2 de jul. de 2014

História do ‘extraterrestre’ Messi é retratada em filme com Maradona e amigos de infância

RIO - “Gênio”, “único”, e até “extraterrestre”. Essas são algumas das palavras usadas por especialistas em futebol e admiradores para definir o neto de dona Célia. Lionel Messi, de 27 anos, que se destacou tanto no esporte a ponto de ser o único jogador a receber quatro Bolas de Ouro, tornou-se tal atleta graças à sua avó, que chegou a mentir a idade do menino para que ele pudesse entrar em campo e disputar um campeonato entre os times da cidade de Rosário, onde nasceu, na Argentina. É através de relatos de amigos de infância, primeiros professores da escola, companheiros de equipe do pequeno time local Newell’s Old Boys, ex-treinadores e de jornalistas esportivos que a história do ídolo do Barcelona e sua odisseia para ser contratado pelo clube foi levada para a telona em “Messi”. A cinebiografia, assinada pelo diretor Alex de la Iglesia, foi exibida nesta quarta-feira em uma sessão para jornalistas, num cinema na Barra da Tijuca, mas ainda não tem previsão de estreia mundial.
— Optamos por não ter depoimentos do Messi — conta o roteirista da produção e ex-jogador argentino Jorge Valdano — A história do jogador de futebol todo mundo já conhece. Queríamos saber quais foram os passos que ele deu para chegar até lá. E nada melhor do que convidar quem viu de perto a história nascer para contar os detalhes.
Com imagens raras de arquivo, cedidas pela família do jogador que optou por não aparecer na telona, o espectador vê a personalidade de Messi em 90 minutos. Da timidez que o arrebatou ao ser obrigado a se fantasiar de cobra para uma peça da escola, ainda aos quatro anos de idade, à certeza de que não queria ser como Maradona, passando pelo sofrimento que enfrentou, ainda criança, ao ter que carregar seringas com as doses do remédio que precisava tomar para driblar seu problema de crescimento. Tudo é contado com a presença de atores, ou depoimentos de pessoas que estiveram ali, e através de fotos e vídeos.
Os produtores vão esperar o resultado da Argentina na Copa para pensar uma estratégia de lançamento, então dezenas de jornalistas que estão no Brasil para cobrir o Mundial aproveitaram a chance para ver a prévia, que acabou de ser editada: “Nem a família de Messi viu ainda”, comentou o produtor, Jaume Roures. Alguns amigos também estiveram presentes, como o ex-goleiro da seleção mexicana, Jorge Campos, aquele que ficou marcado na memória pelos uniformes espalhafatosos e fluorescentes das Copas de 1994 e 1998.
— A única solução para não levar um gol do Messi seria ficar no banco de reservas — brinca Campos, de 47 anos. — Não existe o que fazer para pará-lo. Ele é um jogador brilhante, imprevisível e preciso.
NEYMAR X MESSI OU MESSI X MARADONA
Se no Brasil Neymar e Messi são alvo de comparação e rivalidade a todo instante, para os argentinos eles estão em patamares tão distantes que “sequer podem ser citados na mesma frase”, como afirma Marcelo Sottile, jornalista do argentino “Olé”, que participa do filme com seus depoimentos.
— Sempre haverá uma rivalidade entre Brasil e Argentina. A que encontraram para esta Copa foi jogar Neymar contra Messi — opina Sottile, que está no Brasil para a cobertura do Mundial. — Não vejo nenhuma relação entre os dois, a não ser o fato de jogarem no Barcelona. Neymar, no máximo, é um Messi em construção, porque é muito jovem ainda. Aos 22 anos, ele é muito talentoso, mas ainda tem muitos passos a trilhar, enquanto Messi já está pronto. Acho que, nesta Copa, a maior comparação entre Argentina e Brasil é que os dois países são grandes do futebol com problemas sérios em seus times, e apenas uma grande estrela convocada.
Valdano, campeão mundial de 1986 ao lado de Maradona, concorda.
— Se eu fizesse um filme sobre o Neymar, seria sobre um futebolista pop, enquanto a história do Messi é sobre um jogador já consagrado — dispara. — Não consigo traçar um paralelo entre os dois, porque Neymar ainda não é uma estrela. Mas é inevitável comparar Messi e Maradona; são as duas grandes estrelas do futebol argentino, os dois são canhotos e têm alguns lances de genialidade muito parecidos. Que bom que Messi existe, ou ainda estaríamos falando de Maradona.
E como uma pitada de pimenta no filme aparece Maradona, para dar carinho e, ao mesmo tempo, gerar polêmica na história, cuja maioria defende Messi como o melhor jogador de todos os tempos:
— Amo você de verdade. Vamos esperar sua carreira acabar para ver se você é o melhor.
Roteirista da produção e ex-jogador argentino Jorge Valdano - Divulgação / Denise Ricardo


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