5 de set. de 2013

Em clima tenso, diretoria e elenco da Ponte Preta lavam a roupa suja

A crise da Ponte Preta atingiu o ápice nesta quinta-feira. O clima esquentou na reapresentação do elenco, à tarde, no Círculo Militar. Em aproximadamente uma hora e meia de conversa, diretoria e jogadores lavaram a roupa suja com direito a muita cobrança, principalmente por parte de Marcus Vinícius, e princípio de confusão entre atletas. O próximo passo para sacudir o elenco é a dispensa de algumas peças vistas como 'influências negativas'.
A reunião ocorreu antes do treino. Ainda sem Jorginho e o zagueiro Betão, que chegou atrasado, o executivo Ocimar Bolicenho foi o primeiro a ter a palavra. Mas foi o gerente de futebol Marcus Vinícius quem falou mais duro com o grupo. Por cerca de meia hora, ele gesticulou e esbravejou bastante, com críticas direcionadas, apontando o dedo para os alvos. Os jogadores ouviram tudo sem contrariar. Ele chegou a falar que ninguém ali tem capacidade para chegar à Seleção.
Marcus Vinícius, Ponte Preta (Foto: Carlos Velardi/ EPTV)Marcus Vinícius não poupou críticas ao elenco da Ponte durante discurso (Foto: Carlos Velardi/ EPTV)
Na sequência, a dupla de dirigentes deixou o espaço para Jorginho ficar a sós com o grupo. O papo rolou longe da imprensa, mas foi possível perceber um desentendimento entre Edson Bastos, Baraka e Artur, com o goleiro de um lado e os outros dois do outro. Exaltados, os três precisaram ser contidos pelos companheiros, em mais um indício de racha no elenco alvinegro.
Quando os atletas caminhavam para o campo de treino, Roberto tirou satisfações separadamente com Giovanni. O goleiro chegou a colocar o dedo no peito do meia. Roberto, aliás, foi o responsável por escancarar o ambiente ruim. Após a derrota por 2 a 1 para a Portuguesa, ele desabafou e insinuou corpo mole de alguns jogadores, sem citar nomes.
Mesmo de cabeça fria, ele voltou a disparar contra a postura da equipe, mas considerou positiva a reunião nesta quinta-feira. Segundo ele, a conversa serviu para o grupo realinhar as prioridades e também perceber que a paciência da diretoria está no limite.
- O conteúdo foi em cima da entrevista que dei. Nunca fui de externar, até porque tem coisas que têm de falar olho no olho. Foi o que aconteceu hoje. Teve uma cobrança um pouco mais forte de todas as partes. O Marcus Vinícius e o Jorginho falam a nossa língua, e isso facilita o entendimento. Nessas reuniões, um fala mais calmo, outro mais forte, mas a linha de raciocínio foi reta. O papo foi reto. Se não correr sangue na veia, pode esquecer. Já trocamos o Guto Ferreira, o Carpegiani e agora estamos com o Jorginho. Daqui a pouco, não precisa ser vidente para saber que a foice vai passar para o nosso lado. A partir de agora, fica quem quer e quem acredita. Esse foi o teor da conversa – comentou Roberto.
Roberto e Giovanni, Ponte Preta (Foto: Carlos Velardi/ EPTV)Roberto tirou satisfação separadamente com Giovanni após a conversa (Foto: Carlos Velardi/ EPTV)
Os recentes episódios vão causar mudanças no grupo. A cúpula alvinegra prepara uma lista com o afastamento daqueles que considera que não estão comprometidos com a causa do clube. Fernando e Rafinha são os nomes mais cotados para puxar a fila. Até o meia Ramírez corre o risco de sair dos planos da Ponte para a sequência da temporada. A expectativa é que a decisão seja anunciada ao longo da sexta-feira. Pela manhã, está previsto um encontro entre o presidente Márcio Della Volpe com o elenco.
Após a lavagem de roupa suja, o elenco foi dividido em dois. Os titulares contra a Portuguesa fizeram um trabalho regenerativo, enquanto os demais realizaram um coletivo. Com cinco derrotas consecutivas, a Macaca se afundou na zona de rebaixamento. Tem 15 pontos, na vice-lanterna. O próximo compromisso está marcado para sábado, às 18h30, contra o Internacional, no Majestoso.

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