A provável confissão do menor H. A. M, de 17 anos, não deve mudar a situação dos 12 corintianos presos na Penitenciária de San Pedro, em Oruro, pelo menos nesta fase inicial do processo. Já no Brasil, o menor deve se entregar à polícia nesta segunda-feira e se responsabilizar pelo disparo do sinalizador que matou o garoto Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, durante a partida entre San José e Corinthians. Como a investigação está sendo conduzida pela polícia boliviana, não há previsão de liberação dos brasileiros.
Em conversa com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM em Oruro, o ministro conselheiro Eduardo Saboia afirmou que o menor não pode ser extraditado, e por isso poderia responder a uma possível acusação no Brasil. Isso, porém, não impediria a justiça boliviana de solicitar cooperação da brasileira, com investigação e interrogatório ao rapaz de 17 anos.
O embaixador do Brasil na Bolívia, Marcel Fortuna Biato, chegou a Oruro por volta das 16h deste domingo, ao lado do ministro conselheiro Eduardo Saboia e do advogado Miguel Blancourt. Cauteloso, Marcel não deu tantos detalhes sobre o que a Embaixada pode fazer para ajudar os corintianos presos. Ele teve uma reunião de cerca de uma hora com os torcedores para saber em que condições eles estão instalados na Bolívia, e também entender melhor o processo antes de anunciar as medidas que serão tomadas.
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- Temos uma questão com cidadãos brasileiros que estão detidos. A primeira coisa que temos de pensar é no bem estar deles, que se sintam apoiados. O ministro Eduardo Saboia veio aqui num primeiro momento, trouxe material, orientação de pessoa jurídica. Nosso compromisso é com o bem-estar deles. Trabalhamos para que eles possam regressar rapidamente ao Brasil.
- Há uma série de desdobramentos nas próximas horas e dias, então é preciso atuar com muita cautela, serenidade, sem fazer juízo de valor nem chegar a conclusões preliminares. Estamos acompanhando a situação, as medidas estão sendo tomadas tanto aqui quanto em Brasília. Minha vinda aqui é para reforçar esse compromisso de solidariedade - completou Marcel Fortuna Biato.
O embaixador não pôde comparecer antes a Oruro porque estava em Guayaramerín, na fronteira com o Brasil, onde participou do processo de reativação de um consulado.
- Tivemos contato com o juiz e o diretor da penitenciária para ver qual o caminho que vamos tomar a partir de agora. Teremos uma série de desdobramentos - explicou.
Enquanto isso, o menor brasileiro deve se entregar na manhã de segunda-feira, na Vara da Infância e da Juventude, no centro da cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. O advogado da torcida organizada Gaviões da Fiel, Ricardo Cabral, está acompanhando o caso.
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