O meia Alex explicou nesta terça-feira os motivos de sua saída do Fenerbahçe. Através de um comunicado oficial, o jogador brasileiro afirmou que o problema era mesmo com o técnico Aykut Kocaman, apesar de não citá-lo nominalmente no depoimento, além do presidente Aziz Yildirim.
- Entrei na sala do presidente às 16h15 e sai às 16h18. Oito anos de clube e ele resolveu tudo em apenas três minutos - disse (veja a nota na íntegra abaixo).
Na última segunda, o Fener anunciou a saída de Alex após oito anos no clube. O camisa 10 vinha sendo pouco aproveitado pelo treinador, que acabou decidindo mandá-lo treinar em separado. A imprensa turca especulou que o problema de relacionamento entre o atleta e o treinador seria por causa de ciúmes: Kocaman, ex-jogador do clube, estaria preocupado com a possibilidade de Alex ultrapassá-lo na lista de maiores artilheiros da história do Fener. Pelo visto, acertou em cheio.
- O treinador me passou da seguinte maneira: "Eu sou o treinador e a liderança do time, mas você é muito grande e forte. Não posso ter você contra minhas ideias dentro do vestiário. Por isso tomei essa decisão" - contou.
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A notícia causou revolta nos torcedores, que foram até a casa de Alex durante a madrugada em mais uma prova de amor com o ídolo. Centenas de pessoas fizeram protesto contra a diretoria e até queimaram uma bandeira com a imagem do presidente. Emocionado, Alex apareceu na janela ao lado de familiares e agradeceu pelo carinho. Por iniciativa da torcida, a diretoria inaugurou no dia 15 de setembro uma estátua do craque em uma praça ao lado do estádio Şükrü Saracoğlu.
- Seis da manhã. Os loucos estão aqui gritando... - escreveu Alex no Twitter, de madrugada.
Alex tem 185 gols é o oitavo da lista, com nove a menos que o técnico. Contando apenas o Campeonato Turco, Kocaman é o recordista do clube com 140, somente quatro a mais que o ex-jogador de Palmeiras, Coritiba, Cruzeiro e Flamengo.
O jogador conquistou seis títulos em sua passagem pelo Fenerbahçe: três Campeonatos Turcos, duas Supercopas do país e uma Copa da Turquia. O último jogo do craque foi no último sábado, quando atuou 45 minutos contra o Kasimpasa, substituído por Kocaman no intervalo.
Clubes brasileiros sonham com o meia
Logo após a inauguração da estátua no último dia 15, Alex disse ao GLOBOESPORTE.COM que já havia tomado uma decisão sobre seu futuro, mas que só iria revelar no final de seu contrato com o Fenerbahçe no meio de 2013. Com a rescisão, clubes brasileiros sonham com o reforço do meia.
- Hoje, não tenho dúvidas nenhuma. Estou bem resolvido, no momento certo vou divulgar o que vai acontecer - disse Alex na ocasião.
Cruzeiro, Palmeiras e Coritiba, times que contaram com a melhor fase de Alex no futebol brasileiro, são os primeiros da fila. Mas Santos e Grêmio também estariam na briga pelo camisa 10.
A torcida do clube mineiro, por exemplo, iniciou na internet uma campanha para o retorno do ídolo, destaque da conquista da Tríplice Coroa em 2003 (títulos do Mineiro, Brasileirão e Copa do Brasil na mesma temporada).
Confira o esclarecimento de Alex na íntegra:
"Para esclarecer de vez a situação, meu desligamento do Fenerbahçe aconteceu da seguinte forma:
Perdemos para o Kasimpaşa por 2 a 0 no último sábado à noite. Após o jogo, nosso treinador entrou no vestiário e se demitiu; um diretor falou aos berros; o presidente expôs várias coisas e, por último, os jogadores falaram. O mais triste é que, em nenhum momento, alguém usou as palavras bola ou futebol.
Domingo treinei normalmente. Na segunda-feira, quando cheguei para treinar, fui chamado pelo técnico na sala dele e este me avisou que eu estava afastado do time. Argumentei que para um atleta ser afastado tem que haver um motivo disciplinar. Não tinha e não tem, por isso gostaria muito de saber o motivo.
O treinador me passou da seguinte maneira: "Eu sou o treinador e a liderança do time, mas você é muito grande e forte. Não posso ter você contra minhas ideias dentro do vestiário. Por isso tomei essa decisão".
Minha resposta foi simples e direta: "É isso mesmo. Decisões devem ser tomadas e vou ao presidente ver o que ele me diz".
Entrei na sala do presidente às 16h15 e sai às 16h18. Oito anos de clube e ele resolveu tudo em apenas três minutos.
O presidente me disse: "Pode falar". Eu disse que gostaria de saber como proceder naquele momento, já que o treinador tinha me proibido de treinar juntamente com o time.
"A decisão é sua! Você treina em separado ou vai embora!", disse meu ex-presidente. Assim acabou. Não posso treinar separado somente porque eles desejam e se preocupam com aquilo que represento dentro do vestiário.
Darei uma coletiva na próxima segunda-feira e serei o mais claro possível com o torcedor do Fener. Devo isso a todos para poder voltar ao Brasil com tudo bem esclarecido"
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