15 de dez. de 2013

Torcedor Não Deve Julgar.

Extremamente desagradável e desnecessária a 39ª rodada do Brasileiro 2013. Uma encheção de saco, um desperdício de tempo e dinheiro que só seria mesmo possível nessa morena república dos bacharéis onde doutores brancos jamais pagam pelos seus erros. Armaram um magnífico circo no fim da temporada para que os doutores tenham ainda mais espaço para nos soterrar com seu mambo-jambo ininteligível, prenhe de citações e brocardos, para no final acabarem fazendo o que eles querem.
As leis são supérfluas onde a Justiça não vigora. Servem apenas para legitimar as injustiças e embasar as vontades dos mais fortes, dos mais capazes e dos que melhor se adaptam, que de toda sorte já são autoaplicáveis. Basta dar uma olhada ao seu redor para rapidinho perceber que nesse mundo maneiríssimo em que vivemos nem sempre a legalidade é justa.
É tanta cretinice despejada sobre nossas cabeças na defesa dos eternos privilégios dos doutores do andar de cima que não faz o menor sentido cometer mais um texto indignadinho para ser anexado ao bestialógico do futebol nacional em 2013. Podem ficar relax, não darei esse mole.
Mesmo porque tenho consciência que sou uma besta, oprimido, explorado, penalizado, taxado e tributado desde sempre pelas regras vigentes na sociedade. Não seria intelectualmente honesto pagar de indignado por causa da última, perdão, da mais recente tentativa de virada de mesa a esculhambar nosso futebol. Assumo numa boa que já estou perfeitamente ajustado à injustiça geral.
Mas também não me agrada a ideia de voluntariamente ser usado como massa de manobra para semear pés de feijão mágico no fértil solo da opinião pública. Tô velho e cansado pra fazer esse papel. Cada um que use a sua própria consciência para escolher de que lado ficar nessa briga. Eu me abstenho. Não posso julgar quem tem a razão, estou impedido por estar diretamente interessado no desfecho da querela. Mas posso torcer.
Como torcedor do Flamengo, condição que julgo preceder a de cidadão, homem de bem, democrata ou pai de família, obviamente que meu desejo é que o Fluminense se exploda, junto com o STJD e a CBF. E não quero que o Fluminense seja rebaixado porque são safados e sempre se beneficiam do tapetão, ou por solidariedade à Portuguesa ou de acordo com o paragrafo tal, da lei tal, do código tal.
Quero que o Flor se dane sempre, esteja ou não com a razão, nesse ou em qualquer campeonato. E não, não me importo nem um pouquinho com as consequências que uma injustiça contra os tricolores acarretaria ao todo. Reitero: em primeiro lugar quero que elas se danem. Sem esquecer do Vasco, que deve vir sempre em segundo lugar.
Mas eu sou torcedor, e posso ser honesto até na minha deslavada defesa da desonestidade. Porque, felizmente, não tenho poder nenhum para aplicar a minha desonestidade sobre os inocentes. Para isso eu teria que, ao menos, me reunir com outros ensandecidos em uma irmandade bárbara dedicada a roubar e a matar os não-irmãos disfarçando-me de torcedor organizado. Torcedores fanatizados como eu, quando não apelam para a violência, não oferecem qualquer perigo.
O perigo está em torcedores fanatizados como eu, com desejos inconfessáveis como os meus, sem nenhum freio moral para o uso da violência institucional, que detêm o poder para torna-los realidade. À parte a metodologia empregada, a forma de ação, e o assustador arcabouço legal sob o qual se abrigam, não vejo qualquer diferença entre estes torcedores poderosos com a caneta na mão nos gabinetes das Federações e os trogloditas empunhando barras de ferro como clavas nas arquibancadas.
O objetivo dos dois execráveis tipos de torcedor é absolutamente o mesmo. Roubar o jogo para eles.
Mengão Sempre
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Rubro-negro bem vestido, me ajuda a acabar com os perebas no time do Flamengo. Entra logo no sócio torcedor.

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