabei falando no vídeo da amiga Nivinha, que também prestigiou o seleto evento mulambo. Pra não ser repetitivo vou contar uma outra história sobre o Flamengo. Na verdade é uma história sobre a camisa do Flamengo. Uma coincidência interessante que só fui capaz de perceber por causa dos papos inteligentes que rolaram na mesa do boteco com os caras da confraria.
Entre muitos temas falamos, com óbvio e indisfarçável orgulho, da esculachante homenagem feita pela Deutscher Fußball-Bund ao Flamengo na segunda camisa dos tedescos para a Copa de 2014. Indubitavelmente uma das maiores pagações de pau da história do futebol mundial. Uma homenagem altissonante, a qual o Flamengo logicamente faz jus e que deixou a arcoirizada arrancando as calcinhas pela cabeça como se não houvesse um amanhã.
Assistir a torcida arco-íris em trabalho de parto doloroso e prolongado por causa de um troço desses é muito bom, tão bom e divertido que acaba encobrindo a poesia histórica e cheia de significados que envolve essa homenagem dos alemães. Porque os alemães, e não estou falando dos alemães da adidas, desempenharam um papel vital, apesar de sem querer, na construção de um dos nossos símbolos mais poderosos, a camisa rubro-negra, o Manto Sagrado.
A gênese do futebol do Flamengo é história por todos conhecida. Ninguém mais tem tempo pra catecismo, vamos pular a parte em que os Pais da Nação estavam na vidaloka. Como se sabe a então vanguardista modalidade esportiva não foi uma unanimidade no Flamengo de 1912, houve forte resistência. Principalmente por parte dos remadores, os popstars da época, que não consideravam o esporte bretão suficientemente másculo para compartilhar as cores com que eles tocavam o terror nas regatas. Pelo menos não do jeito como aquele esporte de elite era praticado nas Laranjeiras.
Depois de hábil e longa negociação conduzida pelo canonizável Alberto Borgeth, apesar de ex-jogador de futebol do Fluminense também um remador do Flamengo (existem boas ações que são tão boas que redimem todos os pecados pregressos), acabaram aceitando a criação do Departamento de Esportes Terrestres no clube. Com a condição de que os players (ui!) usassem outro uniforme que não a clássica camisa de listras horizontais em vermelho e preto. Criou-se então a mitológica Papagaio de Vintém, a camisa da nossa estreia contra o Mangueira, no campo do América na Rua Campos Salles em 3 de maio de 1912.
Uma camisa bonita, mas com a qual não ganhamos nada em 1912 e nem 1913. Os remadores do Flamengo, campeões toda hora, claro que tiravam onda com os jogadores de futebol, mas acabou ficando todo mundo amigo. Amigos, sim, mas nada de promiscuidades com as camisas do Flamengo, a vermelha e preta só no remo.
Querendo mudar o astral pra ver se saía da fila, e paravam de serem zoados pelos remadores, o pessoal do futebol criou uma segunda camisa para o futebol, a não tão famosa Cobra-Coral. Que era igual à camisa do remo no essencial, as listas vermelhas e pretas horizontais. Mas para manter o combinado com os remadores, entre o vermelho e o preto interpunham um tímido friso branco.
Estreamos a nova camisa em 10 de maio de 1914, no 3 x 0 sobre o Rio Cricket, e com a Cobra-Coral fomos Campeões Cariocas de 1914. A camisa acabou se popularizando e o Flamengo jogou com a ela até maio de 1916. E talvez o Mengão estivesse jogando com ela até hoje se não fossem os alemães. Bem, pra ser justo, alemães, austro-húngaros, ingleses, franceses, italianos, otomanos e um sérvio. E não, não estou falando do Petkovic.
No dia 28 de junho de 1914 Gavrilo Princip, anarquista bósnio de etnia sérvia, assassinou a tiros o Arquiduque do Império Austro-Húngaro e a Duquesa Sofia, em Sarajevo, na Bósnia. O atentado foi as Torres Gêmeas daquele tempo. Provocou um furdunço generalizado entre as superpotências do século retrasado, que ficou conhecido como I Guerra Mundial. Conflito onde o Império Alemão, comandado pelo Kaiser Guilherme II, ficou com o papel de bandido. A chapa esquentou legal na Europa e o Brasil, que só queria vender seu café em paz, declarou-se neutro e foi cuidar da vida.
O pau comeu solto durante dois anos e os brasileiros nem estavam ligando muito pra guerra europeia, até que os alemães deram mole com a gente. Em 3 de maio de 1916 um navio brasileiro, o Rio Branco, foi afundado por um submarino alemão enquanto navegava em águas internacionais. O navio a vapor brasileiro estava fretado por ingleses e tripulado por noruegueses, mas o seu afundamento causou verdadeira comoção nacional.
Como não é de hoje que a galera gosta de uma bagunça, em algumas capitais do país, os estudantes, com suas fileiras engrossadas pelos arruaceiros de sempre, foram pras ruas tocar o terror. E quebrar lojas, pichar casas e propriedades alemãs. No Rio, entre outros lamentáveis casos de violência antigermânica, o inofensivo Bar Germânia, na beira da bucólica lagoa Rodrigo de Freitas, intimidado pelos protoblackblocs, teve que mudar de nome e se transformar no Bar Lagoa. Felizmente, o bar está funcionando até hoje quase com o mesmo cardápio.
Ora, lembrem-se que a Cobra-Coral, a camisa com a qual o futebol do Flamengo ia ficando cada vez mais popular na cidade, era exatamente igual à bandeira do odioso Império Alemão. A revolta popular contra tudo que pudesse ser considerado germanófilo era o argumento que faltava aos jogadores para que finalmente pudessem adotar, em campo, a camisa que já era sucesso no mar.
Dirigentes, remadores e futebolistas, finalmente fechados com o certo, patrioticamente e em nome da paz mundial, viram que era hora de mudar a camisa de futebol do Flamengo. Visionários, arrancaram os frisos brancos entre as listras vermelhas e pretas. Eles ainda não sabiam, mas estavam fazendo história.
Mengão Apavorando em 1916
No dia 4 de julho de 1916, na inauguração de seu primeiro estádio, na Rua Paysandu, o Flamengo venceu o amistoso contra o São Bento por 3 x 1 usando pela primeira vez a nova, e já então eterna, camisa rubro-negra. E mostrou ao mundo, desde então embasbacado com tamanho poder, a mais prodigiosa vestimenta sócio esportiva do planeta. Foi assim que nasceu o místico Manto Sagrado que nós veneramos.
Conhecendo esses detalhes podemos perceber que a camisa rubro-negra da Seleção Alemã é muito mais que uma homenagem ao Flamengo no ano de Copa no Brasil. Serve como uma poderosa lembrança de quem já fomos e a que tipo de mundo já pertencemos. É o fechamento de um ciclo de 100 anos, é a finalização rebuscada de uma gigantesca mandala, é a pirueta final de um número de acrobacia no campo das relações exteriores, é o triunfo da justiça poética. E é mais uma prova eloquente de que o Flamengo é maior que a vida.
Mengão Sempre 
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.

