A eliminação do Real Madrid diante do Bayern de Munique, nos pênaltis, nas semifinais da Liga dos Campeões, mostrou um José Mourinho diferente. Após um resultado negativo, o treinador geralmente apresenta-se à coletiva de imprensa com a cara fechada, irritado e sem paciência, criando um ambiente de tensão com os jornalistas. Para evitar polêmicas, na Espanha o treinador merengue conseguiu imprimir uma lei do silêncio. Nos jogos da Champions, por imposição da Uefa, o português não teve para onde correr e falou. Sem escudo e sem "armas".
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O alvo da imprensa foi o atacante Cristiano Ronaldo, que perdeu o primeiro pênalti do Real. Mourinho defendeu seu principal jogador destacando que se oferecer para as cobranças é um ato de coragem, algo que deve ser respeitado. Sobre as eternas comparações com Messi, nesta temporada, na visão de Mou, não há dúvidas sobre quem é o melhor.
- Alguém tem que perder. Perde aquele que tem c***** para cobrar. Eu não sou tão radical como muitos são sobre se Cristiano é melhor que Messi, ou o contrário. São dois jogadores únicos, mas esse ano Cristiano tem sido melhor, com muita vantagem. Hoje falhou, como ontem falhou Messi. A vida continua. Mas depois de duas horas de trabalho no limite, encarar os pênaltis não é fácil. Os jogadores vinham trabalhando como animais - destacou.
Mourinho também acabou com as especulações sobre seu futuro. Segundo a análise do treinador, há três partes envolvidas em sua permanência. E uma delas já tomou a decisão.
- Se o clube e os meninos (jogadores) acreditam que eu posso acrescentar algo mais, o que eu espero que sim, então vou continuar - garantiu.
O técnico pediu para os atletas merengues que não deixassem a eliminação os abalar. Ele espera que a rotina do dia seguinte não seja afetada.
- Eu disse para que fiquem tranquilos, que vejam a família e os amigos. Amanhã estão livres. Que não se escondam, pois não fizeram nada de errado - acrescentou.
Na decisão, que vai ser disputada no dia 19 de maio, em Munique, Mourinho não esconde que torcerá para o Chelsea - clube que treinou entre 2004 e 2007. Mas a preferência não acontece por causa da forte relação do passado. O apoio deve-se à maneira com que os ingleses conseguiram a classificação, segurando o Barcelona em pleno Camp Nou, com desvantagem de jogadores.
- O Chelsea chegou lá, e isso é o mais importante. Quero que os Blues vençam. Ontem o Chelsea se comportou como um time de heróis. Há gente que critica o Chelsea, e eles não sabem de nada, não sabem o que é o esforço de atuar com dez jogadores. Por isso são heróis - elogiou.
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