Destaque do Goiás no Campeonato Brasileiro, o atacante Walter está em evidência por dois motivos: as boas atuações e a forma física. O sorriso, que já é raro, desaparece por completo do rosto quando é chamado de gordinho. Não que ele não reconheça que esteja acima do peso. Pelo contrário. Mas fica chateado com os comentários. No entanto, quando a bola rola, ele mostra que o excesso não o atrapalha. Só nesta temporada foram 21 gols marcados. Nesta segunda-feira, em participação no “Arena SporTV”, o jogador celebrou a boa fase com a camisa esmeraldina e garantiu que já emagreceu "bastante", especialmente após parar de abusar de algumas guloseimas.
- Não estou 100% ainda, estou trabalhando para chegar no meu peso ideal. Emagreci bastante. Mas tenho que perder uns três quilos ainda. Antes, eu comia muita bolacha recheada. Não preciso mentir. Mas atualmente eu já não como muito. É uma coisa que eu já tirei. O refrigerante também eu estou evitando. Só tomo refrigerante quando liberam na concentração - garantiu.
- Sempre que eu vou jogar fora, as pessoas me chama de gordo. Depois, no fim do jogo, me dão parabéns. E isso eu agradeço de braços abertos - completou.
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O jogador negou ainda que sua atual condição física seja resultado de alguma privação ou necessidade que passou na infância. Natural de Recife, o centroavante não esconde as origens: foi criado na favela do Coque. Na comunidade, Walter foi mais um entre tantos meninos que alimentam o sonho de virar jogador de futebol. Atualmente, agradece o apoio do técnico Enderson Moreira por ajudá-lo a viver essa grande fase com a camisa do Goiás.
- Eu vim de um bairro pobre. Foi um momento difícil, não tinha muitas condições de viver. Minha mãe sempre correu atrás para trazer comida para dentro de casa porque ela tinha cinco filhos. Ninguém trabalhava. Só ela. É lógico que atualmente tenho coisas que eu não tinha antes. Muitas pessoas dizem que eu tomo dois litros de refrigerante por dia. Isso é mentira. Cada vez, eu me cobro cada vez mais e agradeço ao Enderson pela confiança que ele está me dando. Sem ele, eu certamente não estaria vivendo esse momento.
Walter chegou ao clube esmeraldino no ano passado depois de uma passagem discreta pelo Cruzeiro. Antes, havia despontado como grande promessa do Internacional em 2008, mas a irregularidade em campo fez com que o atacante se firmasse apenas em 2010, quando foi vendido ao Porto. Em 2012, retornou ao Brasil, para o Cruzeiro. E agora busca no Goiás o protagonismo. Aos 24 anos, Walter vive agora o melhor momento da carreira.
- Parece que não caiu a ficha ainda. Muitos jogadores da base chegam no profissional e acabam voltando. Às vezes, eu nem acredito que estou jogando contra Corinthians, Flamengo Vasco, Palmeiras... Times, que lá em Recife, são mais conhecidos. Antes eu torcia para esses times. Hoje jogo contra eles. É uma emoção muito grande. Hoje, posso falar que sou um vencedor, estou em uma grande equipe, só tenho a agradecer o futebol porque mudou a minha vida.
O jogador revelou ainda que tem como fonte inspiração três ex-atacantes da seleção brasileira e disse que fica triste por não vê-los mais em atividade.
- São três jogadores: Romário, Adriano e Ronaldo. Eu cresci olhando. Fico até um pouco triste porque eles pararam de jogar. O Adriano até tem alguma chance de voltar, e eu torço muito por ele - concluiu.
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