De Volta Pra Gávea.

Tenho um nome a zelar. Fiz movimento estudantil, sempre votei em candidatos progressistas, sou identificado com ideais libertários. Em paralelo, construí minha história nas arquibancadas do Maracanã, às vezes mesmo até na geral, mas foi ali, naquele cimento ensolarado em frente à bandeira do corner que vivi os melhores momentos da minha vida, primeiro, molequinho, na Falange Rubro-Negra e depois, marmanjo, na eterna Fla Manguaça.
Minha reputação, contudo, está indo para o espaço. Virei o reaça e elitista de plantão.
Se o Maracanã não está completamente lotado, a primeira reação dos meus conhecidos, antes mesmo de xingar a diretoria, é me ligar, me mandar Whatsapp, me taguear no Facebook, me citar no Twitter e colocar em minha conta a culpa dos lugares desertos, já que caí na esparrela de sugerir que o clube cobrasse pelos ingressos um preço que mirasse a máxima rentabilidade para os cofres combalidos.
Meu parceiro Pablo “Camacho” fez aniversário essa semana e eu nem tive coragem de ligar dando parabéns, porque como ele se orgulha de nunca ter deixado de assistir um jogo no Maracanã, fiquei com medo que a esposa atendesse a ligação e esbravejasse contra o baque que as finanças familiares estão sofrendo com essa mania do Pablo de ir a todas as partidas.
A grande onda do momento é imaginar que nos tempos do antigo Maraca as filas davam voltas no quarteirão, em qualquer situação, mesmo que do outro lado estivesse o Bambala ou o Bonsucesso. Compreendo, em parte, essa sensação.
Primeiro, ela vem de gente mais novinha, que só sabe do que acontecia nos anos 80 ou 70 porque ouvem de nós, os quarentões, o papo de gente velha.
Segundo, porque as ilusões da consciência são um fenômeno conhecido e absolutamente natural, como a psicologia cansou de provar. O ser humano projeta lembranças de coisas que não aconteceram e distorce a realidade.
A revolta foi incendiada pelo indecente público composto por 3 mil e poucos heróis, que ao invés de encararem o match no conforto dos seus lares, foram ao Maraca na madrugada de 4ª para 5ª ver a batalha dos reservas contra o time da terra da Portela (vejam os senhores que até a Nivinha, musa do blog e habitué dos estádios, meteu um atestado e ficou na poltrona): tudo culpa do escandaloso valor cobrado, bastava dar um desconto que aquilo ali iria ter mais gente que criança na rua em dia de São Cosme e São Damião.
E eu fui ali me defendendo dos ataques a mim dirigidos como podia, lembrando, como quem não quer nada, que em 2007 tinham 4 mil para ver Fla x Nova Iguaçu, em 2006 também contra o Americano, mas a turma não queria dar o braço a torcer, então eu fui voltando no tempo: 2.500 contra o América em 1990, 1.900 contra o Goytacaz em 1985, 3.700 contra o Bonsucesso em 1983, 6 mil para ver uma goleada contra o Olaria no mítico 1981, com Raul, Leandro, Mozer, Junior, Andrade, Adílio, Zico, Tita, Lico….
Só que a rapaziada não joga a toalha fácil. O mago dos vídeos lá do Magia Rubro-Negra, Léo Magamon, me mandou pesquisar 50 anos atrás, quando estava certo de que o Maracanã entupia. Não achei nada, afinal em 1964, data do maldito golpe militar, portanto um dos anos mais tristes da história do Brasil, jornal não estava noticiando nem previsão do tempo, quanto mais público do Maracanã.
Mas inspirado em Marcelo D2, fui até 1967, ano em que o mundo começou, ao menos para ele e para mim. E foi aí que descobri uma coisa sensacional…
Ao contrário do que todos imaginam, naquela época sem TV também tinha um monte de jogo vazio: 4 mil pessoas para Flamengo x Bonsucesso, 1.800 para Flamengo x São Cristóvão, 1.600 pra Flamengo x Olaria. Contra os “grandes” o panorama era semelhante aos dias atuais, 50 mil no Fla x Flu ou contra o Vasco, 25 mil contra o Botafogo, mas também aconteceu Flamengo x Vasco com 12 mil pessoas.
A primeira conclusão que dá para tirar do túnel do tempo é que nossos avós não tinham Pay Per View, mas eram iguaizinhos a nós: se o jogo era atraente, eles iam, mas não a ponto de lotar o estádio, isso só em finais, tanto assim que o jogo de maior público naquele ano foi contra o Santos, imagino que também graças a um rapazinho esforçado que jogava com a 10 no time adversário; se o jogo era mequetrefe, só a galera mais fanática dava as caras, provavelmente Jaime de Carvalho, Moraes (que na época era novinho) e mais uma meia dúzia.
O que era realmente diferente, então?
Simples: o Maraca era palco apenas dos grandes espetáculos, contra os pequenos a partida era jogada na Gávea mesmo.
E ali, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, com a vista mais bela do Rio, dava para conviver com 2 mil pagantes, as despesas eram baixas e a arquibancada miúda ficava lotada de qualquer jeito. Quando os mandantes eram os adversários, o Flamengo também jogava para plateias minúsculas na Rua Bariri, em Ítalo del Cima, Conselheiro Galvão e outras maravilhosas arenas desse porte.
Então se a FERJ quer mesmo manter esse Carioca com 16 clubes, com jogos desinteressantes na hora da Sessão Coruja onde só os muito aficionados irão, não tem problema nenhum: vamos voltar para a Gávea, no nobre estádio José Bastos Padilha, o avô do Robocop. Improvisa umas cabines de imprensa, compra uns refletores e fim de papo. Ali 500 pessoas parecem uma multidão, ninguém nem vai reparar que estará vazio.
Era assim que se fazia antigamente. O que mostra que caminhamos muito para trás. Não tem porque deixar de lutar por essa solução. É muito melhor do que ficar todo mundo em busca de responsáveis para o fracasso total de público, como se a culpa fosse dos malvados azuis, da CIA ou do José Dirceu.
A culpa, com todo respeito, é do Madureira, do Bonsucesso e do Audax. Ninguém gosta de ver filme cujo final já se sabe de véspera. Assim faziam nossos avós, assim fazemos nós, assim farão nossos netos.
Operação Gávea 2015 – eu apoio.
Walter Monteiro
Mengão Sempre

Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.

Jayme passa confiança, e Hernane vibra por Alecsandro: 'Bom para o Fla'

Garganta boa, e a cabeça também. Em campo,Hernane provou com dois gols no coletivo desta segunda-feira, no Ninho do Urubu, que está recuperado da amigdalite que o tirou da vitória por 3 a 0 sobre o Resende, sábado. Já na sala de coletivas, deixou claro com palavras que não se sente pressionado pelo bom desempenho de Alecsandro, artilheiro do Carioca, e se disse pronto para retomar o posto de titular quarta-feira, diante do Emelec, pela segunda rodada do Grupo 7 da Libertadores.
Flamengo Treino  Hernane Ninho do Urubu (Foto: Carlos Mota)Hernane teve bom desempenho no treinamento desta segunda-feira no Ninho do Urubu (Foto: Carlos Mota)

Artilheiro do Brasil em 2013, o Brocador tem quatro gols na atual temporada - todos diante do Macaé. E se no ano passado a concorrência de Marcelo Moreno não foi das mais assustadoras, com cinco gols em 21 partidas, Alecsandro já deixou a sua marca seis vezes em sete exibições, evidenciando que não dará sossego a Hernane. Dono da camisa 9, o atacante, por sua vez, segue seguro de sua importância para o Rubro-Negro.
- É bom o Flamengo ter dois centroavantes goleadores. O Alecsandro está bem, o Jayme conversou comigo para não me desesperar, que tenho crédito com ele, que fiz um bom ano e confia em mim. Dou os parabéns ao Alecsandro pelos gols, é bom para o Flamengo. Creio que ele pensa a mesma coisa que eu.
É bom o Flamengo ter dois centroavantes goleadores. O Alecsandro está bem, o Jayme conversou comigo para não me desesperar, que tenho crédito com ele, que fiz um bom ano e
confia em mim."
Hernane
 Quarta-feira, diante dos equatorianos do Emelec, tudo indica que o Brocador retornará normalmente ao time titular. Ainda sem marcar no Maracanã na temporada, Hernane espera também balançar as redes pela primeira vez em um confronto internacional. Para isso, conta com a experiência adquirida na estreia no México, contra o León.
- A concentração é total. Eu me recuperei bem no fim de semana. Infelizmente, não pude jogar (contra o Resende), mas o foco está 100% no Emelec. Já tive a experiência do primeiro jogo fora de casa com o León, que foi bom. Aprendi bastante. Agora, com o Emelec em casa, temos que conquistar os três pontos.
O atacante rubro-negro alertou ainda para a urgência da primeira vitória na Libertadores. Com o León já com quatro pontos na tabela e o próprio Emelec com três, Hernane chamou a atenção para obrigação do Flamengo fazer valer o mando de campo.
- Esse jogo é muito importante. Começamos perdendo, o León já tem quatro pontos e precisamos ganhar esse jogo, que é chave. Serão dois jogos em casa e temos que fazer os seis pontos, independentemente de quem vamos enfrentar.
Por fim, o Brocador celebrou a venda antecipada de quase 30 mil ingressos para o duelo:
- Vai ser muito importante ter a torcida lá. Quando eles comparecem, é difícil ganhar do Flamengo. Vamos encarar como decisão e só interessa vencer. A torcida vai ajudar bastante.
Flamengo e Emelec se enfrentam no Maracanã, quarta-feira, às 22h (de Brasília), pela segunda rodada do Grupo 7 da Libertadores

