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O pacto entre a Espanha e a bola é de uma firmeza que nem a Itália, com tanta tradição, tanta camisa, tanta bravura, consegue romper. Foi com um sofrimento ao qual não está acostumada que a Roja alcançou classificação para a final da Copa das Confederações nesta quinta-feira, no Castelão, em Fortaleza. A vitória não saiu no tempo normal, tampouco na prorrogação. Os campeões do mundo tiveram que recorrer aos pênaltis para não perder um pedaço de seu reinado. Venceram por 7 a 6. Agora, caberá ao Brasil desafiar o talento espanhol. A final é domingo, no Maracanã.
A Itália encarou a Espanha de frente. Em alguns momentos, foi superior – em quase todo o primeiro tempo, por exemplo. Teve repetidas chances de gol e até uma bola na trave antes de perder a força, perder as pernas. Mas são tempos de sinergia entre a Roja e os deuses que mandam no futebol. Se o gol não saiu nos minutos finais da prorrogação, e era justo que saísse, ficou guardado para as cobranças finais.
Os primeiros cinco batedores de cada equipe acertaram: Candreva, Aquilani, De Rossi, Giovinco e Pirlo para a Itália. Xavi, Iniesta, Piqué, Sergio Ramos e Mata para a Espanha. Na série alternada, mais precisão: Montolivo para a Azzurra, Busquets para a Roja. E aí Bonucci errou para a Itália. Coube a Navas fazer o gol da classificação. Foi um golpe duro para os italianos, que já haviam sido eliminados pela Espanha nos pênaltis nas quartas de final da Eurocopa de 2008.
Os primeiros cinco batedores de cada equipe acertaram: Candreva, Aquilani, De Rossi, Giovinco e Pirlo para a Itália. Xavi, Iniesta, Piqué, Sergio Ramos e Mata para a Espanha. Na série alternada, mais precisão: Montolivo para a Azzurra, Busquets para a Roja. E aí Bonucci errou para a Itália. Coube a Navas fazer o gol da classificação. Foi um golpe duro para os italianos, que já haviam sido eliminados pela Espanha nos pênaltis nas quartas de final da Eurocopa de 2008.
Maggio, onipresente em uma Itália superior
Antes que se caia no mais do mesmo, na armadilha de simplesmente esparramar os dados de posse de bola (uma tentação em jogos da Espanha), vale o alerta: a Itália arriscou nove vezes a gol no primeiro tempo; sua adversária, apenas duas. O número avisa que os 62% de controle da Roja na etapa final não significaram soberania. A Azzurra foi mais aguda. Foi mais vertical. Otimizou o pouco tempo em que teve a bola. Relativizou os espaços do campo com jogadas longas, com inversões. E com a onipresença de Maggio.
O ala do Napoli engoliu seu marcador, o lateral-esquerdo Jordi Alba. Ele participou ativamente de cinco chances de gol dos italianos. Foram todas desperdiçadas, uma depois da outra – ora por mérito de Casillas, ora por imperícia na conclusão. A torcida, amplamente favorável aos italianos, quase teve um surto coletivo no Castelão.
A Espanha começou melhor. Pedro teve duas chances sequenciais, em batidas cruzadas da direita. Mas a Itália logo avisou que seria um péssimo osso para se roer. E quase sempre com Maggio. Ele cabeceou para fora, em cruzamento de Pirlo; ele apareceu livre na direita e alçou para Gilardino completar para fora; ele recebeu lançamento em profundidade e foi abafado por Casillas; ele, de cabeça, acionou Marchisio, que mandou de peixinho para fora; e ele mesmo (incrível!), também de peixinho, perdeu gol feito. O goleiro salvou mais uma.
A Espanha pareceu mais estática do que o normal, e acusar o forte calor cearense pode ser injustiça – afinal, a Itália também padeceu com os mais de 30 graus em Fortaleza. A consequência da menor mobilidade foi a pobreza ofensiva de um time acostumado a encantar. Chance de gol mesmo, daquelas claras, a Roja só teve uma no primeiro tempo, quando Fernando Torres girou sobre a marcação e mandou para fora.
Segundo tempo
As duas equipes deram à luz um segundo tempo diferente. A Itália se tornou menos agressiva. A Espanha ficou mais compacta, melhor fechada, mas sem a capacidade costumeira de tontear o adversário. Ficou um jogo mais estudado, um jogo de centímetros.
Chances de gol se tornaram mais raras. E passaram a pender para o lado espanhol. Navas, em campo no lugar de David Silva, bateu cruzado ao receber recuo de Fernando Torres. Buffon pegou. Iniesta fez fila pouco depois e bateu cruzado. Mas nada muito assustador.
O domínio espanhol, porém, durou pouco. A Itália reagiu. Passou a perambular pelo campo de ataque. Mas, a exemplo do rival, sem grandes ameaças. O jogo ficou com ares de prorrogação, como se só algum lance excepcional pudesse mudar seu rumo. Aos 38, quase aconteceu. Fernando Torres envolveu a zaga italiana e acionou Piqué. O zagueiro apareceu como centroavante e mandou por cima.
Prorrogação e pênaltis
Veio a prorrogação, e os nervos ficaram novamente à flor da pele. Os dois times, exaustos, cederam espaços. Giaccherini acertou a trave de Casillas. A Espanha logo reagiu. Piqué e Sergio Ramos, dentro da área rival, tiveram tudo para marcar. De Rossi salvou.
Com o passar do tempo, com o aumento do desgaste italiano, a Espanha cresceu. Os jogadores, tirando forças sabe-se lá de onde, ainda conseguiram tramar jogadas, chegar ao ataque. Mas não tinha jeito. O gol não saía. E se não saiu quando Xavi mandou uma bomba e Buffon espalmou na direção da trave, é porque não entraria mais.
Restaram os pênaltis. E aí deu Espanha. Os goleiros não tiveram vez nas 12 primeiras cobranças. Foram todas impecáveis. Mas Bonucci mandou por cima a sétima batida italiana. Navas marcou. Em meio a vaias, a Espanha fez festa no gramado do Castelão. Festa de finalista, não de campeão. Porque tem jogo domingo. E é no Maracanã. E é contra o Brasil.
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