Nos últimos anos, sempre que dezembro se aproxima, o Fluminense se vê às voltas com um dilema: mudar ou não o formato de sua parceria com a Unimed, que já dura 14 temporadas. No lugar apenas do pagamento da maior parte dos salários de jogadores, o grupo político que apoia o presidente Peter Siensem quer injeção de dinheiro nos cofres do clube, o que pode emperrar a renovação do acordo.
Para piorar a situação, o presidente da Unimed, Celso Barros, enfrenta rejeição na empresa. Em março, mesmo tendo vencido com certa facilidade (654 votos contra 510), pela primeira vez nos últimos 14 anos ele teve oposição na eleição para o Conselho Fiscal. Celso ainda não decidiu se concorrerá no pleito presidencial marcado para março do ano que vem.
Com a Unimed, o Fluminense conquistou os Estaduais de 2002, 2005 e 2012, os Brasileiros de 2010 e 2012, e a Copa do Brasil de 2007, e o torcedor se acostumou a ter elencos formados por estrelas. De Romário a Fred, passando por Edmundo, Ramon, Deco e Thiago Neves, além de técnicos como Muricy, Abel e Vanderlei Luxemburgo, e também o diretor executivo Rodrigo Caetano, a empresa sempre foi a responsável pelo pagamento de 70% a 80% dos salários, cabendo o restante ao clube.
Se o atual modelo de parceria mudar, o Fluminense teria que arcar com cerca de R$ 4 milhões mensais para manter suas principais estrelas. Dos cofres do clube saem, atualmente, cerca de R$ 2 milhões mensais, e é justamente essa parte que está atrasada há dois meses.
Do atual elenco, apenas os jogadores recém-promovidos das divisões de base não recebem parte do salários pela Unimed. O atacante Marcos Junio, que renovou contrato em julho, já entrou na folha da empresa.
A indefinição sobre como será o futuro da parceria também impede a contratação de reforços ainda este ano. A saída de Deco, por exemplo, representou uma economia de R$ 550 mil para a Unimed e de R$ 170 mil para o Fluminense. Para repatriar Conca, por exemplo, os tricolores sabem que precisarão desembolsar quantia semelhante, o que só é possível com a ajuda de um parceiro.
Procurado durante dois dias para falar sobre o futuro da parceria com o Fluminense e da eleição na Unimed, o presidente Celso Barros atendeu apenas uma ligação.
— Estou almoçando. Pode me ligar depois — disse Celso, que depois manteve o telefone desligado.
Além de ajudar em campo, Fred pode acabar salvando a parceria entre o Fluminense e a Unimed. Por contrato, sendo ou não a patrocinadora do clube, a empresa é obrigada a continuar pagando o salário do atacante até o final do compromisso, que vai até dezembro de 2015.
— Isso pode ajudar um pouco o Fluminense. Na teoria, não faz sentido deixar de patrocinar o clube e continuar pagando a principal estrela por mais dois anos — diz um influente integrante da diretoria tricolor.
Em caso de fim da parceria, os demais jogadores seriam indenizados, dependendo do caso, em dois ou três meses de salário. Do atual elenco, quatro jogadores ficarão sem contrato em dezembro deste ano: o zagueiro Anderson, o volante Edinho, o apoiador Felipe e o atacante Rhayner.
Deco, que também tinha contrato até o final do ano, preferiu abandonar o futebol devido às seguidas lesões.
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