Como vencer argentinos na final? Últimos campeões apontam caminho

Conquistar a Taça Libertadores da América não é uma tarefa fácil. Pelo contrário. E parat times brasileiros, a missão fica ainda mais complicada quando se tem adversário argentino pela frente na decisão. Os números da competição mostram uma histórica dificuldade brasileira em vencer os "hermanos" na final do torneio de clubes mais importante do continente.

Raí em ação contra o Newell's, em 92: 'Não pode cair na provocação' (Foto: Célio Junior / Agência Estado)

Se depender do retrospecto, o Corinthians não terá vida fácil contra o Boca Juniors, nesta quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), no estádio do Pacaembu. Depois do empate por 1 a 1 na Argentina, quarta passada, o Timão precisa vencer o rival para conquistar o título inédito. Nova igualdade leva a decisão para prorrogação. Persistindo o placar, pênaltis.

Contando as outras 51 edições da Libertadores, Brasil e Argentina se enfrentaram 12 vezes em finais, com nove vitórias argentinas e apenas três brasileiras. Muito pouco para o país pentacampeão do mundo. Aliás, desde 1992, quando o São Paulo venceu o Newell’s Old Boy, nenhum clube brasileiro venceu argentinos na decisão.

De lá para cá, o próprio São Paulo perdeu do Vélez Sarsfield, em 1994. Depois, Palmeiras, em 2000, Santos, em 2003, e Grêmio, em 2007, perderam do Boca Juniors. Por fim, o Cruzeiro, em 2009, tropeçou no Estudiantes. Mas Raí, campeão com o Tricolor paulista em 1992, dá a dica para vencer os argentinos.

- Para vencer os argentinos é importante ter muito foco, não cair em provocações e ter força física nas divididas, sem se intimidar – comenta o são-paulino.

Para Zetti, Corinthians não pode mudar seu estilo
(Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)

Goleiro naquela conquista de 1992, Zetti sabe bem como é complicado vencer os argentinos. Afinal, perdeu a decisão para o Vélez em 1994. Mas acredita que o Corinthians já sabe o caminho para levantar a taça, até pelo que a equipe, ainda invicta, mostrou nessa edição da Libertadores.

- O Corinthians já entendeu como se vence os jogos na Libertadores. E agora, na decisão, não pode mudar o comportamento dentro de campo. Se mudar, com certeza terá problema. Mas o time tem identidade e está jogando bem, com padrão. Acho que vai ser campeão - crê o ex-goleiro.

Uma vantagem do Corinthians na finalíssima será a torcida. A Fiel já esgotou os ingressos e promete muito apoio. Mas Antonio Carlos, zagueiro campeão da Libertadores com o São Paulo em 1992 e ex-jogador do Timão, afirma que o Boca sabe bem suportar essa pressão.

- O Corinthians é um time que cresce em decisão, principalmente com a torcida ao seu lado. Mas eles vão enfrentar uma equipe que tem frieza e sabe decidir quando atua fora de casa. Mas tomara que o Corinthians vença, porque vai ser muito importante para o futebol brasileiro – finalizou o técnico do Audax.

Corinthians e Boca, nesta quarta-feira, às 21h50, no Pacaembu, terá transmissão ao vivo da TV Globo e acompanhamento em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.

AS FINAIS ENTRE BRASIL E ARGENTINA

1963 - Santos x Boca Juniors – Santos campeão
1968 – Palmeiras x Estudiantes – Estudiantes campeão
1974 – São Paulo x Independiente – Independiente campeão
1976 – Cruzeiro x River Plate – Cruzeiro campeão
1977 – Cruzeiro x Boca Juniors – Boca Juniors campeão
1984 – Grêmio x Independiente – Independiente campeão
1992 – São Paulo x Newell’s Old Boys – São Paulo campeão
1994 – São Paulo x Vélez Sarsfield – Vélez Sarsfield campeão
2000 – Palmeiras x Boca Juniors – Boca Juniors campeão
2003 – Santos x Boca Juniors – Boca Juniors campeão
2007 – Grêmio x Boca Juniors – Boca Juniors campeão
2009 – Cruzeiro x Estudiantes – Estudiantes campeão