Boa fase do Emelec não assusta Samir: 'Temos que fazer o nosso jogo'

Samir Flamengo (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)Samir tem prestígio com o técnico Jayme de Almeida (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
No Flamengo, Samir é sincero ao admitir: ainda não conhece quase nada do Emelec que terá pela frente, quarta-feira, no Maracanã, pela segunda rodada do Grupo 7 da Libertadores. Na véspera do confronto, Jayme de Almeida passará um vídeo com as características do time equatoriano. As informações que chegam ao Ninho do Urubu a respeito da série de 14 partidas invictas do rival, entretanto, não assustam em nada o defensor. Na verdade, Samir é objetivo ao dizer que o Rubro-Negro deve, antes de olhar para o adversário, se conscientizar de que tem só uma opção: vencer.
Com a derrota para o León, fora de casa, na estreia na competição continental, fazer o dever diante do torcedor, contra Emelec e Bolívar, nas duas rodadas seguintes, virou obrigação. Sendo assim, o camisa 4 cobra um Flamengo preocupado com o seu próprio rendimento para não decepcionar os torcedores que devem comparecer em bom número. Cerca de 30 mil ingressos já foram garantidos para a partida.
- Não podemos escolher adversário. Se eles estão bem ou não, temos que fazer o nosso jogo e enfrentá-los de igual para igual. Temos que somar ponto em qualquer lugar, em casa ou fora, e não podemos perder. Temos que entrar em campo tranquilos e pensar sempre na vitória. Perdemos a primeira partida jogando bem, consistentes, e temos que botar o foco nesta quarta-feira. A responsabilidade nós vamos ter sempre, mas precisamos seguir tranquilos. Não vai ser fácil. Com vontade, vamos conseguir um bom resultado. 
Estamos conversando muito (com Wallace), o professor Jayme também. Ele já foi zagueiro, sabe como funciona, o posicionamento... A conversa é a base de tudo."
Samir
 Após mais uma atuação muito boa, sábado, diante do Resende, Samir voltou a se deparar com a pergunta que mais tem respondido em 2014: como, aos 19 anos, superou a forte concorrência pela condição de titular na defesa rubro-negra?
- Quem trabalha, sempre espera algo bom na vida. Mantive a tranquilidade, perseverança, a humildade, e pude agarrar a oportunidade. Fico feliz e espero manter o nível.
Ao lado de Wallace, Samir é praticamente intocável na equipe rubro-negra no momento. Desde a decisão da Copa do Brasil, quando Chicão se lesionou, o entrosamento com o companheiro de posição tem chamado a atenção. Fruto de muito diálogo, dentro e fora de campo, conforme revela o jovem.
- Estamos conversando muito, o professor Jayme também. Ele já foi zagueiro, sabe como funciona, o posicionamento... A conversa é a base de tudo, até em um relacionamento. Falamos bastante para ficar tudo nos conformes.
Flamengo e Emelec se enfrentam quarta-feira, às 22h (de Brasília), no Maracanã, pela segunda rodada do Grupo 7 da Libertadores. Com quatro pontos em dois jogos, o León, do México, lidera a chave, seguido pelo próprio Emelec, com três, e o Bolívar, com um

Em boa fase, Muralha tem contrato renovado pelo Fla até o fim de 2017

Muralha, Flamengo x Madureira (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)Muralha tem 21 anos e 51 jogos pelo Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Fla Imagem)
Muralha voltou ao Flamengo nesta temporada depois de um ano fora do clube emprestado para a Portuguesa. O jogador, de 21 anos, recuperou seu espaço, mostrou bom futebol e assinou no dia 11 de fevereiro a renovação de seu contrato até o dia 31 dezembro de 2017. O novo compromisso foi publicado nesta segunda-feira no Boletim da Federação de Futebol do Rio de Janeiro.
O contrato anterior de Muralha terminava no dia 28 de fevereiro de 2016. O jogador já tem 51 jogos com a camisa do Flamengo e lidera o grupo em número de participações nesta temporada com 10 partidas disputadas.

Muralha apareceu no Flamengo com destaque na conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2011, quando se sagrou campeão. O jogador foi promovido pelo técnico Vanderlei Luxemburgo aos profissionais, mas em momento algum conseguiu se firmar.

