20 de nov. de 2012

Torcida empurra, Juve ganha, fica na boa e complica a vida do Chelsea


Festa alvinegra e drama azul na noite desta terça-feira, em Turim. Empurrada por mais de 40 mil fanáticos que cantaram e pularam durante os 90 minutos no Juventus Stadium, a Velha Senhora fez a única coisa que lhe restava para seguir dependendo apenas de suas forças na Liga dos Campeões da Europa: venceu. Pela quinta rodada, ganhou por um convincente 3 a 0 do Chelsea, pulou para a zona de classificação do Grupo E e deixou o possível rival do Corinthians no Mundial da Fifa em situação delicada na luta pelo bi do continente.
Com gols de Quagliarella, do chileno Vidal e de Giovinco, a Juve fez a festa dos ídolos Zidane e Nedved, presentes na tribuna, e pulou para a segunda colocação da chave, com nove pontos. Para avançar às oitavas de final, o atual campeão italiano precisa apenas de um empate com o líder Shakhtar, dia 5, em Donetsk. Líderes da chave, os ucranianos bateram o Nordsjaelland por 5 a 2, na Dinamarca, em jogo polêmico, chegaram a dez pontos e se garantiram na fase seguinte. Já a situação do Chelsea é tão complicada que merece um parágrafo à parte.
Juventus comemora gol contra o Chelsea (Foto: Agência AFP)Jogadores do Juventus comemoram com Quagliarella o primeiro gol da Velha Senhora  (Foto: AFP)
Há três partidas sem vencer, os Blues têm sete pontos e não dependem mais de si. Para avançarem, será necessário vencer o lanterna dinamarquês, também dia 5, no Stamford Bridge, e torcer desesperadamente por um triunfo do Shakhtar. Vale ressaltar, porém, que um empate na Donbass Arena garante tanto a classificação do Juventus quanto a liderança dos ucranianos. Se não se classificar, o Chelsea será o primeiro campeão europeu eliminado na fase de grupos após conquistar o título.
A pouco mais de três semanas para a estreia no Mundial de Clubes, diante de Monterrey, do México, ou Ulsan, da Coreia do Sul, os ingleses vivem um momento de crise e têm o técnico Roberto Di Matteo bastante pressionado. Chelsea e Corinthians só podem se encontrar na final do torneio da Fifa, dia 16 de dezembro, em Yokohama (veja a tabela completa). No próximo domingo, o Chelsea tem mais uma pedreira pela frente: o Manchester City, em Londres, pelo Campeonato Inglês.
Torcida empurra, e Juve sai na frente
Di Matteo cumpriu o prometido após a derrota para o West Bromwich e mudou o Chelsea. Sacou Torres, escalou o também espanhol Azpilicueta, e povoou o meio-campo azul. A intenção era manter a bola em seus pés, apostar na velocidade dos contra-ataques e evitar um sufoco da Juve. A primeira parte da estratégia até deu certo, mas a pressão imposta pelos mais de 40 mil presentes no Juventus Stadium levou o time da casa para o ataque na base da força, e, precisos e objetivos, os italianos promoveram um bombardeio para cima de Petr Cech.
Nos 45 minutos iniciais, o Chelsea teve até mais posse de bola, como previsto: 53% a 47%. O Juventus, entretanto, era muito mais objetivo e concluiu 10 vezes, sendo oito na direção do gol. A primeira delas, aos dois, deu o tom do estilo de jogo da Velha Senhora: após troca de passes curtos e rápidos dentro da área, Lichtsteiner recebeu nas costas de Ashley Cole e escorou para grande defesa de Cech, a bola ainda tocaria a trave.
Zidane, Juventus e Chelsea (Foto: Getty Images)Ídolo do Juventus, Zidane acompanha a partida na tribuna de honra (Foto: Getty Images)
Com Oscar e Hazard mais avançados e Mata mais recuado do que de costume, os Blues atuavam praticamente num 4-4-2. A marcação sob pressão do Juventus, por sua vez, impedia saídas em velocidade e a bola permanecia por muito tempo no campo defensivo. Enquanto isso, os italianos seguiam aproveitando qualquer espaço para arrematar, principalmente com Quagliarella.
