2 de jul. de 2013

Quem Não Quer Ajudar Não Devia Atrapalhar.

Mesmo sendo sensacional ver o Mengão jogando e ganhando depois de tanto tempo de abstinência forçada, o amistoso da estreia de Mano Menezes no comando do Mengão não mereceu um post no Urublog. Não mereceu porque ainda temos um mínimo de compostura e sabemos que foi só um jogo treino contra um São Paulo todo desfalcado valendo um saco de jujubas vazio. Apenas uma etapa do longo trabalho que o nosso novo treinador terá pela frente.
Com um adversário daquele quilate e com tamanho apelo motivacional todas as conclusões pós jogo tinham que ser relativizadas. Foi 1 x 0 mas mesmo se fosse 9 x 0 teríamos que continuar de perfil baixo, já que doutrinar os come e dorme da Vila Sônia não pode ser motivo pra júbilo ou orgulho. Preferi não falar nada e deixar que as atenções do domingo fossem todas para a decisão da Copa das Confederações.
O momento era da Seleção e aqui o assunto é o Flamengo. O caminho que o Flamengo tem que percorrer é longo, a meta é ambiciosa e por enquanto Mano está experimentando. No sábado experimentou o Wallace, que é irremediavelmente grosso, experimentou Cáceres, que se mostrou meio molenga e não ganhou uma dividida, experimentou Paulinho, que mostrou mais vontade em 45 minutos do que Carlos Eduardo em 6 meses, e provavelmente vai experimentar muitos mais antes de dizer que temos um grupo fechado. Mas a grande experiência do sábado para Mano foi a sensação única e indescritível de dirigir o Fuderoso Triturador de Reputações Táticas da Gávea.
Mesmo tendo sido em um ambiente controlado, em uma praça majoritariamente rubro-negra mas de espírito neutro, Mano deve ter sentido a pressão de 40 pares de olhos cravados nas suas costas. É justamente a maneira como ele reagirá aos 40 milhões de olhares dardejantes que fará toda a diferença entre o êxito consagrador e o desmoralizante fracasso. Já existe uma injustificada e extemporânea pegação no pé do cara. Injustificada não, a justificativa para a perseguição que tem sofrido de alguns gatomestres é simples e se escreve com 8 letras: Flamengo.
Antes os problemas de Mano fossem apenas os 40 milhões de rubro-negros. Problema mesmo é com os 160 milhões de antis, sempre venais e duas caras quando o assunto é o Mengão. Enquanto não fechou com o vermelho e preto da Gávea Mano era unanimidade nacional como um dos melhores e mais modernos treinadores do Brasil. Mas bastou que fechasse com o certo para surgirem, subitamente, defeitos imperdoáveis em todos os seus trabalhos pregressos e futuros. O que não é nada mais que um novo disfarce para a velha moléstia que acomete a intelejumência arcoírista há quase 118 anos; a dor de cotovelo mortal e debilitante provocada pelos triunfos do Flamengo.
E no pós jogo Mano tem dado a impressão que percebeu rápido que o Flamengo não precisa de mais um técnico gente boa pra dizer que o elenco tem qualidade. Mano percebeu que o Flamengo precisa de um técnico que ao mesmo tempo que extrai todo o suco possível do pouco que temos não deixa de brigar por todos os reforços que forem necessários. E que tenha mais vontade de ser campeão do que nós mesmos. Até agora ele tem sido bem coerente.
Se você é Flamengo deixa o cara trabalhar antes de cornetar. E se você não é Flamengo não se meta.
PS1: O post anterior, um questionamento sóbrio, pertinente e equilibrado, não foi assinado por nenhum opositor à atual diretoria, parem de procurar chifre em cabeça de cavalo. Leiam outros textos dos autores e descubram quem eles são. Uma dica: é mais fácil  encontrar os tais chifres em cabeças de burro.
PS2: Amanhã, dia 3 de julho, o Urublog completa 6 anos ininterruptos no ar. Muito obrigado a todos os envolvidos, em especial aos leitores e comentaristas.
Mengão Sempre
Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo nosócio torcedor.

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