31 de ago. de 2013

Maracanã S.A. tem prejuízo com Botafogo e Fluminense, mas lucra com Flamengo

Flamengo está em guerra declarada com a concessionária do Maracanã, enquanto Fluminense e Botafogo celebram contrato
Flamengo está em guerra declarada com a concessionária do Maracanã, enquanto Fluminense e Botafogo celebram contrato Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Bruno Marinho
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Maracanã, dia 31 de julho de 2013. O Fluminense encara o Cruzeiro na estreia de Vanderlei Luxemburgo e o borderô da partida escancara o prejuízo de quem gere o estádio: apenas R$ 21.601,00 de arrecadação, valor que não cobre o custo de operação.
Maracanã, dia 28 de agosto. O Flamengo pega o mesmo Cruzeiro pela Copa do Brasil, e a concessionária termina a noite com R$ 734.623,00 no cofre. O abismo entre os valores não se explica apenas pela diferença de peso e de público entre os jogos. No novo Maracanã, contratos diferentes deixam tricolores e botafoguenses satisfeitos. Os rubro-negros reclamam de exploração.
Fluminense e Botafogo abriram mão do direito a receita de 33 mil ingressos no estádio., Em troca, não arcam com custos para atuarem no Maracanã. O que parecia bom negócio para clube e concessionária acabou sendo prejudicial à empresa. Obrigada por contrato a colocar seus ingressos no mínimo 30% mais caros do que as entradas vendidas pelos clubes, o consórcio tem acumulado receitas ruins.
- O contrato está dando o resultado que o Fluminense esperava. Já a concessionária terá de encontrar um caminho para tornar o setor que ela vende atraente - afirmou o diretor geral do Fluminense, Jackson Vasconcelos.
Sérgio Landau, diretor executivo do Botafogo, fala em tom semelhante:
- Estamos muito satisfeitos. É um processo que estamos iniciando, todos ainda estão se adaptando a esse novo modelo de negócio. Antes, o Botafogo rachava receitas e despesas. Agora, os custos estão mais proporcionais.
Na Gávea, o discurso é outro. O clube tem sentido na pele o peso que é atuar no Maracanã com a divisão de lucros e despesas. As conversas com a concessionária estão cada vez mais tensas porque a matemática não favorece o Rubro-negro: a arrecadação com bilheteria de cerca de R$ 7 milhões de julho até agora cairia para R$ 5 milhões se todos os jogos como mandante fossem no Maracanã.
- Não poderíamos fazer contrato como o dos outros porque nosso torcedor é mais presente. O problema é que o custo do aluguel do Maracanã é o maior do Brasil. A concessionária precisa se tornar economicamente viável sem destruir o nosso valor. A longo prazo, o que estão fazendo será prejudicial para o futebol carioca, porque os clubes dos outros estados não precisam pagar tanto de aluguel quanto os daqui - reclamou Fred Luz, diretor de marketing do Flamengo.
Procurado pela reportagem, o Complexo Maracanã optou por não se pronunciar.



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