Com o técnico Jayme de Almeida, Muralha vem ganhando espaço e será titular no confronto com o Emelec-EQU, quarta-feira, no Maracanã, pela Taça Libertadores. Ele vem disputando a vaga de titular do time com Amaral e Cáceres

Mourinho ironiza Eto'o, zomba de Falcao e diz que Monaco não é time

Ele adora uma polêmica. O técnico do Chelsea, José Mourinho, deu entrevista à emissora francesa “Canal Plus” e disparou novamente sua metralhadora de provocações. Mesmo ocupando a liderança da Premier League com 60 pontos, o português disse que o time não pode conquistar o troféu porque não possui um artilheiro no elenco. De acordo com o jornal "Mirror Online", o treinador ainda irozinou o camaronês Samuel Eto’o, de 32 anos.
Coletiva Chelsea José Mourinho (Foto: Getty Images)Em entrevista a emissora francesa, José Mourinho provocou Falcao Garcia: 'Não tem um time' (Foto: Getty Images)

- Não, não é possível (vencer o Campeonato Inglês). Não temos um goleador. Samuel Eto’o? Sim, Eto’o, mas ele tem 32 anos, talvez até tenha 35, não sei.
 Mou desconsiderou negociações envolvendo Edison Cavani e Ibrahimovic, do Paris Saint-Germain, ou mesmo Falcao García, do Monaco. O comandante do Chelsea preferiu exaltar o jovem Eden Hazard, de 23 anos.
- Eden (Hazard) é nosso garoto. É o garoto que queremos por dez anos para construir o time em função dele. 
Quanto a Falcao, Mourinho não perdeu a oportunidade de provocar o jogador e o Monaco, clube onde o colombiano atua.
- Não temos Falcao e Falcao não tem um time. Ele joga para 3 mil pessoas. Um atleta não pode jogar para 3 mil pessoas. Se um dia eu treinar o Monaco, será para encerrar minha carreira. Isso será o fim – disparou o polêmico treinador

Botafogo viaja para o Chile com carinho da torcida e conforto no avião

Gegê e Gabriel Botafogo Chile (Foto: Gustavo Rotstein)Torcedora tieta Gegê e Gabriel no avião que levou o Botafogo ao Chile (Foto: Gustavo Rotstein)
Por opção da comissão técnica, os titulares do Botafogo ficaram fora do clássico contra o Fluminense, no último domingo. E o descanso se estendeu à viagem para o Chile, nesta segunda-feira. A opção do clube por um voo fretado até Santiago proporcionou que o elenco tivesse espaço suficiente para se esticar durante as quase cinco horas de percurso até o local da partida contra o Unión Española, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.
Com assentos de sobra (foram ocupados cerca de metade das 150 cadeiras disponíveis), os atletas escaparam do aperto dos voos comerciais e puderam dormir deitados, algo raro nas viagens ao longo da temporada. Os que mais comemoraram foram os mais altos, como os goleiros Jefferson (1,89m) e Helton Leite (1,96m), o volante Bolatti (1,90m) e o centroavante Tanque Ferreyra (1,91m).
Bolatti Botafogo Chile (Foto: Gustavo Rotstein)Bolatti, de 1,90m, teve espaço suficiente para esticar as pernas no avião (Foto: Gustavo Rotstein)

Além de atletas, comissão técnica e diretoria, o voo contou com a presença de 12 torcedores, que compraram pacotes da viagem ao Chile oferecidos pelo Botafogo. Eles tiveram a oportunidade de um contato mais próximo com os jogadores e acompanhar mais de perto a trajetória do grupo alvinegro, que volta à Libertadores após 18 anos.
Por isso, Pedro Souza, de 26 anos, convenceu o pai, Henrique, de 54, a acompanhar a equipe para assistir ao jogo contra o Unión Española. Pela primeira vez a dupla viajou para fora do Brasil para ver uma partida do time de coração, e para ambos, a experiência tem sido marcante.
- É uma energia incrível estar no avião com o time, acompanhar os jogadores de perto. Não pude ver o Botafogo na última vez que disputou a Libertadores, então, para mim, estar com eles é algo indescritível - disse Henrique

Barrado por Muricy, Ganso treina com reservas nesta segunda

Treino São Paulo (Foto: Divulgação/saopaulofc.net)Ganso vive nova realidade no São Paulo
(Foto: Divulgação/saopaulofc.net)
Paulo Henrique Ganso terá de se acostumar com sua nova realidade no São Paulo. Depois de perder o lugar no time no clássico contra o Santos, o meio-campista iniciou a semana treinando com os reservas, nesta segunda-feira, no CT da Barra Funda. 

O camisa 10 fez uma atividade com bola na companhia dos outros atletas que não iniciaram ou não foram relacionados para o duelo do fim de semana. Alexandre Pato e Luis Ricardo, outro que acabou barrado pelo treinador, estiveram no time do armador. 

Muricy Ramalho ainda não falou sobre o assunto, mas deve manter Ganso na reserva contra o XV de Piracicaba, nesta quarta-feira, às 22h, no interior. O treinador se mostrou satisfeito com o rendimento da equipe diante do Peixe e tem grandes chances de manter a formação com Pabón fazendo a função mais recuado. 

Titular absoluto desde a chegada do treinador, em setembro do ano passado, Ganso não conseguiu jogar bem em 2014. A gota d´água para o treinador aconteceu na semana passada, com a baixa produtividade no empate contra o São Bernardo, no ABC.

