1 de jun. de 2012

Um pesadelo que passou pela Gávea (e ainda está longe de terminar)


Um pesadelo.
Este é o mais perfeito resumo da passagem de Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo. 17 meses de fracasso e que deixam rastros de destruição, como um terremoto ou um furacão.
Não pensem os dirigentes que vai ser fácil chegar a um acordo com os advogados do jogador. Não pensem os torcedores que a Instituição vai safar-se de destruir o orçamento de mais um ano (pelo menos) por conta do pagamento de dívidas com R 10.
Por isso mesmo o fracasso e o pesadelo não podem ser jogados apenas na conta do jogador. A bomba que fica é também de responsabilidade dos dirigentes – que permitiram o ambiente amador que marcou a “era Ronaldinho” e, pra piorar (segundo alega a advogada do jogador) não pagaram o que prometeram e assinaram.
Vale lembrar que os dirigentes tiveram duas chances (uma com a Traffic, outra sem) para fazerem um negócio melhor para os cofres da Gávea.
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Ainda se o dinheiro valesse por resultados em campo, como é o caso de Pet – jogador que até hoje custa mais do que o Fla poderia pagar mas que, ao menos, trouxe resultados… Não foi o caso de Ronaldinho, que despede-se apenas com um Estadual.
O Fla de R10 não foi nem a final de turno no Carioca 2012. O Fla de R10 foi o único brasileiro eliminado na primeira fase da Libertadores, com uma campanha fraquíssima, em um grupo apenas mediano.
E o marketing? O Flamengo, que – segundo as previsões e manchetes empolgadas – venderia a publicidade mais cara dos uniformes brasileiro; passou meses com a camisa vazia. Só faltava escrever “anuncie neste espaço”. O Flamengo, que reforçaria a sua marca internacionalmente e arrecadaria por todos os lados, em direitos, produtos, amistosos, número de torcedores; agora conta o prejuízo.
Um pesadelo.
Uma dívida que vai levar anos para ser paga. Mas uma lição que fica. Ao menos para o torcedor. Os dirigentes, ao que tudo indica, logo vão surgir com outros planos incríveis, números maravilhosos, factódies e apresentações em Power Point cheias de zeros…
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Poucas vezes vi uma instituição quase sagrada como o Flamengo tão humilhada quanto nos últimos dias. Poucas vezes vi os dirigentes tão perdidos.
Assinar e não cumprir é absurdo. Ganhar fortunas e não dedicar-se é totalmente reprovável. Enfim, a relação esgotou-se e o desligamento de Ronaldinho era mais que necessário. Está feito. Mas, como um tsunami, este passado recente deixa muita destruíção. Ainda há muito a ser feito para restaurar a paz e a prosperidade no clube.
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