Clube que mais investe no Rio de Janeiro e um dos mais fortes dentro do mercado nacional nos últimos anos, com uma folha salarial que gira por volta de R$ 5,5 milhões (fora luvas e premiações), rechado de jogadores renomados e acostumado a ganhar várias quedas de braços com seus concorrentes diretos na luta por reforços, vide os recentes exemplos de Thiago Neves e Wellington Silva, que trocaram a Gávea pelas Laranjeiras, o Fluminense, aparentemente, mudou sua política de investimento.
Após a eliminação para o Olimpia na Taça Libertadores, as palavras internamente são planejamento e economia. Atravessando uma grave crise financeira que assola quase todos os clubes no cenário nacional, a diretoria tricolor sentou à mesa e resolveu colocar os pés no chão. Lutando, diariamente, para conseguir receitas para honrar sua folha de pagamento (aproximadamente R$ 2 milhões sem ajuda da Unimed), o pensamento é manter a maioria do elenco, negociar uma ou outra peça, e só contratar em último caso dentro de um mercado inflacionado e com baixa qualidade de mão de obra. A possibilidade de mais uma grande estrela para a constelação é pequena.
- Praticamente zero. Não é por conta nem da eliminação, nem tampouco se tivéssemos nos classificado para a semifinal. Estamos sempre atentos ao mercado, mas temos uma excelente divisão de base para abastecer o elenco e sempre vamos olhar para baixo. A verdade é uma só: hoje, temos dificuldades financeiras, importantes, assim como todos os demais grandes clubes do Rio. Isso não é segredo para ninguém. Ficar gerando expectativa no torcedor dizendo que virão reforços, nós não seremos irresponsáveis em criar isso. Se tiver alguma possibilidade e havendo necessidade, vamos brigar para melhorar nosso elenco, mas não vemos no mercado nada viável e não estamos trabalhando com nenhum nome. Alguns nomes interessantes foram citados, mas são inviáveis no cenário atual – comentou o diretor executivo de futebol, Rodrigo Caetano.
No ano passado, também com dificuldades financeiras, o clube conseguiu segurar suas principais peças mesmo recebendo propostas consideradas satisfatórias. A consequência do esforço foi a conquista do Campeonato Carioca e o tetra do Brasileiro. Entretanto, nesse ano, a história não conseguirá ser repetida.
- Esse ano é mais difícil, até por conta que nós estendemos um pouco esse ciclo de manutenção e isso teve investimento. Nós chegamos a um determinado momento que se vê sufocado, tem que ouvir as propostas e fazer a avaliação financeira e técnica. E por isso todos os clubes do futebol brasileiro vão passar, principalmente aqueles que se destacaram. O Fluminense teve um ano de 2012 excelente. Esse semestre, não culminou com nenhum título, mas provou que a manutenção do elenco era a medida mais acertada. Agora, com essa janela e as consequências que ela pode trazer, a gente vai sentar e avaliar cada caso individualmente – declarou Caetano.
A situação financeira é tão desconfortável que a possibilidade de se negociar um ou outro nome é quase certa. Nem mesmo jogadores de ponta como Fred, Jean e Diego Cavalieri estão garantidos nas Laranjeiras por muito tempo.
- Não dá para eu definir quem pode ser negociado. Eu costumo dizer que quem estabelece é o mercado. Em dezembro, quando definimos a manutenção do elenco, o Fluminense conseguiu êxito. Hoje, a situação é um pouco diferente. Mesmo assim, se sair alguém, nós temos um elenco de qualidade, em um bom número, que suporta o Brasileiro e a Copa do Brasil. Vamos avaliar o que temos como peças de reposição na base, e, talvez, a última ação será analisar o mercado. Dizer quais os nomes que vamos manter é difícil, pois é o mercado que vai estabelecer – disse.
No entendimento de Rodrigo Caetano este é o momento ideal para o aproveitamento dos atletas da base de Xerém. O Flu é o atual bicampeão carioca de juniores, e alguns jogadores da categoria deverão ter mais oportunidades no elenco principal.
- Podem sim. Temos, hoje, o Kenedy que só não está conosco porque está se recuperando de um problema no púbis. Isso requer alguns cuidados, mas ele está bem, tratando aqui no profissional. Temos que observá-lo com mais atenção ainda, é bastante jovem, ainda é cedo para falar, mas pelo potencial. Temos uma grande esperança nele – completou Caetano.
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