Quando viu a bola estufar as redes de Benaglio, aos 13 minutos do segundo tempo da prorrogação das oitavas de final da Copa do Mundo, contra a Suíça, nesta terça-feira, em São Paulo, Di María sentiu um nó na garganta (veja o gol por diversos ângulos no vídeo ao lado). Em uma explosão de sentimentos, o argentino correu em direção a torcida, fez coraçãozinho com as mãos e por muito pouco não chorou. A emoção não era somente por ser o herói do triunfo suado por 1 a 0, mas pela recompensa do esforço dos hermanos, que, mesmo exaustos, não deixaram de buscar o gol suíço - principalmente pelos pés de Fideo.
Nos 120 minutos de bola rolando, a Argentina concluiu ao gol 29 vezes. Di María foi quem mais tentou: 12. E o craque do Real Madrid estava mesmo precisando de uma atuação redentora. Aclamado como melhor jogador argentino na última temporada europeia, vinha fazendo um Mundial apagado. Vinha fazendo uma partida muito ruim. Até que complementou com precisão passe açucarado de Messi, correu, vibrou e quase desabou em lágrimas.
- Estive perto de chorar também. Foi uma emoção muito grande ver todo mundo correndo para comemorar o gol, até Kun que está lesionado. Isso mostra que o grupo está muito bem, unido e se doa.
Di María recebe o abraço de Lionel Messi depois do gol da vitória da Argentina sobre a Suíça (Foto: Marcos Ribolli)
A entrega que Di María ressalta, entretanto, não seria capaz de garantir a vitória aos argentinos se não fosse uma boa dose de sorte. Por sinal, tem sido assim em todo Mundial. Contra o Irã, Messi marcou no fim; diante da Nigéria, Rojo fez um gol todo sem jeito com o joelho; e na decisão com os suíços uma cabeçada na trave já nos acréscimos da prorrogação deu contornos ainda mais dramáticos ao triunfo.
Para Di María, todos fatos que mostram a Argentina com sorte de campeã, assim como, segundo ele, aconteceu com a Espanha na África do Sul.
- Sempre dissemos que a Espanha quando foi campeã teve sorte. Agora, também estamos com ela (...) Foi um dos gols mais importante que já fiz. Em um Mundial, partida mata-mata, nos acréscimos, foi algo lindo. Vou lembrar disso sempre. Estou muito feliz pela partida que fizemos. Deixamos tudo em campo para chegar nas quartas e conseguimos. Até que terminasse os 120 minutos, não desistimos. Todos se sacrificaram até a final. Deixamos a vida.
Durante passagem pela zona mista da Arena Corinthians, Di María detalhou o gol apontado como um dos principais da carreira e citou outros dois companheiros com participação importante, além de Messi: Palacio, que rouba a bola no meio-campo, e Higuaín, que puxa a marcação e abre espaço para conclusão.
- Rodrigo rouba a bola e dá para Leo, que arranca em diagonal como faz sempre. Depois, Pipa corre por dentro, eu por fora e esperei o que Messi ia decidir, se tocava para Higuaín ou para mim. A bola veio para mim, vi o goleiro correndo para a trave e só tive que tocar no outro lado.
Jogadores argentinos fazem muita festa depois do gol de Angel Di María (Foto: Marcos Ribolli)
Por fim, Angel apontou méritos na classificação da Argentina ainda com bola rolando.
- Fizemos uma partida para nos classificar antes (dos pênaltis). As estatísticas mostram isso, foram 29 chutes, sendo 22 na direção do gol. Fizemos por onde ganhar. Não tivemos sorte no início, mas depois aconteceu.
Com a vaga nas mãos, a Argentina de Di María retorna para Belo Horizonte ainda nesta terça-feira, onde volta a treinar na Cidade do Galo. A partida de quartas de final vai ser disputada no próximo sábado, às 13h (de Brasília), no Estádio Nacional, na Capital Federal, contra a Bélgica, que eliminou os Estados Unidos
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