O volante Wellington, liberado do clássico treinador para acompanhar o nascimento do filho, voltou a treinar no clube e está à disposição para o confronto no interior

Carlitos Tévez perde cachorro e pede ajuda no Twitter para encontrá-lo

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O atacante Carlos Tévez, da Juventus, viveu uma situação inusitada nesta sexta-feira. O cão da filha do jogador foi levado por uma pessoa estranha, em Turim (Itália) e o jogador precisou recorrer ao Twitter para achá-lo.
- Uma pessoa em um mini cooper (carro) cinza pegou o cachorro da minha filha. Ele se chama Boo - escreveu Tévez mais cedo pela rede social.
Depois de algum tempo, ele divulgou a foto do cão e pediu para que seus seguidores divulgassem pela Internet. Após a ajuda de seus fãs, Tévez, enfim, conseguiu encontrar o cachorro.
- Obrigado a todos pela preocupação. Saímos para procurar o cão e o encontramos. Já se encontra em casa conosco - disse Tévez. A Juventus, do craque argentino, encara o Torino, no domingo, pelo Campeonato Italiano. A equipe lidera a competição.
Primo e irmão de Tevez se envolverão em briga na saída de boate
Primo e irmão de Tevez se envolverão em briga na saída de boate Foto: GIUSEPPE CACACE / AFP


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Ex-jogador Vampeta curte noitada com nova namorada, ex-atriz do ‘Zorra total’

Vampeta com a nova namorada, a atriz Lígia Pessoto Foto: Instagram
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A boa vida de solteiro de Vampeta acabou. O ex-jogador de futebol está namorando a atriz Lígia Pessoto, uma linda morena que integrou o elenco do humorístico “Zorra total”. O casal, que está junto há menos de dois meses, já circula junto por aí, exibindo a paixão.
Na noite deste sábado, eles estiveram juntos no aniversário de um amigo de Lígia, como mostram esses registros abaixo. A noiva eleita de Vampeta é conhecida por trabalhos sensuais na TV. Felicidades ao novo casal!
Vampeta com a nova namorada, a atriz Lígia Pessoto, e um amigo
Vampeta com a nova namorada, a atriz Lígia Pessoto, e um amigo Foto: Instagram
Vampeta com a nova namorada, a atriz Lígia Pessoto
Vampeta com a nova namorada, a atriz Lígia Pessoto Foto: Instagram


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Anastasia Ashley sensualiza de biquíni para o delírio dos fãs

Anastasia Ashley: sensual Foto: Reprodução de Instagram
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A musa do surfe Anastasia Ashley voltou a exibir sua sensualidade na rede e arrancar suspiros. A americana, de 26 anos, postou fotos belas em que até aparece com um biquíni fio dental na Ilha Guana, que pertence as Ilhas Virgens, no Caribe. Numa das fotos, a marquinha do biquíni cresce e ela paga peitinho, para suspiro dos milhares de seguidores no Instagram.
Figura de renome mais por sua beleza do que pelo desempenho no surfe, Anastasia, em 2010, recusou um convite para posar nua na Playboy.
Recentemente, ela fez um ensaio sensual para a revista Sports Illustrated.
Anastasia Ashley exibe suas curvas
Anastasia Ashley exibe suas curvas Foto: Reprodução / Instagram
Anastasia Ashley exibe suas curvas
Anastasia Ashley exibe suas curvas Foto: Reprodução / Instagram


Leia mais: http://extra.globo.com/famosos/retratos-da-bola/anastasia-ashley-sensualiza-de-biquini-para-delirio-dos-fas-11693590.html#ixzz2uJ5Xy87f

Chuteira preta entra em extinção em meio a moda, patrocínios e zoações

Valencia contemporâneo de Pelé, Wallace integrante da velha guarda, Fernando Prass sobrevivente de mil novecentos e antigamente... É dessa forma que o volante do Fluminense, o zagueiro do Flamengo e o goleiro do Palmeiras são vistos por seus companheiros de clubes por terem um fato em comum: usarem chuteiras pretas. A tradicional cor, que já foi praticamente parte do uniforme, atualmente está pouco presente nos jogos no Brasil. Uma estatística ajuda a ilustrar esse fenômeno. Nas partidas envolvendo os grandes nas primeiras cinco rodadas dos principais estaduais (Paulista, Carioca, Mineiro e Gaúcho), só 210 pares dos 1.559 que estiveram em campo eram predominantemente da cor preta. Uma média de 3,75 pares por partida.
Info LINHA TEMPO Chuteiras_03 (Foto: Infoesporte)
O processo de extinção do preto vem se acentuando. Há dez anos, ele ainda era maioria. Primeiro foi perdendo espaço para o branco, que depois também se tornou comum e deu início à moda das cores variadas. Do dourado ao prata, pintaram o verde, o vermelho, o azul, o amarelo, o laranja, o rosa, o roxo... Vale até um pé de cada cor, como por exemplo já usaram Hernane e Negueba, do Flamengo, e Ricardo Goulart e Dagoberto, do Cruzeiro. 
A maioria usa chuteira colorida porque é a que o patrocinador manda, não tem como escolher.
A empresa faz a chuteira, e o jogador só escolhe o modelo. A cor, são eles que mandam. O atleta se torna refém da empresa"
Ramiro, volante do Grêmio
É um cenário diretamente influenciado, além da moda e das gozações, pelas grandes fornecedoras de material esportivo. Elas patrocinam jogadores para poderem expor seus símbolos nas chuteiras, numa negociação que independe das empresas ligadas aos clubes, mesmo que sejam marcas rivais.

