2 de set. de 2013

Aconteceu Um Negócio Chato.

Todo mundo já estava mais do que avisado que o ano seria difícil. A maioria pensante, intimamente, já tinha até percebido que nossas aspirações mais realistas deveriam ficar circunscritas ao honroso, mas sem brilho, G16 do Brasileiro. Mas é impossível manter a fleugma e a postura profissional depois da presepada que o Flamengo protagonizou ontem.
É hora de cornetar, reclamar, xingar. Vai adiantar nada, mas é dever de torcedor do Flamengo não reagir como se perder de 4 fosse coisa normal. E olha que levar piabas de 4 ou mais se tornou uma desagradável rotina para o Flamengo nos últimos anos. Pelo menos desde 2009 todo ano tem um mico ou mais desses e não tenho a lembrança de que essas derrotas tenham marcado alguma mudança radical no futebol. Acho até que nenhum dos nossos treinadores foi demitido depois de levar 4 cocos.
Mas após um jogo desastroso só podemos mesmo começar a operar naquele enfadonho moto-contínuo. Falamos mal dos perebas. Falamos mal do Mano, que só escala perebas. Falamos mal da diretoria, que além de só contratar perebas ainda bota o Mano pra treinar os perebas. E nos concedemos o direito de repetir uma série de platitudes acacianas e meias verdades surradas como se fossem inéditas pérolas do senso comum.
Quantas vezes vocês já leram, ouviram, disseram ou escreveram que todo o magnífico trabalho administrativo que está sendo feito pela diretoria do Flamengo não valerá de nada se o Flamengo não se mantiver na 1ª Divisão? Ou a inteligentíssima constatação, digna de engenheiro aeroespacial, físico nucelar ou neurocirurgião, de que CNDs, salários em dia e ficha limpa no SPC não entram em campo? Eu mesmo já falei isso uma porrada de vezes.
Outra que aparece muito é a clássica advertência de que se a bola não entrar a torcida abandonará o time. Essa, aliás, tem sido explanada incansavelmente, muitas vezes em tom de ameaça, desde o Carioqueta. Onde a bola não entrou do mesmo jeito que não tem entrado no Brasileiro, apesar da torcida do Flamengo, sempre indisciplinada e refratária ao senso comum, continuar a quebrar os recordes de renda e público do bagulho todo por onde quer que passe.
Jogadores, treinadores e dirigentes do Flamengo não gostam de críticas, nem das construtivas. E é a coisa mais normal do mundo, eles são como nós, gostam de elogios quando acertam e que nem lembremos que eles existem quando erram. Quem nunca? Mas eles tem obrigação de saber que quando o Flamengo perde de 4 é inevitável que o céu desabe sobre a cabeça de todos os stakeholders.
Logo, nada mais justo do que a torcida, o único subgrupo entre os envolvidos que não tem absolutamente nenhuma culpa nos vacilos, solte os bichos todos de uma vez. Pra desabafar, pra assustar os fracos, pra estimular os valentes, pra pôr fogo no rabo dos indolentes e pra provocar mudanças de atitude e tirar os caras da zona de conforto.
Já entendemos que o incômodo se deve às reformas para melhor nos atender, sabemos que economicamente o momento é cabuloso e que não tá fácil pra ninguém. Podemos pular essa parte. A real é que o time do Flamengo pode até ser ruim, e é bastante ruim, mas não é um dos 6 piores da competição. Ocupar a posição que está ocupando na 17ª rodada do campeonato é sinal claríssimo de que algo está sendo feito da maneira muito errada. Não podemos perder dessa maneira e achar que o projeto está correto porque é evidente que não está.
Não sou adepto da política do quanto pior melhor. Tenho certeza de que não ganharemos nada com ela. Mas tá na cara que algo precisa ser feito. E esse je ne sais quoi precisa ser feito rápido. A hora dos ajustes, sejam eles quais forem, é agora. Não podemos esperar que a coisa piore ainda mais para que se tome alguma atitude.
Vamo lá, Flamengo. Levanta e sacode essa poeira.
Mengão Sempre
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.

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