Na temporada passada, aquele ginásio era a casa de Benite. Da arquibancada, costumava receber palavras de apoio. Neste sábado, o tratamento não foi o mesmo. Nem poderia. Se a defesa do Limeira não conseguia conter o ímpeto do ala-armador, a torcida tentava fazer a sua parte. Em vão. Liderado por ele, e apesar de ter caído de rendimento no último quarto, o Flamengo resistiu à pressão e deixou o interior paulista com a vitória: 80 a 75. Com o resultado, garantiu a vaga entre os quatro melhores da fase de classificação, que vão direto para as quartas de final do NBB 5, e se manteve na ponta da tabela. Já o Limeira, que tenta se manter na zona de classificação dos playoffs, amargou a terceira derrota consecutiva.
- O nosso grupo quer muito ser campeão, voltar a fazer aquele começo de campeonato e hoje mostrou isso. Talvez não o jogo todo. No segundo tempo eu mesmo não correspondi, cometi erros bobos, mas faz parte de uma equipe que está crescendo. A gente teve um momento ruim como todas as pessoas têm (quatro derrotas consecutivas: uma no NBB e três na Liga das Américas), mas já ultrapassamos isso - disse Benite, cestinha da partida com 20 pontos.
O jogo
Os anfitriões começaram a partida impondo um ritmo forte. Passavam sem muitos problemas pela defesa adversária e abria 11 a 5. O Flamengo tentava se arrumar em quadra. Aos pouquinhos, foi encontrando a intensidade que tanto marcou a equipe. Veloz e preciso no ataque, sobretudo com Benite, o time da Gávea também dominava os rebotes. Olivinha foi responsável por seis deles no primeiro quarto. Caio pegou quatro. Se o Rubro-Negro crescia, o Limeira passava a se precipitar ofensivamente. Perdia não apenas pontos, mas também a cabeça. Reclamava da arbitragem, tomava falta técnica e permitia a virada dos visitantes. Dali em diante, o Flamengo não olhou mais para trás. Com 10 pontos na conta, Benite foi peça fundamental para deixar a equipe em vantagem: 27 a 18.
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O quadro que já parecia bom para os comandados do técnico José Neto ficou ainda melhor no segundo período. Sem encontrar uma forma de parar Benite, os donos casa viam a diferença aumentar. Mesmo mudando as peças, o ritmo do Flamengo não caía. Demétrius pedia tempo. Tentava fazer sua equipe entender que era preciso mais empenho na marcação para voltar ao jogo. Não funcionou. Com uma bola de três de Marquinhos, o Rubro-Negro foi para o vestiário com 49 a 34.
Na volta, Marquinhos, que conseguiu anotar apenas seis pontos no primeiro tempo, passou a dar mais trabalho para o Limeira. Demétrius pedia atenção redobrada. Mas se a marcação apertava para cima do cestinha, Kojo aparecia, Benite também. A equipe paulista partia para o individualismo. O Flamengo agradecia e disparava no placar: 67 a 48.
Apesar da grande diferença, o Limeira não se entregou. Partiu para o tudo ou nada nos últimos 10 minutos. Bem postado na defesa, fez com que o Flamengo encontrasse dificuldade. O ataque já não fluía como antes e os jogadores passaram a forçar arremessos da linha dos três, sem sucesso. Com isso, os anfitriões aproveitaram para fazer 14 a 4. A vantagem caiu para apenas nove pontos. Um chute longo de Gegê fez o Rubro-Negro vibrar. A equipe se esforçava para frear a reação de Diego Alemão & Cia. A menos de dois minutos para o fim, a distância entre os times era de sete pontos (78 a 71). A equipe da Gávea bobeava, perdendo três ataques seguidos. Por sorte, o Limeira desperdiçava as chances, com as bolas encontrando o aro. Restando 16s para o fim, com 78 a 73 no marcador, Neto parou o jogo. Orientou seus comandados, que viram Hélio fazer uma cesta, mas não havia mais tempo para tentar mais nada. O Flamengo pôde respirar aliviado.
- Não conseguimos defender do jeito que treinamos. Foi falha nossa. Não tem nem o que dizer, a gente cavou a nossa cova. Em alguns momentos do jogo não estamos achando a defesa e depois tem uma reação muito boa, mas às vezes é insuficiente. Perdemos alguns jogos na última bola e isso tem complicado o nosso campeonato - lamentou o ala Diego.
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