Ao Chelsea, restava esperar por vacilos defensivos do rival, ou pela genialidade de seu trio de armadores. E quem melhor apareceu neste sentido foi Oscar. Primeiro, o camisa 11 arrancou em velocidade ainda do campo de defesa, passou por três adversários e serviu Hazard. Na boa, o belga dominou, levantou a cabeça, e concluiu rasteiro. Mas Buffon salvou com o pé. Mais adiante, o brasileiro recebeu bom passe de Ramires, perdeu tempo ao tentar cortar para o meio e chutou em cima da zaga.
Pirlo e Ramires, Juventus e Chelsea (Foto: Agência AFP)Ramires tenta se livrar da marcação de Pirlo no
duelo em Turim (Foto: Agência AFP)
As escapulidas azuis eram exceção em um bombardeio contínuo contra o gol de Cech. Capitão na ausência de Terry e Lampard, o goleiro vinha sendo um dos destaques da partida. Porém, um dos raros chutes sem direção da Juve parou no fundo das redes. Aos 38, Pirlo ajeitou o corpo da intermediária e bateu torto e fraco. Mas um desvio de Quagliarella no meio do caminho mudou o panorama e colocou o 1 a 0 no placar.
O relógio ainda não tinha nem chegado aos 39 quando o Juventus quase ampliou. Após cruzamento de Asamoah, Lichtsteiner mais uma vez apareceu bem no segundo pau para o desvio. A bola caminhava lentamente para o gol até que Ashley Cole se esticou para fazer o corte. No contra-ataque, Azpilicueta ainda deixou Mata em boa condição para empatar, mas o espanhol dominou mal na frente de Buffon e não impediu que os italianos fossem para o intervalo em vantagem.
Xodó, chileno aumenta placar e drama do Chelsea
Ciente de que uma derrota praticamente acabaria com as pretensões de um bicampeonato, o Chelsea voltou para o segundo tempo buscando o ataque, mas não foi muito feliz. Sem um homem de área, os ingleses não conseguiam criar boas oportunidades e ainda davam espaços para o contragolpe do Juventus. As chances do time italiano se multiplicavam.
Marchisio e Hazard, Juventus e Chelsea (Foto: Agência AFP)Marcado por Marchisio, Hazard domina a bola
(Foto: Agência AFP)
Ao contrário do primeiro tempo, porém, a troca de passes rápida dava lugar a uma ansiedade inexplicável para marcar o segundo gol. Foi assim que Vucinic e Quagliarella, duas vezes cada, desperdiçaram boas oportunidades com companheiros mais bem posicionados.
O ganês Asamoah, por sua vez, não tem o individualismo como característica e foi responsável por mudar a situação. Aos 16, o lateral-esquerdo avançou com velocidade pela ponta, cortou para o meio e rolou com carinho para Arturo Vidal. O chileno, xodó da torcida da Juve, encheu o pé da meia-lua e venceu Cech: 2 a 0. O placar, somado ao 4 a 2 de momento do Shakhtar sobre o Nordsjaelland, na Dinamarca, complicava, e muito, a vida do Chelsea na competição.
Em situação desesperadora no grupo e com o emprego em risco, Di Matteo resolveu partir para o tudo ou nada, e trocou Azpilicueta e Obi Mikel por Moses e Torres. A obrigação de fazer dois gols e a falta de organização, entretanto, impediu que a dupla de centroavantes sequer tivesse boas oportunidades. Abusando do chuveirinho e visivelmente nervoso, o Chelsea virou presa fácil para a Juve. Com campo para jogar, os italianos se cansaram de desperdiçar contragolpes, até que, já nos acréscimos, Giovinco recebeu sozinho diante de um desesperado Cech, já fora da área, para marcar: 3 a 0. Fim de papo. Festa italiana e desespero inglês

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