- A maioria usa chuteira colorida porque é a que o patrocinador manda, não tem como escolher. A empresa faz a chuteira, e o jogador só escolhe o modelo. A cor, são eles que mandam. O atleta se torna refém da empresa - criticou Ramiro, que usa chuteira preta, assim como os companheiros Marcelo Grohe e o paraguaio Riveros.
Mosaico Chuteiras coloridas (Foto: Editoria de arte)

O mercado nacional é amplamente mapeado pelas duas maiores fornecedoras de material esportivo do mundo, a alemã Adidas e a americana Nike. A Série A do Brasileirão tem 460 atletas, se considerados os titulares e os 12 permitidos no banco de reservas por jogo. Apenas a Adidas patrocina quase a metade deste montante. A Nike, consultada, não divulgou números. Mas, se tiver um número parecido com o do concorrente, cobre junto com ele quase toda a elite do futebol nacional. 

- Hoje, os principais jogadores dos principais clubes têm esse modelo de negócio. A Adidas tem mais ou menos 200 jogadores em nível nacional, de diversas séries e de base também - contou Daniel Schmid, gerente da categoria futebol da Adidas Brasil.
A moda das chuteiras coloridas começa do berço, desde as categorias de base. No duelo sub-20 entre Corinthians e Flamengo pelas oitavas de final da Copa São Paulo deste ano, por exemplo, apenas dois jogadores usavam chuteiras pretas. As grandes fornecedoras também mapeiam os jovens e chegam a investir uma fatia neste mercado. Só que muitos que não têm patrocinador acabam usando para ficarem iguais a seus ídolos ou demais companheiros - e assim fazem propaganda gratuita das marcas.
- É questão de gosto. Hoje, principalmente o pessoal mais jovem gosta de chuteiras coloridas. Teoricamente são mais bonitas - relatou Ramiro, volante de 20 anos criado na base do Juventude e recém-saído dos juniores do Grêmio.
Flamengo x Corinthians Juniores chuteiras (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Desde criança: juniores de Flamengo e Corinthians e suas chuteiras coloridas na Copinha (Foto: Marcos Ribolli)


CASO ROMARINHO E A RELAÇÃO COM A TORCIDA
Ela já foi implicante, mas anda mais tolerante com as chuteiras coloridas. A torcida foi um termômetro que acompanhou a mudança da moda nos pés dos jogadores. Hoje, a chuteira só desperta a atenção - e a bronca - quando tem as cores do rival. É o caso de Romarinho. No ano passado, o atacante do Corinthians usava uma chuteira esverdeada, cor do arquirival Palmeiras. O jogador, que também vinha sendo criticado fora de campo, procurou mostrar que alterou seus hábitos e passou a ser visto como um exemplo pela diretoria e teve no calçado preto o símbolo de sua mudança.
Para Romarinho, a chuteira preta trouxe sorte. Com ela, prometeu gols contra Palmeiras, Oeste e Rio Claro. E cumpriu. Voltou a ser xodó, com o nome gritado durante os jogos.
- Eu sempre gostei de uma chuteira mais discreta, é da minha personalidade. Vou ficar com a pretinha, basiquinha, que está dando sorte - defendeu-se.
O caso de Romarinho é parecido com o do zagueiro César, da Ponte Preta. Ele começou a ser cobrado pelos torcedores por usar uma chuteira verde, cor do arquirrival Guarani. A rivalidade também entra em campo no Rio Grande do Sul: jogadores do Grêmio não usam calçados vermelhos por causa do Inter, que por sua vez evita o azul.
Romarinho de chuteira preta na partida do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)Romarinho e a chuteira preta usada na partida contra o Rio Claro (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)
As reclamações isoladas dos dias atuais já foram mais frequentes há alguns anos. Goleiro titular do Palmeiras, Fernando Prass citou um episódio que viu de perto envolvendo o lateral-esquerdo Adriano, do Barcelona, da Espanha. No início da carreira, os dois eram companheiros no Coritiba.
- Lembro que em 2003 o Adriano jogava lá e foi convocado para a Copa América. Ele voltou com uma chuteira prateada, e a torcida achava um absurdo. Falaram que ele tinha que se preocupar em jogar futebol. Dois, três anos depois, já era o contrário. Foi uma coisa que mudou muito. Hoje já caiu no gosto - relatou.
No início da década, quando começaram a surgir as chuteiras coloridas no Brasil, existia a mentalidade de que o preto transmitia mais seriedade. Criado neste contexto, Wallace diz que se sente até estranho ao usar calçados coloridos. O zagueiro, revelado pelo Vitória e com passagem pelo Corinthians, só usou pares azuis e verdes no ano passado, no Flamengo. Mas, após romper com o patrocinador, retomou a tradição. 
- Lá na base do Vitória tinha um lance de que zagueiro não poderia usar outra cor e tinha que ser sem trava. Na época em que eu estava lá, era camisa por dentro, sem brinco, cabelo cortado e chuteira preta, era meio exército mesmo (risos). Os treinadores falavam que a chuteira para os torcedores ia chamar muita atenção, e eles iam dizer: "Aquele de chuteira branca errou de novo". Como desde os 11 anos acabei pegando esse costume, me sinto até um pouco estranho usando outras cores. Não para impor mais respeito, pois acho que os pés são o último lugar que se olha.
Info frases jogadores chuteiras pretas_04 (Foto: Infoesporte)

AÇÃO DE MARKETING

A cada quatro chuteiras fabricadas no mercado brasileiro, apenas uma é preta. A informação é da Adidas e explica a aceitação do produto no mercado. Visibilidade nos pés dos jogadores e desejo fomentado nos consumidores. As fornecedoras de material esportivo encontraram a fórmula do sucesso e passaram a ditar o ritmo do jogo da maneira mais empresarial possível. O patrocínio com os atletas tem contrato assinado e é negociado com os empresários dos boleiros na maioria dos casos.
E os trabalhos não param por aí. Uma vez com os contratos assinados, é hora de dar visibilidade ao produto por meio de ações de marketing. Nos documentos, as empresas geralmente estipulam aos jogadores a troca de pares de chuteiras de três em três meses. Mudam-se as cores ("para seguir a última tendência", diz o gerente de futebol da Adidas Brasil) e mantém-se o modelo.

