semana que ora termina trouxe uma notícia que passou meio despercebida: o Manchester United negociou com seu patrocinador DHL a antecipação do final do contrato que a empresa mantém com o clube, que está longe, bem longe, de ser pequeno.
Em termos práticos, o clube recomprou seu contrato com o patrocinador. Fechado em agosto de 2011, o atual acordo dá à empresa de logística o direito de patrocinar o uniforme de treinamento – o kit de treino – do time inglês por quatro anos nas competições domésticas. Além do kit para treinamento há mais algumas ações de marketing, a mais importante das quais o DHL Tour, nome oficial das viagens do time para os amistosos de verão, inclusive da Chevrolet Cup, e também o nome da apresentação da taça da Premier League pelas sedes da DHL em todo o mundo. Em 2011, por exemplo, na parte latinoamericana do evento, a taça veio para São Paulo, onde foi apresentada em evento da empresa.
O valor original do contrato foi de nada módicos 40 milhões de libras, algo como 50 milhões de euros (49,8 para ser mais exato), ou 12,5 milhões de euros por temporada. Esse valor é superior ao da maioria dos patrocínios máster dos times que disputam a Champions League e, na verdade, só fica atrás dos patrocínios de alguns clubes top da Europa, como temos visto em relatos nesse OCE. A recompra da metade final dessa operação certamente não ficou barata para o clube.
Por que isso, então? Um luxo? A soberba subiu à cabeça dos Glazer e seus executivos?
Nada disso, pelo menos é o que penso, pois os Red Devils têm protagonizado os eventos mais espetaculares da mistura futebol + dinheiro nesses últimos meses, começando pelas novas cotas de direitos de TV, onde foram beneficiários da importância da Premier League como um todo, até o novo acordo com a Nike a partir de 2015, que poderá atingir a fantástica cifra de 1 bilhão de libras por 10 anos de contrato. Passando pelo igualmente gigantesco e histórico patrocínio máster fechado com a General Motors – Divisão Chevrolet e o lançamento das ações na Bolsa de Valores de Nova York, entre outros.
O fato é que a direção do United, até motivada por esses eventos e pelo sucesso na captação de mais recursos, acredita que suas propriedades estão passando por intenso processo de valorização e isso inclui o material de treinamento, que de repente passa a ter um valor de patrocínio máster ainda maior.
Segundo o clube declarou, a DHL continuará presente como patrocinador global do clube na área de logística, o que, na prática, significa um retorno à condição original do contrato, antes do upgrade de agosto de 2011. Essas duas temporadas com o patrocínio diferenciado do kit de treinos serviu, também, para mostrar aos demais possíveis interessados a importância e capacidade de retorno em imagem, em exposição da marca, que essa propriedade, usualmente desprezada, possui.
Como a direção do clube – toda ela profissional – não é de dar ponto sem nó e a família Glazer vê com especial interesse todo retorno de capital que o clube possa proporcionar, isso me leva a acreditar que não demorará muito para um novo patrocinador ser anunciado e uma nova chuva de cédulas inunde os cofres vermelhos de Manchester. Esse é, igualmente, o mesmo pensamento do Daily Mail a respeito do negócio.
Fica o exemplo e fica a criação de mais uma oportunidade de negócios para os demais clubes na Europa e, por que não, também aqui no Brasil.
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