As duas maiores fornecedoras de material esportivo do mundo trabalham com couro, couro sintético e outras combinações de tecido na fabricação das chuteiras. O tecido também influi na escolha da coloração. 
- Não existe uma cor melhor ou pior. Hoje a cor acaba sendo influenciada pelo que os jogadores vêm fazendo e vai da tendência, moda, que cor consegue traduzir o material. O dourado, por exemplo, no couro sintético não funciona tão bem, não fica muito vivo. No couro (tradicional) a cor fica mais opaca - explicou Daniel Schmid, da Adidas.
Montagem Valdivia Chuteira (Foto: Editoria de Arte)Chileno Valdivia usou um modelo de chuteira inspirado na cultura japonesa no jogo do acesso (Foto: Editoria de Arte)

A última coleção lançada pela empresa, no fim de 2013, saiu nas cores azul, laranja, verde, roxa e vermelha. Em outubro, criou um modelo mais exótico, estampado com o desenho de leões imperiais, inspirado na cultura japonesa e com apenas dois mil pares à venda. Foram usados pelo chileno Valdivia, na partida que garantiu o acesso do Palmeiras à Série A do Brasileiro, por Lucas, do francês Paris Saint-Germain, e Mauro Icardi, do italiano Inter de Milão.
Uma curiosidade: de todas as cores principais, a única que não entrou na moda das coloridas foi o marrom. É a cor do couro original e das primeiras chuteiras de futebol fabricadas. Mas, com a evolução das empresas e do mercado, os calçados marrons passaram a remeter à ideia de antiguidade e foram deixados de lado.
TRADIÇÃO COMO VITRINE
Existem chuteiras pretas de fábrica, com a marca da fornecedora e eventuais detalhes coloridos, e as que são inteiramente pretas, das travas ao cadarço. Quando o torcedor vir o segundo tipo, pode ter certeza de que foi pintado pelo próprio jogador. A prática consiste em camuflar os símbolos para não fazer propaganda de graça e se tornou comum entre atletas sem esse patrocínio. Como os pés coloridos viraram comum, aqueles pintados de preto acabam chamando mais a atenção e se tornam uma espécie de vitrine, em que os boleiros anunciam o espaço à venda.
Info DEPOIMENTO Jorge Rabello_02 (Foto: Infoesporte)
- Ao meu modo de ver, às vezes se aceitam certos patrocínios muito fácil e não abre a concorrência para as demais. Acaba criando um monopólio porque todos os jogadores usam devida marca. Se der uma pressionada, outra virá, ou a própria marca vai te dar uma valorizada maior. É isso que falta acontecer - opinou Wallace, único atualmente da equipe titular do Flamengo que usa a chuteira preta. 
Há um certo trabalho para manter a chuteira pintada de preto. A tinta vai saindo aos poucos com o uso, principalmente em materiais que não são de couro tradicional, o que cria a necessidade de retocar a pintura de uma a duas vezes ao mês. O branco também pode ter a mesma finalidade. O meia argentino Conca, do Fluminense, já calçou pares de chuteiras pintados das duas cores nesta temporada. 
- Como tenho patrocinador só de luva, levo a chuteira no sapateiro e pinto para não fazer propaganda de uma marca que não é minha. Pode ser que tenha de outras cores, mas o mais fácil é pintar de preto - disse Fernando Prass, também o único do time principal do Palmeiras que joga de preto nos pés.
conca chuteiras (Foto: Editoria de arte)Conca, do Fluminense, já pintou as chuteiras todas de branco e de preto para jogar este ano (Foto: Editoria de arte
HOMENS DE PRETO
Nas primeiras cinco rodadas dos estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, ao todo 42 jogadores dos grandes clubes usaram pares de chuteiras predominantemente pretas ao menos uma vez. Alguns ainda usam, como Ramiro, Valencia, Wallace, Fernando Prass, Airton, Romarinho... Outros assinaram patrocínios recentemente e já aderiram às coloridas, como o uruguaio Martín Silva e o paraguaio Aranda.

Confira a relação:
Atlético-MG: Donato e Marion
Botafogo: Airton, Fabiano e Octávio
Corinthians: Alexandre Pato, Emerson, Romarinho e Uendel
Cruzeiro: Borges, Dagoberto, Henrique e Luan
Flamengo: Wallace
Fluminense: Conca, Michael, Valencia e Wagner
Grêmio: Breno, Marcelo Grohe, Moisés, Ramiro e Riveros
Internacional: Alex Fernando, Índio, Paulão e Thales
Palmeiras: Frenando Prass
Santos: Alan Santos, Aranha e Thiago Ribeiro
São Paulo: Antônio Carlos, Luis Ricardo, Maicon, Reinaldo e Rogério Ceni
Vasco: André Rocha, Bernardo, Luan, Martín Silva, Rafael Vaz e Thalles
* Colaboraram Diego Ribeiro, Diego Rodrigues e Marcelo Hazan.